Análise: Stray Blade não anima, mas também não decepciona
Jogo é razoável na proposta de trazer uma experiência Soulslike, mas a jogabilidade não se destaca

Desenvolvido pelo estúdio alemão Point Blank Games, Stray Blade propõe uma experiência Soulslike em um mundo vasto e com uma narrativa de fantasia, colocado elementos com os quais os jogadores já estão familiarizados, em análise. O jogo é o primeiro grande projeto do estúdio, e teve sua distribuição realizada pela 505 Games.
Em um cenário repleto de games seguindo ideias semelhantes de combate e jogabilidade, é necessário se destacar com mecânicas e ambientações inovadoras a fim de cativar o público. Ainda mais considerando as plataformas nas quais o game seja lançado, pois ao competir com os estúdios AAA, é ainda mais fácil se encontrar no limbo. E Stray Blade traz algumas mudanças que o diferencia de outros games do estilo, mas mesmo assim não garantem sua relevância no gênero.
Essa análise de Stray Blade foi feita graças a um código de PS5 cedido pela desenvolvedora. Stray Blade está disponível para Playstation 5, Xbox One e Series, e PC (via Steam), e conta com textos e legendas em Português do Brasil.
Explorando uma terra misteriosa
Em Stray Blade os jogadores são colocados na pele de Farren, um aventureiro que se depara com um cristal gigantesco que, ao ser tocado, o lança para longe, inconsciente. Ao acordar, o protagonista se vê em uma floresta misteriosa e logo conhece o seu parceiro de jornada, Boji, uma criatura capaz de falar e realizar magias. Os dois então partem em uma jornada para restaurar a paz na terra consumida pela guerra de Acrea. No caminho, os mesmos devem enfrentar chefões, quebrar encantamentos mágicos e diversos clichês com os quais já estamos acostumados em histórias de fantasia.
A narrativa é contada conforme os jogadores progridem nas missões principais, e reforçam os laços de companheirismo entre os dois protagonistas da aventura. Mas um dos maiores destaques do game se deve aos cenários expansivos pelos quais é necessário explorar a fim de alcançar os objetivos da jornada. O game conta com uma boa variedade de locais diferentes e que contém segredos a serem explorados. Desde colorações diferentes para as roupas do personagem, a instruções de como criar novos equipamentos, é interessante e recompensador explorar os cenários.
No entanto, os cenários grandes e interconectados contam com problemas relacionados a áreas confusas de se navegar, mapas não muito intuitivos e a necessidade de dar voltas imensas para chegar aos locais necessários. Existem pontos de teleporte no mapa, mas os mesmos não são muito próximos e acabam não facilitando a locomoção em certas ocasiões.
Repleta de inimigos nada amistosos
O combate de Stray Blade traz elementos já conhecidos pelos fãs do gênero Soulslike, com botões de ataques leves e pesados, assim como a possibilidade de contra-atacar os inimigos. No entanto, o jogo conta com uma mecânica de dois tipos de defesa para os ataques inimigos. Cada oponente possui padrões de combate que causam os personagens a receberem contornos azul ou vermelho. Ataques com contorno vermelho só podem ser prevenidos ao esquivar, enquanto os azuis exigem o contra-ataque.
Com isso, os jogadores saberão qual ação será necessária para se proteger de cada ataque para fazer uso total de suas habilidades e, assim, garantir êxito nas batalhas. Mas como tudo tem um porém, notei que o tempo de carga de cada ataque inimigo se diferencia e isto ocasionou minhas ações a serem adiantadas demais para defender os avanços inimigos. Por conta disso, em muitas das vezes, instintivamente realizei as ações logo ao ver os contornos dos oponentes, e fui punido com ataques fortes dos mesmos. E assim, percebi que as cores acabaram confundindo e causando certas derrotas indesejadas por seguir mecânicas de combate que poderiam estar mais polidas.
Além dos ataques, o game também conta com uma quantidade enorme de armas diferentes, que trazem uma grande diversidade de estilos de combate. Fora isso, cada arma conta com uma porcentagem de maestria que desbloqueia atributos diferentes para o jogador, caso seja alcançado o nível máximo. Por conta disso, o game constantemente reforça a necessidade de testar jogabilidades diferentes caso os jogadores queiram progredir na aventura.
E grandes decepções
O game conta com um estilo artístico bem definido, com gráficos fantasiosos e bonitos. Os cenários são repletos de detalhes, mas ao mesmo tempo que os visuais se destacam, sinto uma energia um pouco genérica de toda ambientação apresentada na aventura. A trilha sonora e efeitos visuais é razoável, e a dublagem entretêm, mas mesmo assim não garantem algum destaque maior ao produto final.
Além disso, diversas falhas na jogabilidade um pouco truncada e narrativa com não muito original, Stray Blade realiza uma análise promissora do gênero. Com ideias muito interessantes, mas que poderiam ser executadas com maior polimento, o fator Indie do game é visível por estas falhas. Mesmo assim, o jogo impressiona pelo mundo grande e expansivo contido na experiência.
Certas mecânicas não funcionam como esperado, e até a opção de mirar em inimigos se torna pouco polida em combates contra grandes números de oponentes. Balanceamento de inimigos, progressão de níveis e o desbloqueio de novas armas e equipamentos também conta com pontos a serem melhorados. Enquanto certas batalhas são extremamente fáceis, nos deparamos com combates que exigem diversas tentativas para serem vencidos. Isto torna a jogabilidade punitiva e menos convidativa do que em jogos do mesmo estilo.
Conclusão da Análise de Stray Blade
Stray Blade comprime uma experiência promissora com mecânicas interessantes e inovadoras para o gênero, como a possibilidade de evoluir níveis de armas para aprimorar seu personagem. No entanto, a contrapartida de possuir diversos elementos que beiram o genérico, tiram grande parte dos méritos do produto final. O jogo se torna pouco imersivo e animador, apesar de acertar nos visuais, construção de mundo e combate.
E tais pontos negativos evidenciam ainda mais as falhas na jogabilidade, o que torna o game ainda menos chamativo para novos jogadores. Vale ressaltar que a experiência não é ruim, mas também não realiza nada extremamente bom que compense todas as falhas e oportunidades perdidas. Mas o ponto do jogo ser desenvolvido por um pequeno estúdio e não por uma grande corporação, justifica o escopo e polimento do game.
A análise de Stray Blade segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
Stray Blade
Visual, ambientação e gráficos - 7.5
Jogabilidade - 6
Diversão - 6
Áudio e trilha-sonora - 7
6.6
Razoável
Stray Blade apresenta um Soulslike com história, jogabilidade e mundo pouco originais, mas que contam com uma aventura que pode agradar fãs do gênero que estejam na busca de uma experiência nova neste mesmo estilo.