Análise: Trepang2 é um FPS interessante

Como vocês já me conhecem, sabem que atualmente jogo jogos do tipo roguelike/roguelite e metroidvania. E confesso que entrei em um “campo seguro”, aonde fiquei muito sossegado em jogar e analisar esses tipos de jogos. Porém, recebi um desafio de “sair da minha bolha” e encarar a análise de Trepang2, um FPS com bastante ação, tiro, bomba, poderes sobrenaturais… Então vem comigo e vamos lá!

AVISO: o jogo possui bastante violência, destruição, desmembramento e um toque de terror. Não recomendo que jogue ou prossiga na análise se você tem menos de 18 anos ou é sensível a este tipo de conteúdo gore.

Esta análise só foi possível graças a uma cópia digital de Trepang 2, gentilmente cedida pela produtora, para a versão de PC, via Steam.

Sobre Trepang2

Trepang 2 é um jogo de tiro em primeira pessoa single player. O personagem principal é um soldado fugitivo, que não tem mais memórias do seu passado, porém possui poderes sobrenaturais. Sua atual meta é apenas vingança, principalmente porque ele foi preso sem motivo algum e conseguiu escapar de uma prisão de segurança máxima, com a ajuda de um grupo misterioso.

Infelizmente, o jogo não possui legendas em PT-BR o que acaba não sendo algo inclusivo para nós. E para piorar, em alguns momentos, as legendas aparecem no canto diagonal superior esquerdo da tela, com tamanho pequeno, o que dificulta a leitura. Ainda bem que as legendas que aparecem nos cantos não são tão importantes para jogar.

Geralmente eu não critico a falta de legendas nos jogos, porém a Team17 já é uma empresa de tamanho relativo para não incluir nossa língua no jogo.

Gráficos

De modo geral, Trepang2 tem gráficos bem agradáveis. Os objetos nos cenários estão com design extremamente representados e até mesmo os pequenos detalhes são chamativos, me passando a impressão de um realismo elevado. A iluminação apresentada está excelente, sendo quase comparável a Sherlock Holmes Chapter One.

Entretanto, alguns elementos não ficaram tão legais assim. Em alguns momentos, tive a sensação de uma falta de polimento (ou capricho) nos objetos, destoando com o resto da cena. Um exemplo que mostro é este soldado aqui:

Repare que, além da face de “Droga, morri!”, o NPC me passou a sensação de apenas estar ali, como se o inserissem por Photoshop. Ou ao contrário: o NPC que está ali, porém a parede ao fundo é um chroma key e o braço do NPC é uma camada à parte.

Para finalizar, eu adorei a HUD/UI do jogo. Bem simples e direta, a HUD do jogo é bem fácil de ver e não intrusiva. E ainda tem uma opção no jogo que você pode desativar/ativar informações na tela, deixando o jogador decidir a melhor maneira de graficamente jogar.

Jogabilidade

Aqui em Trepang2, posso dizer que o jogo é um FPS bem clássico: você anda, atira, mira, lança granada, pega armas, munições, coletes de proteção, kit médico para recuperar a barra de vida… Apesar de não ser fã de jogos FPS, eu gostei muito desta forma clássica. Mas o jogo tem algumas novidades que eu gostei muito: os superpoderes.

Nesse jogo, o protagonista possui habilidades sobrenaturais que é um diferencial gigante para o jogo. As principais habilidades são a possibilidade de ficar em modo stealth por alguns segundos e a capacidade de aceleração: ao ativar o efeito, o mundo fica mais lento e você consegue agir normalmente, como se fosse um efeito Bullet Time ou Matrix. E vão por mim: essas habilidades são extremamente importantes.

Todavia, alerto novamente que o jogo possui uma violência exagerada, com um conteúdo gore extremo. Caso você não saiba o que é gore, deixarei aqui o conceito:

Gore ou Splatter é um subgênero cinematográfico dos filmes de horror, que é caracterizado pela presença de cenas extremamente violentas, com muito sangue, vísceras e restos mortais de humanos ou animais.

Fonte: https://www.significados.com.br/gore/

Ou seja, se você é sensível a esse tipo de conteúdo, aconselho a não jogar Trepang2. Ou desligar a opção de violência excessiva nas opções.

Antes de prosseguir, quero deixar claro nesta análise que não estou criticando o gore excessivo, pois é uma das propostas de Trepang2. Só quero mesmo alertar ao nosso leitor que não gosta do tema, que evite o jogo.

Adicionalmente, tenho uma crítica: para um jogo que tem um gore extremo e que promete uma jogabilidade frenética e brutal, é estranho como alguns objetos não destroem. Durante a análise, eu encontrei mesas, cadeiras, caixas e caixotes indestrutíveis mesmo atirando diretamente nos objetos ou lançando granadas. Sinceramente, achei bem bizarro.

De uma forma geral, Trepang2 é jogável tanto por teclado e mouse quanto por controle. E, para quem me conhece, sabe que eu sou um ferrenho defensor de controles, porém nesse jogo eu aconselho e muito o uso de teclado e mouse.

Para finalizar, não sei se foi problema meu ou se é do próprio jogo: eu não consegui fazer um zoom na mira das armas, dificultando e muito acertar headshots. Posso não ser um grande fã de jogos FPS, mas sempre é prazeroso acertar um pelo tiro na cabeça dos inimigos.

Sonoplastia

Não falarei dos efeitos sonoros de Trepang2 porque eles são bons, nada que mereça um destaque nesta análise.

Porém, as músicas do jogo são boas. Com um rock mais “alternativo” (perdoem-me se usei o termo errado), o jogo possui uma trilha sonora que faz o jogador entrar no clima e ritmo do jogo. Particularmente, eu gosto muito quando os desenvolvedores se preocupam em imergir o jogador na cena, através das músicas do jogo.

Caso esteja interessado, você pode ouvir a trilha sonora do jogo através do site bandcamp.com ou do canal do Youtube da Trepang Studios. E caso queira adquirir a trilha sonora, você pode adquirir no site da bandcamp.com ou na Steam, através deste link.

Considerações finais de Trepang2

Apesar do jogo ter a sua identidade própria e jogabilidade diferenciada, a primeira fase do jogo me deu uma sensação enorme de jogar um mod de Outlast. E se você nunca jogou Outlast, posso resumir a fase como “Siga em frente, olhe para o lado! Se livre do inimigo na balinha da sua arma!”. E confesso que isso trouxe um desânimo gigante, afinal eu não gostei de Outlast e jogar algo parecido com um mod não me agradava. Contudo, ao passar da primeira fase, vi todo o potencial do jogo. Ainda tem muito de “siga em frente”, porém o jogo flui da sua maneira.

Sua jogabilidade mais clássica, utilizando kit médico para curar o personagem, o diferencia dos FPS mais modernos, deixando uma jogabilidade mais estratégica ao jogo. Afinal, devo jogar como Rambo versão Matrix ou vou de forma mais cautelosa?

Por fim, Trepang2 é bem honesto naquilo que propõe: muito tiro, porrada, bomba, poderes sobrenaturais, desmembramento, sangue… Em alguns momentos fica até exagerado.

Trepang2 já está disponível para PC, através da Steam e da GOG. Uma versão para Playstation 5 e Xbox Series S|X está nos planos dos desenvolvedores, porém sem uma data confirmada.

Essa análise de Trepang2 segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.