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Review: Outcast A New Beginning

Outcast é um dos jogos que entraram no cenário cult de obras realizadas. Lançado em 1999 para PC, o jogo apresentou uma história de ficção científica apresentando o protagonista Cutter Slade onde ele explorava o mundo alienígena de Adelpha. Adicionalmente, o game é considerado como um dos precursores de jogos de mundo aberto.

Agora, mais de 20 anos após o lançamento do primeiro jogo, temos sua continuação direta. Neste review de Outcast A New Beginning iremos abordar como ele se sustenta como uma continuação e claro, se é um jogo que vale a pena ser jogado.

Bem vindo de volta a Adelpha

Outcast A New Beginning te coloca novamente no mundo de Adelpha que está sendo invadido por ninguém menos do que uma forte tropa humana armada. Misteriosamente Cutter Slade ressurge neste mundo em conflito sem se lembrar de absolutamente nada. E quando falo nada, é nada mesmo.

Ele não se recorda de sua missão, da onde ele está, de como chegou a Adelpha, de seu chefe e absolutamente nada. Esse esquecimento inclusive atinge as lembranças de sua família. E é aí onde reside o grande mistério do jogo.

Sendo chamado de Ulukai, o salvador na língua dos nativos, Slade irá ajudá-los a se protegerem dos humanos invasores. Ao longo de sua aventura, ele será apresentado a muitos de seus feitos do passado como também irá entender melhor o que aconteceu com ele e sua estranha ligação com este mundo.

Afinal, por que Slade perdeu sua memória? Por que ele não consegue morrer? O que ele está fazendo em Adelpha? Essas e outras perguntas serão a força motor para continuar a desbravar Adelpha.

Adicionalmente existe uma veia cômica ao falar com a população nativa. Ao chegar em uma das muitas vilas e conversar com seus moradores, Slade eventualmente irá soltar uma expressão humana como “dar a cara a tapa” ou então “tudo bem parceiro”.

Essas singelas expressões irão causar imediata reações bem engraçadas com questionamentos como: Por que eu iria deixar dar um tapa na cara? Ou então comentários como: Parceiro é o que chamamos quando dois machos moram na mesma casa. Isso quase sempre trouxe um sorriso em mim ao ver Slade tentar ser um espertalhão, mas acaba ficando em maus lençóis.

Outcast A New Beginning tem um ritmo questionável

E embora eu tenha gostado muito dessas interações em Outcast A New Beginning, nem tudo são flores. Por um lado temos diversos alívios cômicos e uma história que é realmente instigante, contudo, do outro lado temos um exagero na apresentação da cultura local e excesso de diálogos.

Aqui Outcast A New Beginning coloca a Slade em duas missões principais. A primeira é destruir bases avançadas dos humanos para reaver um mineral precioso. Já a segunda missão é ganhar a confiança de todos os povos de Adelpha.

E para essa segunda missão principal, você deverá seguir o seguinte protocolo. Ao chegar em qualquer vila você deverá falar com seu chefe. Em seguida deverá falar com algumas pessoas chaves que contém informação importante. Em seguida você irá entender qual é a função daquela vila e moradores neste mundo e, a partir daí, irá fazer missões para ganhar sua confiança a ponto de te darem um símbolo do povoado.

No entanto, você deverá passar por uma série de diálogos que por muitas vezes é quase infinita. Não apenas temos gigantescos diálogos, mas muitas das palavras são palavras locais. Portanto, nós teoricamente não temos conhecimento delas. Para ajudar, caso você deixe o gatilho direito pressionado, você terá acesso a um glossário em tempo real com a tradução de cada palavra.

Aqui devo dizer que esse é o primeiro erro de Outcast A New Beginning. Essa quantidade de informação e linguajar desconhecido, faz as conversas por muitas vezes serem maçantes. Admito que em determinados momentos eu fazia uma leitura dinâmica e avançava os diálogos para dar prosseguimento a história.

Outcast A New Beginning ou Avatar?

Embora essa parte da história e seu ritmo tenha me dividido neste review, algo que eu gostei muito foi da ambientação de Outcast A New Beginning. E logo de início eu fiz uma óbvia comparação a Avatar.

Afinal, temos um mundo alienígena que está sendo invadido por humanos e você opta em ajudar os locais ao invés de sua própria raça. Porém, as similaridades não param aí. Adelpha tem uma flora e fauna massiva e rica em detalhes.

