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Análise: The Devil in Me fecha o primeiro capítulo da série de contos

Mas será que fecha com louvor?

Depois de trazer duas prévias de The Devil in Me, finalmente trazemos a análise com nossas impressões finais do jogo que fecha a primeira temporada da série The Dark Pictures Anthology.

Nesta quarta história desta antologia, temos personagens que irão ter que enfrentar apenas o primeiro serial killer dos EUA. Será que eles irão conseguir sobreviver? Então confira aqui tudo sobre o jogo.

Essa análise de The Devil in Me foi feita no PC graças a um código cedido pela produtora. O jogo já está disponível para PS5, PS4, Xbox Series, Xbox One e PC e conta com legendas em PT-BR.

Relembrar é viver morrer

A trama de The Devil in Me foca em em HH Holmes, o primeiro serial killer dos Estados Unidos onde afirmou, durante seu julgamento, que ele não conseguia parar de matar por ter o demônio dentro dele. E é daí que vem a inspiração do nome do jogo.

Após uma breve introdução apresentando o assassino e mostrando como ele operava em 1983, você é levado aos dias atuais ao controlar uma pequena equipe de filmagem focada em histórias de terror que está para fechar as portas. Porém, eles ainda estão com sorte e recebem um contato misterioso que pode salvar a vida financeira deles.

Eles recebem um convite para conhecer uma réplica do castelo da morte, o nome dado ao World ‘s Fair Hotel onde HH Holmes recebia e aterrorizava suas vítimas. Com uma recriação tão perfeita, eles poderiam fechar sua série com chave de ouro e salvar a vida financeira da empresa e de todos.

Porém, ao chegar no hotel, eles percebem que a recriação do Castelo da Morte está real até demais e tudo fica mais suspeito quando Grantham DuMet, o dono do hotel, simplesmente foge deixando eles lá. A partir daí temos a luta pela sobrevivência da equipe, uma marca registrada na franquia.

E é importante dizer que o curador está de volta mais uma vez para te dar dicas e instigar sua curiosidade entre os capítulos do jogo.

Dilemas internos com uma ótima atuação

O que me agradou particularmente muito ao fazer essa análise de The Devil in Me, é que os personagens já entram com uma bagagem e características bem definidas. Com isso eu quero dizer que todos eles têm características fortes e marcantes além de estarem em constante crise seja por relacionamentos, problemas financeiros, busca por poder e mais.

Isso de certa forma ressoou comigo, pois achei interessante fazer um grupo desajustado se dar bem no meio do caos do que mais uma história com adolescentes e jovens adultos. Isso sendo o clássico desse gênero Slasher, mas que acaba estando com a fórmula cansada.

Dito isto, aqui temos Kate, a apresentadora, Mark, o câmera man, Jamie, a técnica em iluminação, Erin, a engenheira de som e Charlie, o dono da empresa e manda chuva.

E expandindo um pouco mais sobre a equipe temos Charlie que praticamente tem uma desavença com todos seus funcionários por conta de seu modo de “liderar” a equipe assim como o fato de tomar muitas decisões questionáveis. Já Kate e Mark eram um casal que acabara de se separar e além de ter que lidar com a situação do resquício desse romance.

Por fim, temos Jamie e Erin que ao contrário de Kate e Mark, elas estão iniciando um romance (caso você escolha este caminho) e Erin será a primeira a sofrer com o misterioso assassino o que dividirá opiniões.

Como é uma marca registrada da série, você sempre poderá tomar uma decisão no sentido de ser mais calma ou agressiva, o que fará um personagem gostar mais ou menos de você. Um exemplo sem spoilers é no jantar ao controlar Charlie onde você pode optar entre elogiar a equipe ou criticá-los e isso irá afetar a todos diretamente.

É importante ressaltar que tanto a atuação com a dublagem de todos os atores é ótima dando maior credibilidade aos personagens, embora exista uma inconsistência de animação dos personagens em alguns momentos.

Gameplay que prometeu melhorias, mas não saiu do lugar

Algo que inicialmente tinha me animado em fazer a análise de The Devil in Me é que veríamos melhorias em seu gameplay. Porém, após deixar alguns personagens vivos e outros morrerem, vi que as inovações são bobas e não trouxeram o impacto esperado.

Falando especificamente das novidades, a única que efetivamente usei foi a possibilidade de correr. Afinal, não poder correr em um corredor seria insanidade. Isso já havia sido habilitado em The Quarry, o último jogo da Supermassive Games, porém, é uma “novidade” para a franquia.

Já o que havia sido falado sobre exploração vertical assim como poder ter itens a disposição de forma rápida, não vi como algo útil para a minha experiência. Por mais que sejam efetivas novidades na série, incluindo itens/habilidades únicas de cada personagem, isso são coisas que já estão presentes no mundo dos jogos a décadas sem contar que muda pouco ou nada do core da The Dark Pictures Anthology.

