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Children of The Sun: Primeiras Impressões

Um jogo perturbador e interessante

O universo jogos indie continua a nos mostrar títulos fascinantes com grandes ideias e direções de arte que realmente nos chamam a atenção. Ano passado a Devolver Digital lançou alguns jogos independentes excelentes, dentre eles The Talos Principle 2, Gunbrella e Sludge Life 2. Children of the Sun é o próximo na linha de jogos excepcionais da empresa, inaugurando os seus anúncios de 2024, e nos trazendo uma experiência única de combate tático e resolução de quebra-cabeças enquanto lidamos com um culto sinistro.

O que realmente chamou a minha atenção na premissa e gameplay de Children of the Sun foi o conceito de uma protagonista vingativa enfrentando sozinha um culto que arruinou sua vida. Com apenas uma bala, ela tem de usar habilidade e precisão para ricochetear sua munição única e atingir o máximo de inimigos possível, ganhando pontos pela eficiência.

Nós recebemos o jogo antecipadamente para testar as primeiras duas horas. Essas incluem 15 fases criadas por René Rother, o desenvolvedor solo por trás de Children of the Sun, que construiu o jogo para PC com muita criatividade utilizando Unity. Se você quer saber tudo sobre as nossas primeira impressões de Children of The Sun, confira o nosso preview abaixo abaixo:

Combate Brutal e Quebra-Cabeças

Cada fase de Children of the Sun coloca o jogador em mapas fechados e com um grande número de inimigos posicionados estrategicamente pelo cenário. O objetivo principal é eliminar todos os oponentes da forma mais eficiente, aproveitando ao máximo sua bala única por meio de ricochetes certeiros, ganhando pontos de acordo com a quantidade de baixas e o quão rápido você consegue finalizar o mapa.

Você conta com duas habilidades que permitem controlar a trajetória do projétil após o disparo, seja para desviar de obstáculos ou literalmente alterar o curso e acertar alvos em outra direção. Planejar cuidadosamente seu único tiro e seus possíveis ricochetes é o cerne do gameplay, exigindo reflexos rápidos para lidar com tantos inimigos ao seu redor – um dos grandes desafios de Children of the Sun.

Colocar o jogador contra hordas de inimigos cultistas em cada cenário certamente exige não apenas tiro preciso, mas também pensamento rápido e tático. Você precisa de fato planejar ricochetes com a sua bala única, calculando trajetórias para atingir inimigos que não estão diretamente na sua mira.

Como mencionado, duas habilidades especialmente criativas ajudam na execução dessa tarefa: a primeira permite controlar parcialmente os ricochetes para desviar de obstáculos, enquanto a outra possibilita re-atirar sua bala para outra direção. Resolver essas situações com eficiência é mais do que apenas limpar o mapa, significa também garantir pontos importantes que vão para o ranking online.

Isso torna as fases rejogáveis enquanto você tenta melhorar seu desempenho, um ponto positivo que garante à experiência muita longevidade. Fora isso, a ação fluída e rápida de cada fase se encaixa perfeitamente para rodar por volta de 40 FPS no Steam Deck, onde o uso do giroscópio é especialmente satisfatório.

Direção de Arte Inquieta e Enredo Misterioso

A direção de arte singular de Children of the Sun certamente se destaca pelo estilo visual brutal, com uma paleta de cores que reflete a violência explícita. Os cenários se passam em florestas densas, cabanas isoladas, estações abandonadas de trem e igrejas decrépitas, que reforçam o clima de tensão e perigo que emana do culto sinistro.

Além disso, os personagens possuem designs minimalistas, quase sem expressões faciais, o que torna seus rostos ainda mais assustadores. Porém, o impacto dos tiros e ricochetes é sentido em todo seu esplendor sanguinolento assim que acertamos os inimigos, com o jogo fazendo questão de mostrar membros e vísceras sendo estraçalhados em explosões grotescas.

À medida que exploramos os mapas perturbadores, a direção de arte caprichada ajuda a introduzir, pouco a pouco, os elementos mais sombrios da história por trás do culto. Ficamos curiosos para desvendar mais sobre esta ordem brutal conforme avançamos pelos diferentes cenários.

Para fãs de filmes de suspense, gialli e produções estilizadas como o clássico Killer7, é impossível não notar a clara inspiração que Children of the Sun faz destes gêneros para compor sua inquietante identidade visual.

O grande mistério é: até onde o jogo será capaz de nos surpreender adiante em termos de variedade de cenários, novas armas, habilidades extras e reviravoltas chocantes na narrativa? Por ora, já posso cravar que René Rother acertou em absolutamente todos os pontos centrais ao conceber o projeto.

Conclusão – Primeiras Impressões: Children of The Sun

Para resumir, Children of the Sun de fato nos apresenta uma experiência de ação rápida e tática, unindo stealth com a necessidade de pensar estrategicamente na hora de atirar e controlar nossos ricochetes mortais. Combinado com sua arte sombria, trilha sonora opressiva e enredo misterioso sobre um culto sinistro, é um jogo que traz frescor para o cenário indie.

A esperança é que o jogo continue inovando em seu jogabilidade e narrativa para se manter interessante do começo ao fim. Até aqui, pelas primeiras horas que testamos, Children of the Sun parece muito promissor e já conseguiu cativar a nossa atenção com sua premissa única.

Resta esperar o lançamento ainda em 2024 para descobrimos até onde vão os segredos deste culto, as motivações de nossa anti-heroína vingativa e quais revelações ainda nos aguardam nesta guerra de uma só mulher contra uma ordem aparentemente imparável.

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Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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