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Análise: Final Fantasy XVI é uma obra fantástica que homenageia a origem da franquia

O inicio de uma nova saga dos cristais

Final Fantasy é uma consagrada franquia de RPGs que traz consigo um legado enorme sendo composta atualmente de 16 títulos principais, onde alguns possuem continuações próprias além de inúmeros spin-offs. Após ter feito recentemente a análise de toda a coletânea Pixel Remaster, finalmente vamos falar sobre o ambicioso Final Fantasy XVI que abraça por completo o sistema de action RPG, abandonando a ideia dos RPGs mainstream de ter um mundo aberto demasiadamente grande. Quer saber mais sobre o décimo sexto conto de Final Fantasy? Continue lendo a nossa análise.

Essa análise de Final Fantasy XVI foi escrita graças a um código de Playstation 5 cedido pela Square Enix. O jogo se encontra com legenda em pt-br.

Reviravoltas, intrigas, guerras e uma pegada medieval

Final Fantasy XVI conta a história do continente de Valisthea que é dividido entre o Grão-Ducado de Rosalia, o Sacro Império de Sanbreque, o Reino de Waloed, a República Dhalmekia, o Reino de Ferro e, por fim, o território neutro que é o Domínio Cristalino. Logo de começo estamos envolvidos numa batalha épica entre o Reino de Ferro contra a República Dhalmekia, porém não somos soldados do campo de batalha, pois o protagonista Clive Rosfield foi designado a uma missão suicida em nome do Sacro Império de Sanbreque para capturar e eliminar a dominadora da Shiva. Contudo, durante um confronto entre Shiva e Titan, Clive acaba se acidentando e ficando brevemente inconsciente.

Apesar dele ter apagado por pouco tempo foi o suficiente para as lembranças de sua juventude virem à tona, quando o rapaz ainda tinha apenas 15 anos e era um jovem escudo de Rosalia.

Apesar de Clive de ser o príncipe primogênito, ele não foi agraciado como dominador da Fênix, fazendo com Joshua, seu irmão mais novo, fosse escolhido pelo pássaro flamejante e, consequentemente, virasse o herdeiro do trono de Rosalia. Clive, por sua vez, optou em treinar para entrar na cavalaria especial do reino “os escudos de Rosalia” e assim poder proteger Joshua. Contudo, num momento importante ocorreu uma traição inesperada onde o Império acabou atacando o reino de Rosalia, fazendo com que uma tragédia separasse os irmãos

Final Fantasy XVI se passa em várias épocas diferentes onde podemos ver a evolução dos protagonistas e seus personagens, trazendo maior profundidade e, consequentemente, deixando nítida a evolução e mudança de suas personalidades com o passar do tempo. Por exemplo, vemos o protagonista quando era adolescente e tinha uma energia contagiante, posteriormente na faixa dos 23 anos sendo um “marcado” e tendo que sobreviver a todo custo e, por fim, 5 anos mais tarde onde ele está mais maduro e com grandes responsabilidades sobre suas costas.

Além de Clive, temos também a participação de outros personagens extremamente carismáticos de suas próprias formas como Joshua, Jill e Cid. Além de sermos apresentados a antagonistas de peso que possuem seus próprios arcos de desenvolvimento como a manipuladora Benedikta Harman, o temível Hugo Kupka e poderoso Barnabas Tharmr.

Final Fantasy XVI acerta em cheio na construção de seu roteiro, pois traz inúmeros arcos onde cada um é composto por um objetivo específico acompanhado de um antagonista, enquanto a trama principal se desenrola em segundo plano até o momento em que finalmente chega o arco referente e ela, fazendo com que tudo que ocorreu no decorrer do game culmine nesta derradeira conclusão.

Outro acerto de FFXVI relacionado a sua narrativa estão nas missões secundárias que de antemão digo que são divididas em dois tipos. O primeiro, que são marcadas com um sinal de exclamação, e servem para nos apresentar mais sobre personagens secundários, o mundo e até mesmo vivência de pessoas normais das regiões do game. Enquanto o outro tipo é marcado por um símbolo de adição e, como sugerem, servem para agregar de uma forma mais direta do que em questões de narrativa, pois permite que o jogador aumente o espaço de seu inventário de poções, desbloqueie a receita de uma arma poderosa ou equipamento lendário e até mesmo desbloqueia mecânicas que passariam perdidas caso o jogador não as concluísse.

