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Análise: Callisto Protocol mistura Resident Evil com Dead Space

E é ótimo!

Nesta análise iremos trazer nossa opinião sobre o super antecipado Callisto Protocol que foi desenvolvido pela Striking Distance Studios que conta com ninguém menos do que Glen Schofield, um dos líderes do aclamado e assustador Dead Space.

Então descubra aqui se Callisto Protocol consegue colocar seu nome no hall da fama dos jogos de terror.

Essa análise de Callisto Protocol foi feita graças a um código cedido pela produtora. O jogo já está disponível para PS5, PS4, Xbox Series, Xbox One e PC e conta com legendas em PT-BR.

É importante dizer que analisamos o jogo no PS5 e não temos como dizer como o jogo está rodando na antiga geração de consoles, assim como estamos cientes que a versão de PC está problemática e que a qualidade está inferior ao PS5 e Xbox Series. Portanto, com relação a visuais e desempenho, considere essa análise representativa apenas para os consoles mais novos e, infelizmente, nada além disso.

Uma sinistra história

A história de Callisto Protocol começa com o protagonista Jacob e seu colega indo fazer uma última entrega em uma prisão situada em Callisto, uma das luas de Júpiter. O que deveria ser algo tranquilo acaba saindo de controle quando sua nave é abordada por um grupo revolucionário e eles batem na reentrada desse satélite.

Em seguida Jacob, que iria se aposentar, é colocado dentro dessa prisão sem ter cometido nenhum crime e é preso. Porém, tudo pode piorar e piora quando ele acorda com a prisão pegando fogo e cheia de monstros que estão atacando todos que passam por sua frente.

A história em si se resume em escapar de Callisto enquanto tenta sobreviver a esses monstros. Porém isso não quer dizer que Jacob estará sozinho. Ele encontrará ao longo de seu caminho alguns poucos personagens que servirão tanto para ajudá-lo a entender o que está acontecendo e fugir como para antagonizá-lo. Vou evitar de entrar à fundo nos personagens para não dar spoilers.

Embora não tenhamos aqui uma história fantástica e super elaborada, temos um excelente ritmo que te deixará sempre curioso para seguir em frente na história, além de poder coletar registros em áudio para entender melhor a situação.

A pequena crítica que trago é que para ouvir esses áudios você tem que acessar o menu e não é possível ativá-los e continuar a jogatina. Você deve ficar parado ouvindo o áudio até terminar.

Ambientação que acerta em cheio

Agora, um dos grandes motivos do hype em torno de Callisto Protocol era por causa de seus gráficos incríveis. Fico feliz em dizer com toda a tranquilidade nesta análise que Callisto Protocol não apenas entrega gráficos incríveis, como também entrega uma ambientação absurda.

Por mais que o jogo seja na teoria linear e compacto, ele impressiona nos biomas apresentados e em seu estilo visual. O que eu quero dizer com isso é que na teoria você deve sair da prisão e chegar ao Hangar, mas na prática você passa por áreas alagadas, pelo esgoto, por dutos de ar, áreas cobertas de neve e mais. É legal ver como o mundo de Callisto ficou tão rico e detalhado em meio a sua proposta. Inclusive vi aqui uma influência da franquia Alien com diversos ambientes tomados por esses seres e essa “infecção”.

E além dos biomas que comentei, é absolutamente incrível os detalhes em cada centímetro do jogo. Iniciando por Jacob e os outros personagens, é tudo extremamente bem feito e muito realista. Em algumas cutscenes é até possível se pegar pensando que está assistindo um filme com atores reais.

Agora falando da ambientação eu poderia ficar horas detalhando como cada canto é bem feito e bonito. E isso é uma grande verdade, porém, prefiro destacar duas coisas que mostram como a equipe da Striking Distance Studios se ateve aos detalhes. O primeiro é a câmera do jogo que fica atrás de Jacob, mas que fica mais perto do que em outros jogos desse estilo. Isso dá um sentimento de imersão e peso ao jogo que você raramente tem em outros jogos. É possível sentir o deslocar de Jacob como o confronto dos inimigos. Tudo tem uma física realista e é possível sentir todos os movimentos.

Já o segundo destaque é quando você entra em dutos ou passa em lugares apertados. Pode parecer bobeira, mas eu não me lembro de ver um personagem de videogame se mexer de forma tão imersiva nesse tipo de situação. Mais uma vez o carinho aos pequenos detalhes são perceptíveis.

E esses detalhes e os biomas ganham ainda mais destaque tanto com os efeitos de iluminação que refletem de forma impecável todos os materiais do ambiente como o efeito de fumaça e os muitos ambientes escuros. Tudo te deixa dentro da tensão que acontece ao longo do game.

E claro, tenho que elogiar e muito sua parte sonora que te coloca dentro do jogo seja nos sons ambientes, como a trilha sonora que acerta na mosca assim como os diálogos entre os personagens.

De forma resumida, poder andar e ouvir e experimentar cada passo de Callisto Protocol é algo absurdamente magnífico.

Modo Performance x Qualidade e Dualsense

Adicionalmente, existem mais alguns elementos que trarei nesta análise, pois ajudam na imersão de Callisto Protocol tanto no PS5 como no Xbox Series X e entendo que são um diferencial muito bem vindo.

Ao ligar o menu, é possível escolher entre o modo performance que traz o jogo a 60 frames como ligar o modo qualidade que traz o jogo a 30 frames, porém, com Ray Tracing ligado. Eu geralmente sempre indico jogar a 60 frames, porém, caso esteja procurando a imersão máxima, em Callisto Protocol vale sim a pena utilizar o modo Qualidade.

