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Análise: Company of Heroes 3 mostra a guerra na África e Itália

Mostrando um lado menos explorado do front

Desenvolvido pela Relic Entertainment e distribuído pela Sega, após 10 anos de espera temos a sequência da melhor – na minha opinião – franquia de jogos de estratégia com a temática segunda guerra. Será que o game manteve a fórmula do sucesso e conseguiu, ao mesmo tempo, trazer boas novidades? Venha conferir o que achamos em nossa análise de Company of Heroes 3!

A análise de Company of Heroes 3 foi possível graças a uma key cedida de PC pela SEGA. O game está disponível para PS5, Xbox Series e PC via Steam ou no próprio site do game e conta com legendas e interfaces em PT-BR.

A assertiva utilização de outros conflitos

Como já mencionado no título dessa análise, Company of Heroes 3 possui duas campanhas totalmente novas. A batalha no norte da África e a guerra na Itália. Na primeira, jogamos com a força expedicionária alemã conhecida como Afrika Korps. Sob a liderança do temível general Erwin Rommel, devemos guiar nossos exércitos para conquistar pontos estratégicos, dominar cidades, preparar emboscadas e cortar linhas de suprimentos dos soldados africanos e britânicos. Além de ajudar e fortalecer as colônias de nossos aliados italianos, de modo a reforçar as defesas contra os reforços europeus. Achei essa campanha relativamente curta, mas com um novo tipo de exército alemão, com estratégias de ataques rápidos e reparos de tanques destruídos – tanto nossos quanto dos inimigos – não deixou de ser bastante divertida.

Já na campanha na Itália, aqui sim temos uma novidade maior com relação ao seu antecessor. Isso porque, ao invés de termos uma série de missões lineares, o cenário muda para um tipo de tabuleiro. Temos uma visão completa da Itália com a mesma neblina das batalhas e precisaremos explorar e conquistar postos avançados e cidades dominadas pelos exércitos fascistas. A estratégia nessa campanha é mais livre, tendo influências diretas como cortes de suprimentos e até mesmo a possibilidade de aumentarmos a lealdade de nossos generais, liberando novas tropas e habilidades estratégicas. Só me pergunto por que não quiseram utilizar essa mesma metodologia na campanha africana, visto que achei essa novidade excelente.

Análise: Company of Heroes 3

Company of Heroes 3 é lindo, mas eu esperava um pouco mais – Análise

Falando da parte visual do game, devo confessar que tive uma leve decepção com Company of Heroes 3. Não que o game não esteja bonito, muito pelo contrário. Ele é lindo na verdade, porém com um espaço de 10 anos entre o seu antecessor – e sem mencionar o salgado preço de lançamento – era de se esperar uma evolução mais considerável, mas o que temos é um game com gráficos bem próximos ao Company of Heroes 2.

Porém, ainda assim, o game é realmente muito bonito. As novas ambientações ficaram bem retratadas. No norte da África nos deparamos com uma região árida, com poucas vegetações e nuvens de areia se levantando enquanto os soldados e veículos marcham. Assim como pequenas cidades e vilas com pouca concentração populacional, algo bem característico da região do conflito. Já na Itália, temos belas cidades e vegetações bem características da região.

Análise: Company of Heroes 3

Os soldados e os veículos também foram muito bem caracterizados. O uniforme dos soldados, os detalhes dos tanques e até os aviões – que infelizmente aparecem muito pouco – estão fiéis à aparência de cada país. Somado a isso, temos animações bastante imersivas com tropas se movimentando, efeitos de impacto dos tiros e explosões, prédios danificados até ruir de vez. Tudo muito bem-feito e fluido. E vale avisar que CoH 3 trouxe novamente a possibilidade de mudarmos as skins dos soldados e veículos. Uma característica que entrega uma boa diversidade, mas que pode também ser um tiro no pé, com pacotes e mais pacotes pagos.

A jogabilidade clássica da franquia

Company of Heroes 3 é um game de estratégia bem tradicional. O objetivo principal das missões é capturar pontos estratégicos para gerar recursos, produzir tropas e, com isso, derrotar nossos adversários. Embora, no modo campanha, tenhamos missões nas quais precisaremos apenas defender ou atacar pontos estratégicos com o que tivermos de tropas. As principais diferenças entre outros jogos está na utilização da estratégia. Para quem ainda não conhece a franquia, em Company of Heroes é importante a utilização do mapa e posicionamento a seu favor. Enquanto os soldados necessitam se proteger em residências, muros e buracos para reduzir os danos dos inimigos. Tanques precisam proteger seus flancos para evitar danos mais severos às suas estruturas.