Enquanto a verticalidade traz a possibilidade de maior exploração e solução de puzzles, por mais simples que sejam, a alocação de itens no D-pad pouca diferença faz, pois a maioria deles só podem ser usados em momentos específicos. O impacto geral é bem baixo.

Dito isto, o que sempre funcionou nos jogos da franquia continuam funcionando em The Devil in Me. A sua escolha é o que irá guiar os personagens a segurança ou a morte. Eu já mencionei que as escolhas de diálogos irão influenciar a amizade dos personagens e em seguida possíveis ações e ajudas. Além dessas, existem escolhas que teremos que fazer em momentos de tensão, ao enfrentar o vilão ou ao apertar algum botão ou ao escolher algum item. Tudo irá influenciar em sua história, incluindo sua habilidade de resposta para os Quick Time Events.

Eu por ter jogado a versão de preview, resolvi tomar escolhas diferentes na versão final do jogo e isso acarretou na morte de um personagem ainda no início do jogo. Isso é apenas um simples exemplo de como uma decisão errada pode matar alguém.

Por fim, aqui ainda temos a possibilidade de jogar sozinho controlando todos os personagens ou então podemos jogar com amigos o que aumenta e muito a diversão a cada um ter sua opinião sobre o que está acontecendo e não seguir um plano. E sim, a exploração do ambiente continua presente dando mais informação sobre o histórico do lugar como pistas para evitar situações críticas.

Parte técnica é boa, mas poderia ter tido mais carinho

Agora chegando na parte final desta análise, vou falar da parte técnica de The Devil in Me, ou seja, de seus gráficos, áudio e problemas.

Infelizmente eu pude ver que muitos pontos que eu tinha levantado em meus previews continuam na versão final. Estou longe de ser um diretor de cenas, mas pude ver que por muitas vezes o corte feito entre cenas era muito abrupto, atrapalhando um pouco a imersão do momento. Além disso, vi que faltou um certo carinho na experiência como um todo. Eu vi algumas texturas estranhas, sombras erradas e algumas cenas de animação simplesmente faltava polimento como o vilão costurando um olho em um animatrônico e a agulha passando longe do olho do boneco.

Adicionalmente, uma eterna reclamação que tenho continua, a falta de física em detalhes. O exemplo mais gritante é o Mark que carrega consigo sua câmera de foto/filmagem pendurada em seu corpo, simplesmente a câmera não tem física e fica colada no corpo como se fosse uma textura. O mesmo serve para capuz e cadarço dos casados, fios de fone e mais. É tudo uma grande textura.

E embora eu tenha levantado pontos que me incomodaram, eu gostei muito da ambientação do Castelo da Morte. A ambientação do velho hotel está impecável e faço um destaque especial para a iluminação que remete ao que víamos 100 anos atrás. Isso ajuda muito na imersão e na questão de te colocar medo, em especial com os momentos de jogos mortais, uma das fontes inspiradoras do jogo.

Outro destaque vai para a parte sonora do ambiente que achei fantástica onde é possível ouvir os sons de passos, gravações colocadas para te assustar, objetos rangendo e mais. A imersão aqui é fabulosa e melhora ainda mais caso use um bom fone de ouvido.

E seguindo com os elogios, também destaco a boa dublagem dos personagens onde além de terem suas características principais, eles fluem muito bem entre situações de pânico, raiva e calmaria.

Conclusão

E chegando ao fim desta análise, The Devil in Me me agradou bastante com sua temática e personagens. A melhoria gráfica é bem vinda tendo como alicerce uma câmera mais próxima dos personagens te colocando ainda mais dentro da ação assim como tendo uma iluminação melhorada. O grande destaque é a parte sonora tanto na parte de ambientação como na dublagem e performance dos atores.

O que deixou a desejar foi a promessa de melhorias no gameplay com habilidades únicas dentre outras novidades. É verdade que a parte de escolha e solução dos puzzles continua muito sólida, mas essas novidades de pouco agregam ao produto final onde acaba frustrando pela expectativa criada do que efetivamente adiciona algo à experiência.

De forma geral, quem é fã da franquia ou estilo de jogo irá gostar de The Devil in Me, em especial se curtir essa pegada de corredores apertados, armadilhas de jogos Vorazes e um Serial Killer à espreita. Mas também não espere nenhuma grande novidade.

A análise de The Devil in Me segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

The Devil in Me encerra bem a primeira temporada de contos

Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 7
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 9

8

Ótimo

The Devil in Me é uma experiência sólida e irá agradar aos fãs da série. As melhoras técnicas são muito bem vindas e o destaque fica para a iluminação e toda a parte sonora que dá um show. Infelizmente as supostas novidades nas mecânicas são mutio simples e acabam frustrando pela criação de expectativa.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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