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Análise: Ratchet & Clank: Rift Apart (PC)

Um port muito bom, mas ainda com seus erros

Ratchet and Clank: Rift Apart finalmente chegou ao PC dois anos após seu lançamento como um exclusivo do PlayStation 5. Esta nova versão para computadores, portada pela aclamada Nixxes Software, traz a aclamada aventura interdimensional dos icônicos heróis Lombax para os jogadores de PC. Como uma das primeiras implementações do DirectStorage da Microsoft, Rift Apart promete tempos de carregamento mais rápidos e melhor desempenho. Porém, apesar de impressionar tecnicamente em muitos aspectos, o port precisa de mais tempo no forno para corrigir uma série de problemas técnicos e gráficos antes de realizar todo o seu potencial. Se você quer saber o porquê disso, confira abaixo a nossa análise completa de Ratchet & Clank: Rift Apart no PC com todos os detalhes:

Enredo e Personagens

A história de Rift Apart se passa após os eventos de Ratchet & Clank: Into the Nexus. O vilão Dr. Nefarious cria um dispositivo interdimensional que acaba causando rupturas no tecido do espaço-tempo. Isso leva Ratchet e Clank a encontrarem versões alternativas de si mesmos: Rivet, uma Lombax do sexo feminino, e Kit, um robô feminino. Juntos, eles precisam deter Nefarious e consertar as anomalias dimensionais antes que seja tarde demais.

A premissa permite que o jogo explore versões alternativas de locais já conhecidos pelos fãs, além de novos planetas. Isso traz uma boa dose de nostalgia, mas sem deixar os novatos totalmente perdidos. Os novos personagens Rivet e Kit são carismáticos e ajudam a equilibrar a natureza mais introspectiva de Ratchet com a atitude mais extrovertida de Clank. Isso faz com que a história flua bem, com ótimas sequências de ação e alguns momentos tocantes aqui e ali.

Jogabilidade e Arsenal

O gameplay há muito tempo é o ponto alto da série Ratchet & Clank, e Rift Apart não é exceção. A jogabilidade mistura tiroteio frenético em terceira pessoa com plataformas leves e algumas fases de exploração. É quase sempre rápido e fluido, raramente se tornando cansativo, mesmo com a curta duração de 10 a 15 horas.

Confira a nossa análise de Ratchet & Clank: Rift Apart para PS5 para saber mais sobre a história do jogo

Agora, o arsenal de armas malucas e criativas é um show à parte. Desde espingardas elétricas gigantes até lança-mísseis com brocas perfuradoras, há uma grande variedade de opções para causar destruição. Cada arma pode ser aprimorada e customizada, adicionando mais uma camada de estratégia ao combate. Felizmente, no PC, os controles adaptáveis do DualSense do PS5 funcionam perfeitamente, inclusive de forma wireless, e representam uma das melhores implementações que já vi. As funções do controle já adicionavam uma dimensão única à sensação das armas no console da Sony, e aqui não é diferente.

Além das armas, os jogadores também ganham uma grande quantidade de habilidades de movimento, como gancho, botas de foguete e muito mais. Essas habilidades são colocadas à prova em fases de perseguição e também podem ser usadas para explorar os grandes hubs do jogo. Cada planeta é como uma mini área aberta repleta de segredos e missões secundárias.

Gráficos e Desempenho

Visualmente, Rift Apart impressiona tanto quanto no PS5, possivelmente ainda mais dependendo do hardware. Em uma configuração high-end com RTX 3080ti em 1440p com tudo no ultra, a taxa de quadros fica constantemente acima de 60 fps na maioria das áreas, caindo para 45-50 fps apenas nos momentos mais intensos com muitos efeitos na tela. Em 2160p, entretanto, a história é um pouco diferente, visto que as taxas de quadros podem cair para a casa dos 40 fps em certas regiões.

Ativando o DLSS no modo Performance, entretanto, os quadros sobem para a faixa dos 90-100 fps sem perda perceptível na qualidade da imagem. O upscaling via DLSS gera menos artefatos e ghosting em movimento do que o IGTI do PS5. Infelizmente, o ray tracing apresenta inconsistências mesmo depois de patches. As sombras em modo ultra ainda exibem artefatos estranhos como blocos ao redor de objetos como grama.

Ray Tracing e Tempos de Carregamento

O ray tracing em si impõe uma penalidade de performance considerável, fazendo a taxa de quadros cair pela metade dependendo da cena. Por isso, muitos jogadores provavelmente optarão por deixar o RT desativado. Vale notar que o suporte para ray tracing em GPUs AMD foi adicionado em 10 de Agosto, expandindo as opções de visualização para usuários dessas placas.

Os tempos de carregamento se beneficiam do DirectStorage 1.2 da Microsoft, com a GPU ajudando a descompactar assets direto do armazenamento. Ainda assim, eles não chegam a ser tão rápidos quanto no PS5 mesmo em PCs high-end com NVMe PCIe 4.0. Notei pausas ocasionais ao atravessar portais dimensionais pela primeira vez, que somem em passagens subsequentes por conta do carregamento em cache. Isso não é nada que atrapalhe a experiência de forma drástica, mas de fato, o jogo não roda impecavelmente, como acontece no PS5.

Infelizmente há outros problemas técnicos além da performance mista. O jogo trava e tem quedas de frame mesmo em PCs potentes, e efeitos como transparência e filtragem de textura não funcionam direito em algumas áreas. A Nixxes trabalhou duro para lançar patches para o jogo, mas claramente mais otimização e correções são necessárias antes que este port realmente faça justiça ao grande jogo lançado para PS5.

Conclusão – Análise – Rachet & Clank: Rift Apart (PC)

Para resumir esta análise de Ratchet & Clank: Rift Apart para PC, o jogo entrega uma boa dose da ação frenética e dos visuais deslumbrantes que fizeram deste um dos melhores exclusivos do PS5. Porém, a quantidade de problemas técnicos e gráficos fazem desta uma versão difícil de recomendar no estado atual. Os fãs provavelmente farão vista grossa, mas novos jogadores talvez queiram esperar alguns patches antes de embarcar nesta aventura interdimensional.

Ratchet & Clank: Rift Apart

Visual, ambientação e gráficos - 8.5
Jogabilidade - 8.5
Diversão - 8.5
Desempenho - 6.5

8

Ótimo

Ratchet & Clank: Rift Apart" faz uma transição impressionante para o PC, mantendo sua jogabilidade vibrante e visuais deslumbrantes. Apesar de alguns problemas técnicos que necessitam de refinamento, a versão PC oferece uma experiência envolvente que agrada tanto aos fãs da série quanto aos novos jogadores. A espera por alguns patches pode ser aconselhável para aqueles em busca de uma experiência perfeita.

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Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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