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Análise: Elderand traz RPG pouco variado

Elderand é o mais novo jogo da Mantra e Sinergia Games e tem como proposta trazer um Metroidvania com elementos de de RPG para fazer fãs de clássicos como Castlevania reviverem os bons tempos. Agora, será que a experiência geral do jogo consegue fazer jus a um gênero já saturado? Se você quer saber isso e muito mais, confira a nossa análise completa abaixo:

Essa análise de Elderand foi feita graças a um código de PC cedido pela Graffiti Games. O game já está disponível para PS5, Xbox Series S | X, Nintendo Switch e PC via Steam e Epic Games e conta com legendas em PT-BR.

Um jogo para amantes de Metroidvania – Análise: Elderand

Elderand é um jogo de aventura e ação que possui uma variedade de armas, que incluem chicotes, espadas, adagas, machados, arcos e mais. O jogo combina uma mecânica de exploração satisfatória com criaturas inspiradas nas obras de Lovecraft assustadoras em um universo pixelado totalmente desenhado à mão com uma estética gótica. Assim que eu iniciei o jogo e me deparei com o seu mundo, percebi que a proposta da Mantra e da Sinergia Games era trazer um universo que lembrasse jogos como Castlevania, mas com uma pegada mais simples e moderna. Amantes de Metroidvania tiveram uma infinidade de títulos às suas disposições nos últimos anos, e foram poucos os jogos que se destacaram nessa multidão. Nesse contexto, Elderand acaba deixando um pouco a desejar, já que ele não possui grandes diferenciais se compararmos com outros jogos lançados nos últimos anos.

Entretanto, isso não quer dizer que o título não tenha seu valor. Nas horas que eu passei explorando os seus mundos, experimentei momentos um tanto quanto enfadonhos, como quando devemos passar por inimigos que oferecem pouca dificuldade, mas o jogo possui também cenas épicas, geralmente em chefões, que são extremamente desafiadoras e divertidas.

A história do jogo vai sendo contada aos poucos através de diálogos com outros personagens, textos e pergaminhos escondidos pelo mapa. As motivações do nosso herói não são tão claras logo de começo, mas assim que vamos avançando nos deparamos com os mistérios da região, que é assolada por Deuses poderosos. Cada um deles possui grande influência sobre os locais do jogo, seus monstros e personagens, e é até interessante quando vamos encontrando novos textos ao longo da jornada. O grande problema, contudo, é que isso acontece à conta gotas, e a falta de dinamismo na forma como o jogo conta a sua história acaba atrapalhando um pouco na imersão.

Um RPG simples, mas competente

Como um bom RPG, Elderand permite personalizar sua experiência de acordo com o seu estilo de jogo, desde a aparência do seu personagem até suas habilidades, estatísticas e armas. É possível coletar tesouros durante a exploração do mapa e de inimigos derrubados. Esse é um dos pontos mais fortes do jogo, e fica claro que os desenvolvedores se dedicaram para oferecer um gameplay variado aos jogadores. Há uma boa gama de armas, que influenciam drasticamente no gameplay, e oferecem alternativas diversas para que o jogador avance pelas diferentes regiões de Elderand. Esse elemento abre inclusive um leque de possibilidades quando chegamos no chefões, já que alguns estilos de combates acabam dificultando muito a vida do jogador e é sempre possível mudar de arma. Claro, o jogador sempre respeitará os pontos de habilidade investidos no personagem, mas mesmo dentro das diferentes classes possíveis há uma variedade satisfatória de possibilidades de gameplay.

Conforme mencionado anteriormente, o mundo de Elderand é vasto e variado, com locais que incluem aldeias, florestas, prisões, catedrais amaldiçoadas e muito mais. Há mais de 60 tipos diferentes de inimigos e cerca de uma dúzia de chefes, então há sempre uma sensação de descoberta quando chegamos a novas áreas do jogo, já que inimigos inéditos esperam o jogador em cada nova sessão desbloqueada. O grande problema, entretanto, é que cada área possui um leque de inimigos que se repete até que uma nova região seja explorada. Depois de chegar a uma nova área e se deparar com os inimigos presentes nela, a sensação é a de que estamos vendo sempre os mesmos monstros de forma repetida. Isso quebrou um pouco o ritmo do jogo no meu caso, visto que eu não aguentava mais ter que matar os mesmos inimigos em muito momentos e simplesmente corria o máximo possível para chegar ao fim da sessão.

Uma direção de arte com pontos bons e ruins

Falando um pouco agora sobre os gráficos de Elderand, temos um estilo visual em pixel art bastante interessante. Nada é estático no cenário, e a quantidade grande de partículas e pontos de iluminação que interagem com os personagens e o cenário geraram uma estética própria ao jogo, e que combina bastante com consoles portáteis como o Nintendo Switch ou o Steam Deck. Eu tive a oportunidade, inclusive, de jogar o jogo numa TV de 43 polegadas e na tela do portátil da Valve e, surprendemente, acabei gostando mais da experiência na pequena tela do Deck. O jogo ganha uma vida nova quando observamos toda a movimentação dos objetos mais próximos da câmera em justaposição ao fundo estático do cenário. Apesar de utilizar técnicas simples e já conhecidas para criar o mundo em pixel art, a Mantra e a Sinergia Games conseguiram criar um mundo próprio bem agradável e coeso.

Agora, não é possível dizer o mesmo sobre a direção de som do jogo. Elderand possui músicas bem compostas, que se alternam quando chegamos a uma nova região. Todas elas se encaixam perfeitamente com a proposta de cada lugar e têm suas próprias personalidades, mas o grande problema é que elas acabam se repetindo demais conforme exploramos o mapa. Claro, é sempre legal quando chegamos a um novo bioma e ouvimos uma música nova, mas não há uma transição suave, intelúdios ou momentos de simples silêncio. As músicas continuam até que cheguemos a uma nova região do mapa e, considerando que o jogo recompensa os jogadores pela exploração, tenha em mente que você provavelmente passará uma boa quantidade de minutos ouvindo sem parar a mesma música.

Conclusão – Análise: Elderand

Para resumir, embora ofereça uma interessante mistura de exploração, combate e elementos de RPG, Elderand tem dificuldades em termos de imersão e narrativa. Com bons gráficos, uma boa variedade de armas e um gameplay rápido e sólido, o jogo tem seu valor e oferece uma jogabilidade boa para amantes de Metroidvania, RPG ou Souls-like. Entretanto, a atmosfera geral e a trilha sonora do jogo são repetitivas e não imergem completamente o jogador na experiência, e mostram que Elderand é um jogo que tem potencial, mas precisa de ajustes para ser realmente desfrutado. Fora isso, Elderand oferece uma mistura interessante de exploração, combate e elementos de RPG, mas é deficiente em termos de narrativa e imersão. A natureza repetitiva e a dificuldade desequilibrada do jogo tornam difícil desfrutar plenamente experiência.

A análise de Elderand segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Elderand

Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 6.5
Diversão - 7
Áudio e trilha-sonora - 7.5

7.3

Bom

Elderand traz uma mistura interessante de elementos de RPG e roguelike, e traz uma experiência competente sem grandes inovações.

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Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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