Aqui encontraremos diversas regiões que vão desde uma selva fechada até uma região montanhosa com gelo e passando por áreas verdes, cenários de praia e até uma área rochosa e desértica. Basicamente todos os climas que possuímos estão muito bem representados neste mundo.

Adicionalmente, Outcast A New Beginning conta com sua fauna e costumes próprios e foi muito legal ver como os desenvolvedores trabalharam neste ponto. Cada uma das vilas é bem representada e as missões seguem uma lógica. Por exemplo, a vila pesqueira irá se preocupar com a pesca e alimentação de seu povo, enquanto a vila erudita, irá se preocupar com pergaminhos e busca de conhecimento.

No geral, você fará um mix de missões que vão desde pastorear uma espécie de ovelha local até ajudar a produzir uma bebida alcoólica. Isso certamente apresenta uma interessante quebra de ritmo que poderá ou não agradar aos jogadores. Afinal, sair de um combate intenso para uma missão de atropelar peixes ou de fugir de vespas é algo inesperado.

Se mudou de cor, então está mais forte

Agora trazendo a este review a parte da ação, eu temo dizer que Outcast A New Beginning poderá decepcionar alguns.

Slade irá basicamente contar com dois tipos de armas onde cada uma conta com sua munição própria. Através de modificadores poderemos alterar atributos chave como cadência de tiro, adição de algum efeito, recuperação de vida e mais. Isso faz com que mesmo com um arsenal limitado, possa revigorar suas estratégias.

Adicionalmente, Slade irá contar com uma série de melhorias para sua mochila propulsora onde melhora a quantidade de energia disponível, poderá planar e mais, assim como melhorias de combate que focam em sua esquiva, vida e escudo.

Por fim, ao ir finalizando as missões de vila, será possível contar com aliados inesperados como poder atrair um enxame de insetos em seus inimigos ou então montar e voar em uma gigantesca criatura.

Mesmo tendo uma gama muito honesta de possibilidades, eu senti o combate um tanto repetitivo. Inclusive eu vi algo que não via há muito tempo. Em Outcast A New Beginning um mesmo tipo de inimigo poderá ter mais de uma cor que influenciará em sua força final.

De forma geral, eu achei os combates tanto contra os androides dos humanos como com a fauna local um tanto repetitivos. Ao utilizar o arsenal de Slade, era possível me movimentar e desviar com uma certa facilidade onde eu eliminava meus inimigos sem grandes dificuldades. No entanto, o sentimento de repetição e falta de criatividade sempre esteve presente.

O mundo aberto de Outcast A New Beginning

E depois de ter abordado tantos pontos neste review, eu ainda quero falar de seu mundo aberto e atividades. Como já falei, Outcast A New Beginning possui um lindo mundo com uma densa e variada flora. Os ambientes por muitas vezes são deslumbrantes e a mobilidade fica mais ágil a cada nova evolução de Slade.

E para aproveitar esse belo visual e agilidade do protagonista, teremos muitos desafios espalhados por Adelpha. Todos eles serão focados em desafios de plataforma envolvidos com sua agilidade e precisão de pulo e voo.

Aqui geralmente teremos que fazer um mix entre pular, planar e desviar de projéteis inimigos. Tudo isso será feito explorando tanto a verticalidade como a horizontalidade de cada uma das regiões. Isso é um complemento interessante para a exploração que conta com ativação de pontos de viagem rápida, coleta de itens, destruição de focos de corrupção no ambiente e mais.

É importante ressaltar que algumas explorações não são tão agradáveis pois deverá pular imensas paredes de pedra para chegar aonde quer. Isso acaba demandando um certo tempo e leitura do ambiente que por muitas vezes se divide em diversas camadas confundindo o jogador.

Performance poderia ser melhor

Agora chegando na parte final deste review de Outcast A New Beginning eu quero falar de sua performance. Geralmente quando ela é funcional esse é um tópico que apenas pincelo, mas aqui é importante falar um pouco dele.

Ao longo da minha jogatina pra trazer este review, eu tive a oportunidade de jogar tanto no PS5 como no PC, incluindo o tão badalado Steam Deck.

Iniciando pelo PS5, aqui foi onde eu encontrei a experiência menos agradável de Outcast A New Beginning. No modo performance era possível ver uma ligeira queda de frames, mas no geral ele se sustentava bem. É importante salientar que a versão de console não deixou a desejar se comparado a versão de PC no quesito texturas e seus visuais. 