FFXVI tem uma ligação intimista com os primeiros jogos da saga

É algo até engraçado ter visto tantas ligações que Final Fantasy XVI possui com os primeiros jogos da franquia, pois realizamos justamente a análise do primeiro ao quinto título graças ao Pixel Remaster Collection. Afinal, o jogo é recheado de referências aos primeiros games da franquia, fazendo com que ele seja muito mais próximo do que os antecessores.

Não digo somente pela pegada medieval que ele traz consigo, mas também citações e nomes. Além disso, por mais que o jogo não utilize um sistema de jobs, aqui vemos dragon knights, shinobis, summoners e outros guerreiros que fazem parte dos jobs clássicos da franquia. Adicionalmente, a lore do game também segue a narrativa de ter existido uma civilização mais antiga que tinha um desenvolvimento tecnológico acima do atual igual vemos em alguns jogos antigos e também no saudoso Final Fantasy X.

Em Final Fantasy XVI temos um mapa-múndi onde podemos selecionar para qual região iremos, servindo como uma forma de fast travel.

Análise Final Fantasy XVI

Abraça a ação, sem abandonar a origem

Final Fantasy XVI segue o intuito de ser um action RPG igual vemos em Final Fantasy XV e Final Fantasy VII Remake, porém, diferente dos outros, não temos uma utilização tão livre da party. Praticamente você controla Clive do começo ao fim, onde em alguns momentos tem a possibilidade de controlar Joshua. Além disso, o protagonista é acompanhado na maior parte da sua jornada pelo seu cachorro com semelhanças de lobo, o Torgal, que é capaz de executar dois tipos diferentes de ataques e também possui uma habilidade de cura para auxiliar o Clive.

Falando em questão de jogabilidade temos quadrado para o ataque físico, triângulo para disparar ataques de longo alcance como bolas de fogo, salto com o X, L1 para dar target e esquiva com o R1. Mas o círculo? Vou explicar agora a utilização dele e que o seu conceito fica interligado com os outros botões restantes.

Clive não é naturalmente um dominador de Eikon, ele apenas recebeu a bênção da Fênix e, consequentemente, tem magia baseada no pássaro de fogo. Com o círculo é possível utilizar uma “habilidade única” vinda da fênix que é um dash direto até o inimigo. Porém, o protagonista tem um outro poder especial que o permite utilizar habilidades de outros dominadores. Dito isso, a utilização do círculo vai alternando de acordo com o poder equipado. Por exemplo, utilizando a Garuda será possível puxar inimigos até você, o Titã traz um escudo que permite executar um poderoso parry, enquanto Ramuh dispara esferas elétricas que detonam nos inimigos.

É possível equipar até três eikons ao mesmo tempo e ir alternando ao apertar L2. Além de mudar o elemento que você dispara e a habilidade única, você tem à sua disposição quatro golpes especiais de cada onde poderá equipar dois desses ataques.

Em resumo, Clive tem um arsenal ofensivo muito extenso e que permite o jogador a optar entre vários ataques especiais que estão disponíveis. Sendo assim, você pode montar builds a bel-prazer e elevar o nível das habilidades que melhor se encaixa ao seu estilo de jogo.

Análise Final Fantasy XVI

Batalhas frenéticas e épicas

Agora que já falamos sobre os comandos, vamos falar sobre as batalhas de Final Fantasy XVI. Elas possuem um estilo de combate mais rápido, onde você terá que usar todas as suas habilidades para executar combinações devastadoras contra os mais variados tipos de inimigos. Apesar desse combate ser bastante ágil, ele segue os moldes que vemos no remake de Final Fantasy VII, mas sem a opção de desacelerar o jogo para selecionar alguma matéria ou golpe especial. Praticamente é uma mescla entre esse sistema de batalha com aquele que vemos no Final Fantasy XV, mas com menos piruetas no ar.

É válido pontuar que é possível mudar o foco do jogo entre ação e história e que caso escolha o modo história, você receberá um tempo extra para exercer algumas dessas ações no meio da batalha, como ter mais tempo para uma esquiva.

Há alguns inimigos que possuem barra de vigor, fazendo com que eles só levem dano relevante após essa barra ser obliterada. Consequentemente, eles ficam paralisados brevemente, permitindo que você aproveite a oportunidade para fazer o máximo de dano possível, enquanto eles se recuperam. Além disso, o combate tem mudanças significativas de acordo com o tempo do inimigo, uma vez que enfrentar humanos/humanóides terá um ritmo distinto, sendo muito mais ágil, enquanto confrontar inimigos enormes será necessário mais estratégia e cuidado, fazendo com que a batalha seja mais lenta e cuidadosa.