Com o Ray Tracing ligado a iluminação de forma geral, assim como as sombras, recebem uma melhora significativa. Os ambientes de forma geral ficam mais escuros e a luz corre de forma natural por ter um reflexo realista. Isso fica óbvio em corredores com pouca fonte de luz ou então quando objetos vazados tampam de alguma forma a fonte de luz.

Adicionalmente, algo que achei fantástico ao jogar o jogo foi o Dualsense, o controle do PS5. O primeiro motivo é que caso esteja jogando sem um headset (que inclusive a experiência melhora ainda mais caso jogue com um Headset com suporte a áudio 3D), a caixa de som presente no Dualsense é utilizada de forma impecável e é muito legal ver as mensagens via rádio saindo no meio de suas mãos. Você sente que realmente estão falando com você.

Já o outro ponto positivo de utilizar o Dualsense, é que o feedback háptico é exemplar, possivelmente um dos melhores que já tenha experimentado fora dos jogos first party da Sony. É muito imersivo sentir em suas mãos quando Jacob esbarra nos dutos ao se movimentar ou então diversas outras experiências que acontecem ao longo da jogatina.

Mais uma vez eu reforço que o jogo traz um “peso” muito bom à Jacob e suas ações aumentando sua credibilidade no jogo.

O calcanhar de Aquiles

E até agora nesta análise de Callisto Protocol temos um jogo praticamente impecável, porém, se há algo que não me agradou tanto foi seu gameplay. Ele não é ruim, mas também tem falhas e não existe nenhuma mecânica que se destaca.

Antes de mais nada, eu achei que Callisto Protocol iria me lembrar o sentimento que tive em Dead Space, porém, estive errado. Enquanto Dead Space me trouxe um terror psicológico muito bom e um pavor dos inimigos, Callisto Protocol acabou me lembrando muito mais de Resident Evil com muitos momentos que lembram a franquia da Capcom, assim como poder driblar inimigos e a presença de alguns safe rooms que não são tão seguros. Claro, isso era algo também presente em Dead Space.

Sobre a mecânica de combate inicial, você conta com um sistema de luta corpo a corpo contra os inimigos. Basicamente você pode esquivar para a direita, esquerda ou defender, o que irá tirar um pouco de sua vida. Cada inimigo possui uma quantidade de ataques a serem esquivados até poder contra atacar.

Além disso, é possível equipar e usar suas armas que são: um bastão de ataque, uma luva gravitacional que pode segurar e empurrar tanto inimigos como itens e também pode usar uma armas de fogo do seu pequeno arsenal. Também existe a possibilidade de atacar de forma furtiva seus inimigos.

Embora tudo funcione muito bem na teoria, na prática nem sempre é assim. Pelo jogo ser mais pesado e a movimentação estar longe de ser ágil, quando você se encontra em um cenário com mais de um inimigo, é normal você ser surpreendido por eles em algum momento da luta ou então não conseguir pensar em uma estratégia. Vale lembrar que estamos falando de um jogo no estilo survival horror, logo a munição e recursos são escassos e sair matando todos na bala não é uma opção.

Inclusive, eu senti falta de uma maior possibilidade de fazer o clássico backtracking para conseguir novos itens ou então poder evoluir os que já possui. Talvez se tivesse uma espécie de safe room, seria um ponto interessante para o jogador marcar como ponto de retorno ou até salvar de forma manual.

Já uma outra crítica que tenho é que em certos momentos do jogo, você passava por uma área de inimigos pequenos assim como um que te ataca de muito longe e te puxa para ele. O dano no geral é pequeno, mas me pareceu ser uma parte feita apenas para te forçar a usar recursos sem nenhum valor para um real desafio.

E eu sei que estou criticando essa parte, afinal foi o único ponto do jogo que não me agradou completamente. Mas não quero dizer que o combate de Callisto Protocol é um desastre. Na realidade ele funciona bem em lutas com até dois inimigos. Além disso, é possível melhorar todos seus itens de ataque dando mais capacidade de munição, força, energia ou agilidade.

Algo que achei muito bom foi essa luva gravitacional que mencionei. É possível utilizar o cenário para empalar inimigos, jogá-los contra armadilhas mortais ou então simplesmente jogá-lo para fora do cenário. O que é genial neste ponto, é que existe um fator risco e recompensa onde embora seja fácil e tentador jogar um inimigo em um abismo, isso fará com que deixe de coletar dinheiro e recursos para melhorar seu personagem.

Conclusão

De forma geral eu adorei Callisto Protocol que conta com uma ambientação e imersão muito acima do que temos disponível hoje em dia. É fácil você gostar dos personagens, do mundo e ver como foi colocado carinho em inúmeros detalhes ao longo de sua história.

A única coisa que realmente me incomodou foi o combate que não é tão fluido como deveria ser, o que impacta em alguns momentos da jogatina. Adicionalmente, algumas decisões de game design e posicionamento de inimigos me pareceu injusto.

É também válido dizer que o jogo não conta com mapa nem sistema de objetivo, trazendo uma dificuldade maior no sentido de observação e locomoção. E isso quero deixar claro que é muito bem executado e me agradou. Por ser um jogo linear e especialmente sem backtracking, não existe uma real necessidade de pegar o jogador pela mão e nisso ele acerta em cheio.

Essa análise de Callisto Protocol segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Callisto Protocol acerta em quase tudo

Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 6.5
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 10

8.6

Ótimo

Callisto Protocol conta com uma ambientação e imersão muito acima do que temos disponível hoje em dia. É fácil você gostar dos personagens, do mundo e ver como foi colocado carinho em inúmeros detalhes ao longo de sua história. Porém, ele poderia ter tomado melhores decisões em seu combate que certas vezes não agrada.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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