Análise: Company of Heroes 3

Além do modo campanha temos, obviamente, o modo escaramuça, onde podemos criar partidas personalizadas com bots e o modo multiplayer, onde enfrentamentos ou nos aliaremos a outros jogadores em batalhas online épicas. Temos 4 facções para escolher, a Afrika Korps, um exército alemão especializado em combate e recuperação de veículos em campo. A Wehrmacht, o exército de elite alemão que possui arsenais únicos. O exército americano, bastante versátil e focado na experiência das unidades. E os britânicos, que possuem uma grande variedade de tropas e veículos.

Novidades que adicionam e não quebram o equilíbrio

Até aqui, para quem conhece a franquia, não falei de nenhuma novidade, porém o game possui sim, algumas bem interessantes. A começar com a possibilidade – no single player – de realizarmos pausas táticas. Com elas, podemos respirar, analisar o campo de batalha e realizar ordens de forma mais organizada. Agora as tropas também possuem um campo de visão mais realista. Por exemplo, soldados no alto de uma colina podem atirar nos embaixo sem sofrer retorno até serem avistados. Os tanques tradicionais também podem carregar soldados na sua garupa, mesmo que sua função seja apenas de combate. Foi entregue uma maior fidelidade às estruturas deles também, de modo que não apenas tiros na traseira, mas também nas laterais, causam danos consideráveis. E, por último, o já mencionado mapa de batalha da campanha italiana.

Todas essas novidades foram ótimas adições que não afetaram de forma negativa a jogabilidade tradicional da franquia.

Análise: Company of Heroes 3

Efeitos e dublagens que vão te fazer se sentir na guerra

Em se tratando da sua trilha sonora, Company of Heroes se sai muito bem. Não temos algo marcante, mas também não deixa de ser competente. E em se tratando de um jogo de guerra, é normal que a maior parte da nossa trilha sonora seja o barulho dos tiros e explosões. Porém, não dá para ignorar aquela temática clássica da segunda guerra mundial entregando algo ao mesmo tempo antigo e pesado.

Os efeitos sonoros são um dos pontos altos do game. Os tiros e explosão são bem imersivos e até mesmo quando não estamos observando confronto diretamente, é possível ouvir os disparos e as explosões a distância de forma, mais uma vez, bem imersiva, pois quanto mais distante, mais abafado e baixo o som fica.

Outro destaque está na dublagem dos soldados e das animações. Foram utilizados a linguagem nativa de cada país, como o inglês rebuscado dos Europeus e o Alemão gutural característico dos nazistas. Porém, um detalhe me decepcionou bastante. Na campanha Africana, somos comandados pelo temível general alemão Erwin Rommel, conhecido como a Raposa do Deserto. No entanto, quando ele dá as ordens e explica as missões, é falado um inglês com um sotaque característico dos alemães, o que acabou diminuindo bastante a imersão.

Análise: Company of Heroes 3

Conclusão da nossa análise de Company of Heroes 3

Company of Heroes sempre teve um espaço no meu coração. Sou fã da franquia desde o primeiro, não só por gostar da temática primeira guerra, mas também por apreciar jogos de estratégia. A pergunta é: essa sequência valeu 10 anos de espera? A resposta é sim, mas com ressalvas. A nova campanha traz um charme enorme para game, visto que são conflitos relativamente pouco abordados nos games. Porém, esperava um visual mais avançado para um game tão caro e com tanto tempo de espera.

Manter a jogabilidade que já é vitoriosa e adicionando novas mecânicas sem mexer muito no padrão foi uma escolha bem assertiva na minha opinião. Somado a isso, temos excelentes efeitos sonoros e uma dublagem ótima que só peca ao utilizar um general alemão falando inglês com sotaque. Concluo que sim, o game vale a pena, porém, talvez seja mais interessante esperar uma promoção pois não acho que o que foi entregue justifique um preço base de trezentos reais.

A análise de Company of Heroes 3 segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Company of Heroes 3

Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 8
Diversão - 9
Áudio e trilha-sonora - 9

8.5

Ótimo

Company of Heroes 3 é uma continuação digna da franquia que mantem a fórmula, mas sei deixar de adicionar novidades. No entanto, considero que o preço atual está bastante salgado para o que foi entregue.

User Rating: Be the first one !

Guilherme Segal

Apaixonado por games desde o Atari. Curte tanto PC que possui quase 800 jogos na Steam. Mas ainda acha que os games de hoje em dia não possuem o mesmo charme dos antigos, motivo pelo qual ainda joga Heroes of Might and Magic 2 até hoje.

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