Adicionalmente no modo performance, eu reparei um leve screen tearing. Já falando do modo qualidade, a queda de frames era perceptível e honestamente eu não consegui me adaptar a ele. Isso porque o jogo ainda trazia uma clara inconsistência de frames.

E falando do PC, aqui foi onde tive a melhor experiência em Outcast A New Beginning. Ao jogar em minha RTX 3070 com DLSS em qualidade, eu atingi cerca de 60 frames com tudo no ultra. Contudo, quando eu pude pilotar a criatura voadora do jogo e fui explorar o mundo aberto com maior velocidade, eu tive inúmeros crashes. Crashes os quais nunca aconteceram ao explorar a pé.

Ou seja, nessa versão de pré lançamento, já considerando uma atualização entre o recebimento das chaves e antes do lançamento do jogo, eu vi uma clara evolução em sua performance. Mas ainda é insuficiente e espero ver uma nova atualização em seu lançamento para corrigir os problemas destacados.

E roda no Steam Deck?

E não vamos esquecer do Steam Deck! De início o jogo te oferece a possibilidade de jogar tanto em Direct X 11 como Direct X 12. Aqui já adianto que a experiência foi abaixo do satisfatório no Direct X 11, incluindo congelamentos ao acessar o menu no meio da jogatina.

Já ao jogar no Direct X 12 eu me surpreendi ao jogar no low entre 30 a 40 frames com uma certa estabilidade. Ao jogar em médio, as quedas eram mais perceptíveis e a experiência não era tão boa. Em pontos de estresse como os tiroteios foi onde senti uma maior queda de frames assim como quando muitos assets eram carregados.

Vale pontuar que Outcast A New Beginning ainda não possui suporte oficial para o portátil da Valve e que o jogo não conta com FSR. Acredito que muito em breve veremos ele rodando bem no Steam Deck, pois tem todo potencial para isto.

Conclusão de nosso review de Outcast A New Beginning

Outcast: A New Beginning é um retorno ousado e digno para uma das franquias cult de ficção científica. Embora apresente alguns tropeços em seu ritmo e combate, é indubitável que estamos diante de uma aventura imersiva e deslumbrante em um mundo alienígena rico em detalhes.

A história cativante que envolve a perda de memória de Cutter Slade, seu papel como “salvador” dos nativos adelphianos e sua estranha conexão com este planeta são elementos que certamente instigarão os jogadores a desvendar os mistérios deste universo. Fora isso, as pitadas de humor trazidas pelos diálogos com os moradores locais também trazem um contraponto bem-vindo à trama mais densa.

Ainda que os combates possam se tornar repetitivos e a grande quantidade de diálogos com jargões desconhecidos possa eventualmente cansar, é inegável que os desenvolvedores criaram um mundo aberto vastíssimo, repleto de cenários impressionantes e desafios de plataforma empolgantes. A exploração é certamente um dos grandes atrativos do jogo.

No geral, Outcast: A New Beginning é uma sequência digna que reacende uma franquia clássica de maneira impressionante visualmente, mesmo que ainda necessite de alguns ajustes de performance. Para os fãs da série e amantes de aventuras científicas imersivas, esta é uma jornada que certamente valerá a pena embarcar.

Por fim, quero evidenciar que existe uma disparidade em seu preço de lançamento em cada plataforma. Como mencionei, a melhor experiência que tive foi no PC e o jogo se encontra a 160 reais na Steam. Esse preço é extremamente justo e apoio à aquisição do jogo. Porém, no PS5 ele custa caríssimos 350 reais e no Xbox Series ele custa ainda piores 457 reais. 

Enquanto a versão de PC de Outcast A New Beginning posso recomendar com tranquilidade, em sã consciência as versões de consoles eu oriento a esperar um grande desconto. Afinal, com uma versão de Xbox Series, você compra o jogo três vezes no PC.

Esse review de Outcast A New Beginning segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.

Uma linda e agradável experiência, ams que tem espaço para melhorias

Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 8
Diversão - 7.5
Áudio e trilha-sonora - 7
Performance - 7

7.5

Bom

No geral, Outcast: A New Beginning é uma sequência digna que reacende uma franquia clássica de maneira impressionante visualmente, mesmo que ainda necessite de alguns ajustes de performance. Para os fãs da série e amantes de aventuras científicas imersivas, esta é uma jornada que certamente valerá a pena embarcar.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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