Tormented Souls 2 chega em uma época onde o gênero survival horror está em constante evolução, frequentemente abraçando a ação em terceira pessoa ou a perspectiva em primeira para maximizar a imersão, há um charme inegável em revisitar as raízes. Se você sente falta daquela sensação de isolamento, dos ângulos de câmera fixos que escondem o perigo, e de enigmas que exigem mais que reflexos rápidos, então prepare-se para nossa análise.
Tormented Souls 2 chegou em 2025 com a missão clara de nos levar de volta à era de ouro do terror de sobrevivência. É uma verdadeira carta de amor aos primeiros Resident Evil e Silent Hill, mas com toques modernos para tentar atrair mais que jogadores nostalgicos.
De Volta ao Pesadelo Gótico
A história nos traz de volta à heroína do primeiro jogo, Caroline Walker, dessa vez em uma missão ainda mais pessoal. Depois dos eventos traumáticos que a primeira aventura reservou, ela se vê obrigada a viajar com sua irmã mais nova, Anna, até um convento isolado nas montanhas chilenas. O motivo? Anna tem feito desenhos aterrorizantes, e Caroline espera que as freiras da Villa Hess tenham a cura.
Assim que descem do trem e entram no sombrio complexo, os fãs de longa data do gênero se sentirão imediatamente em casa, e não é por acaso. O cenário é um primor de design gótico, com interiores cheiode detalhes e painéis de madeira que lembram a delegacia de Raccoon City. Em pouco tempo, Anna desaparece e Caroline, ferida, precisa se arrastar pelos corredores abandonados da enfermaria, enfrentando o terror sobrenatural que espreita em cada sombra.
Um dos conceitos mais interessantes e tensos que Tormented Souls 2 apresenta logo de cara é a regra imposta por uma mensagem escrita a sangue: “NÃO DEIXE AS SOMBRAS TE ABRAÇAREM”. Este não é apenas um aviso; é um mecanismo central. Ficar na escuridão total por mais de alguns segundos significa morte certa. Isso força a protagonista a usar constantemente seu isqueiro como única fonte de luz em muitos momentos, o que nos leva a um dilema de jogabilidade que desafia e frustra em alguns momentos.
Luz, Câmera… Ação Limitada
A luz do isqueiro é sua salvação, mas também sua limitação mais crítica. Em Tormented Souls 2, você só pode equipar um item de cada vez. Ou você segura o isqueiro para afastar a escuridão letal, ou você empunha sua arma. No início, esta arma é um ineficaz martelo enferrujado, mas você encontrará armamentos mais pesados à medida que avança. Contudo, a escassez de munição é rigorosa e tradicional, exigindo que cada tiro seja calculado e que o inimigo abatido seja finalizado com o martelo (se você jogar do normal pra cima).
No entanto, nem tudo funciona perfeitamente nesse retorno ao passado. Embora Tormented Souls 2 seja bem interessante no quesito ambientação, o combate em si é bastante rudimentar e pode se tornar um ponto de frustração. Os inimigos aqui são mais rápidos e agressivos do que nos clássicos, e muitas vezes você se verá encurralado por mais de dois adversários em áreas apertadas, o que torna a gestão da luz e da arma um problema. Existem dois estilos de controle – “tank” (tradicionalmente lento) e “moderno” (que pode ser desajeitado com a mudança de ângulos da câmera, fazendo você ir pro lado errado na troca) – e fugir nem sempre é uma opção. Felizmente, com a prática e a obtenção de melhorias de armas, a situação se ameniza, e há uma dificuldade mais acessíveis que fornece checkpoints frequentes e uma pequena cura automática – além de mais munição.
Progressão, Mistérios e Tensão Constante em Tormented Souls 2
A exploração e a progressão são dois dos pilares mais bem-sucedidos de Tormented Souls 2. Os mapas, embora à primeira vista pareçam plantas de edifícios comuns, são na verdade uma série de seções fechadas que precisam ser progressivamente desvendadas. Cada chave encontrada, cada quebra-cabeça resolvido ou equipamento descoberto tem um peso significativo, pois geralmente abre uma nova e tensa fatia do mapa para ser explorada. Essa estrutura é perfeita para maximizar os sustos, que são frequentes o suficiente para manterem seu poder, mas não a ponto de se tornarem previsíveis ou baratos.
A ansiedade é amplificada pela escassez das fitas de save, que funcionam como as fitas de tinta das máquinas de escrever de Resident Evil. Elas são o recurso necessário para salvar o jogo nas salas seguras. A decisão de quando usar uma fita — ou arriscar uma exploração mais longa e perigosa — faz parte da diversão e da gestão de recursos do gênero. Depois de “limpar” uma nova área, o jogador se sente mais seguro para investigar cada canto, procurando por itens úteis ou pistas. O mapa ajuda a anotar puzzles já resolvidos, minimizando o tempo perdido. O verdadeiro terror retorna quando você resolve um enigma, pois áreas que antes estavam limpas de monstros podem, de repente, abrigar novas e desagradáveis surpresas.
Os momentos de tensão atingem o pico quando você é transportado para o “Outro Lado”, um plano de pesadelo que lembra as realidades alternativas vistas em Silent Hill ou Stranger Things, fazendo com que os desafios do convento pareçam leves em comparação. As cutscenes mantêm o clima de filme slasher, mas as animações poderiam ser um pouco mais polidas.
Isso me lembra de um detalhe importante do jogo que me incomodou por algum tempo. Quando você vai usar uma chave ou itens no geral, você precisa selecionar o item e arrastar ele até o lugar na tela que você quer usá-lo, ou seja, no caso da chave, a fechadura. Isso, na minha opinião, torna tudo muito lento. As vezes você não acha o ponto exato para combinar ou usar um item. Então fique ligado nisso.
Conclusão da análise de Tormented Souls 2
Tormented Souls 2 é um jogo que entrega exatamente o que promete: uma experiência de survival horror que honra os gigantes do gênero clássico. A sensação de progressão, o design gótico e o sistema de iluminação/escuridão criativo criam uma experiência envolvente, que te puxa para mais fundo no horror com cada enigma resolvido. É, sem dúvida, um título obrigatório para quem sente saudade da dificuldade e do design clássico de títulos como Resident Evil de PS1.
Apesar de alguns tropeços, principalmente no combate que pode ser excessivamente frustrante e em alguns puzzles que podem ser “aleatórios” demais, o jogo oferece uma tremenda proposta. Com uma primeira jornada que leva cerca de 15 horas, múltiplos finais e um modo de dificuldade adicional para desbloquear (para os fortes), há muito conteúdo para desfrutar, especialmente considerando o preço amigável de lançamento. Tormented Souls 2 consegue ser mais do que uma mera homenagem, é uma lembrança de que o gênero e gameplay clássica tem sim seu espaço nos dias de hoje.
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Mais uma ode ao passado
NOTA - 8
8
Ótimo
ormented Souls 2 é um jogo que entrega exatamente o que promete: uma experiência de survival horror que honra os gigantes do gênero clássico. A sensação de progressão, o design gótico e o sistema de iluminação/escuridão criativo criam uma experiência envolvente, que te puxa para mais fundo no horror com cada enigma resolvido. É, sem dúvida, um título obrigatório para quem sente saudade da dificuldade e do design clássico de títulos como Resident Evil de PS1.