Já as batalhas de Eikons são a melhor parte do jogo, fazendo com que o sistema de combate mude bastante. Por exemplo, quando Clive invoca o Ifrit e temos o comando pela primeira vez, sentimos como se estivéssemos jogando um “godzilla simulator”, onde a batalha de Ifrit contra o seu inimigo acaba tendo um peso enorme durante o combate, fazendo ele parecer pesado e lento. Porém, nas batalhas posteriores temos um controle mais livre e ágil.

Além disso, há algumas batalhas contra chefes que se tornam experiências bem únicas, como confrontar um inimigo em movimento, tendo que desviar de obstáculos ao mesmo tempo em que o ataca ou batalha aérea que toma um estilo familiar a shoot’em up.

Gráficos, áudio e desempenho

Final Fantasy XVI utiliza uma engine gráfica própria que foi nomeada de Creative Business Unit III que é capaz de proporcionar gráficos realistas ao mesmo tempo que traz um ar de fantasia sobre os seus modelos gráficos. A quantidade de detalhes é simplesmente impressionante não apenas em seus personagens, mas também nos cenários e criaturas. Quando os eikons são invocados temos um show de efeitos, partículas e iluminação que é simplesmente impressionante.

Apesar de Final Fantasy XVI ter gráficos tão lindos, sua resolução fica prejudicada quando vamos para o modo desempenho. O jogo alcança os 60 FPS, porém, como dito, sua resolução acaba caindo de maneira considerável, fazendo com que o modo qualidade se torne uma opção bastante atrativa por trazer uma melhor visualização de seus belos gráficos, mas a 30 FPS.

A trilha sonora de Final Fantasy XVI é simplesmente fantástica e memorável, trazendo diversas melodias marcantes e sons que constroem de maneira excepcional a identidade auditiva do jogo, fazendo jus ao que foi construído no decorrer das décadas com os seus antecessores. A dublagem inglês e japonês estão em pés de igualdade para a sua qualidade. No entanto as vozes em inglês tem uma singela vantagem por conta do sotaque medieval que os personagens possuem e trazer uma maior imersão relacionada ao período que o jogo passa.

Por fim, seu desempenho é o que ficou um pouco a desejar ao apresentar algumas quedas de frames quando há muitas coisas ocorrendo ao mesmo tempo. Infelizmente algumas vezes é bastante perceptível, ainda mais após o início do último ato do jogo onde um filtro é colocado e, aparentemente, também se torna um dos causadores destas quedas de quadros por segundo.

Conclusão da análise de Final Fantasy XVI

Finalizando essa análise de Final Fantasy XVI, preciso citar como foi uma experiência satisfatória em acompanhar essa aventura fantástica. Sua narrativa, personagens, arcos e desenvolvimento são escritos com excelência, enquanto suas cenas cinematográficas conseguem trazer uma imersão enorme a tudo que está ocorrendo, principalmente pelas inúmeras invocações de eikons e batalhas envolvendo eles.

Apesar de seu desempenho não estar 100%, principalmente no modo performance, o jogo acaba trazendo vários pontos positivos que ajudam a disfarçar esse defeito. Porém, ainda assim, é aconselhável optar pelo modo gráfico para que a sua experiência tenha maior aproveitamento.

O sistema de batalha pode até ser estranho à primeira vista e demorar um pouco para se acostumar com ele, porém, após masterizar os seus comandos ele se torna algo extremamente viciante. As batalhas de eikons também auxiliam para que o jogo não se torne repetitivo, fazendo com que o jogador fique vidrado em acompanhar essas lutas colossais.

Final Fantasy XVI é um jogo fantástico, faz jus a franquia ao modernizá-la ao mesmo tempo em que resgata diversos aspectos que foram esquecidos com o tempo. Ele não é apenas um grande Final Fantasy, mas também um jogo excepcional.

Análise Final Fantasy XVI

Essa análise de Final Fantasy XVI segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Análise de Final Fantasy XVI

Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 10
Diversão - 10
Áudio e trilha-sonora - 10
Narrativa - 10

10

Perfeito

Final Fantasy XVI é simplesmente incrível, trazendo uma imersão enorme ao universo do jogo juntamente de uma narrativa mais madura e com personagens incríveis. O jogo consegue surpreender por seus gráficos deslumbrantes mesclado de uma trilha sonora épica e memorável. Infelizmente ele apresenta alguns problemas de performance, mas nada que impeça o avanço dos jogadores. O novo capítulo dessa franquia chegou com excelência para os fãs.

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Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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