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Análise: Weird West, um shooter situado em um Velho Oeste sinistro

Uma experiência cheia de emoção

Desenvolvido pela WolfEye Studios e distribuído pela Devolver Digital, chega Weird West, um shooter isométrico com elementos de RPG situado em um Velho Oeste fantasioso e bastante sinistro. Será que esse ‘oeste estranho’ vai cativar? Venha descobrir o que achamos em nossa análise de Weird West.

O game está disponível para PC (via Steam e GOG), PS4, Xbox One e Series e conta com legendas e interface em PT-BR.

Uma narrativa diferente que prende

Começamos o game com uma cutscene aonde está acontecendo algum tipo de ritual. O aparente líder está marcando algum tipo de vítima com um ferro quente. Após essa cena encarnamos Jane Bell, uma ex-pistoleira mercenária que largou as armas e está vivendo uma pacata vida de fazendeira no velho oeste. Sem dar muitos spoilers, Jane vê seu filho sendo assassinado e seu marido sequestrado por um grupo de bandidos. Por conta disso, ela se vê na necessidade de pegar em armas novamente e retornar a sua velha vida de pistoleira para conseguir salvar seu marido.

Com esse plot inicial, vemos que existe algo sinistro acontecendo. Embora a história de Jane Bell seja algo tradicional, acontecerão eventos que tornarão tudo isso secundário. É bacana informar – novamente evitando spoilers – que Jane é apenas um dos 5 personagens que jogaremos ao longo da trama e todos são ligados de uma forma muito sinistra que será revelado mais à frente na história.

Cenário bonito, mas repetitivo e câmera com ângulos que frustram

Weird West conta com uma câmera isométrica em um visual cartunesco que consegue reproduzir as cidades típicas do Velho Oeste de forma muito agradável, principalmente as construções, o ambiente árido e o interior das minas. Os personagens e as roupas também não ficaram de fora dessa. Eles usam roupas típicas de cowboys e mexicanos e existe uma variação bem bacana entre eles, trazendo mais “personalidade” as cidades.

Contudo, e infelizmente, nosso protagonista não é nem um pouco personalizável, utilizando sempre as mesmas roupas, mesmo ao equiparmos novos itens. Além disso, percebi ao realizar algumas boas missões secundárias, que alguns desses ambientes são quase que 100% parecidos com outros. Constantemente tive a sensação de “Déjà vu” ao entrar em uma nova cidade atrás de um bandido e pensar: “Eu acho que já estive aqui”.

A viagem entre as regiões é feita por um mapa nublado aonde a velocidade é definida pelo transporte utilizado. Esse mapa me lembrou bastante games como Fallout, aonde podemos ver o mapa inteiro mas o que tem pelo caminho vai aparecendo conforme avançamos. Com isso também podemos ver o ciclo de dia e noite, o que impacta se as lojas estarão abertas ou fechadas. Se existe algum outro efeito da passagem do dia ou desse ciclo, não cheguei a sentir.

Uma característica que me agradou bastante, justamente por sair da “mesmice”, foi sua câmera isométrica. No entanto, ela também pode ser um tiro no pé se não forem implementados alguns ajustes. Por exemplo, em ambientes mais fechados fiquei “cego” em alguns momentos pois a parede das construções obstruía minha visão. Para tentar fugir disso, também tentei utilizar a câmera mais próxima e inclinada, porém ao fazer a mira com a minha arma, ela voltou para seu ponto mais afastado e fiquei, novamente, “cego” pelos obstáculos.

Uma mistura interessante de ação e elementos de RPG

Utilizando uma câmera isométrica, Weird West traz um estilo de shooter um pouco diferente para o Velho Oeste. Além disso, o game traz uma certa novidade para o tema que é a mecânica de stealth. Enquanto a maioria dos games de faroeste foca no tiroteio, aqui a opção de ser silencioso se faz presente e, em muitos momentos, bastante necessária. Junto a isso, contamos com alguns elementos de RPG. Nosso personagem possui dois tipos de evolução: vantagens e habilidades. Para comprá-las, precisamos encontrar dois itens pelos mapas. Relíquias nimp, que servem para comprar as habilidades e ases de espada dourados, que servem para comprarmos vantagens.

Como já mencionado anteriormente, jogamos com 5 personagens distintos ao longo do game e a trajetória de cada um pode ser considerada um capítulo da trama. Eles possuem habilidades com armas em comum, mas outras pessoais relacionadas a sua origem. Ao começarmos cada capítulo de Weird West, precisamos evoluir essas habilidades do zero, mas suas vantagens serão compartilhadas ao melhor estilo roguelike. Essas possuem efeitos gerais e passivos, como andar agachado mais rápido, descontos em lojas, maiores danos etc.

Outra evolução que o game tem são em suas armas e roupas. Apesar de não possuir uma variedade muito extensa, podemos fazer upgrade nelas utilizando pepitas de bronze, prata e ouro para as armas e peles de lobo, urso e búfalo para as roupas. Enquanto as pepitas são encontradas pelos mapas, nos inimigos ou até mesmo mineradas, é necessário caçar e esfolar os animais para conseguir as peles, no melhor estilo Red Dead Redemption.

Toda a liberdade do Velho Oeste

Agora, eu não poderia deixar de falar de três características que foram as que eu mais gostei do game:

Os personagens estão vivendo no mesmo local e na mesma época e existe uma ligação sombria entre eles. O que significa que, ao trocarmos de “capítulo”, nós podemos encontrar o personagem anterior e até mesmo recrutá-lo para lutar ao nosso lado. Eles mantêm as mesmas habilidades e itens que conseguimos anteriormente, se tornando aliados extremamente úteis e fortes.

O que fazemos possui consequências a longo e curto prazo. Por exemplo, ao limparmos uma cidade de bandidos ela pode ser, com o tempo, repovoada com pessoas de bem. Do mesmo modo, o oposto também pode acontecer.

No calor da batalha, podemos matar o amigo de um inimigo. Esse pode fugir e nos procurar, de forma aleatória, procurando vingança. Da mesma forma, podemos salvar pessoas e essas surgirem no frenesi da batalha para nos ajudar.

O clássico – e sinistro – som do Velho Oeste de Weird West – Análise

Falando de sua trilha sonora, Weird West consegue entregar uma mistura muito interessante da música clássica de velho oeste com a “estranheza” de sua história. Sobretudo ao enfrentarmos os inimigos, momento esse em que a música fica mais agitada e mais tradicional, mas sem perder um pouco do seu toque sombrio.

Outro ponto forte é o narrador da história. Sua voz grave com o tema sinistro se encaixou perfeitamente com a ambientação e o enredo. Eu acredito que seja o mesmo narrador de Darkest Dungeon, mas não consegui confirmar essa suspeita.

Conclusão de nossa análise de Weird West

Weird West conseguiu entregar uma boa dose de diversão e variedade que não via desde RDR 2. Com uma história bastante diferente e curiosa, me vi preso por horas sem nem sentir o tempo passar. O cenário ficou muito bonito, porém um pouco repetitivo e sua câmera pode atrapalhar em alguns momentos, mas isso não estragou minha experiência positiva. Somado a isso tudo temos uma jogabilidade cheia de novos elementos assim como uma trilha e narração muito boa. Em suma, Weird West é mais um excelente game indie que a Devolver Digital traz e que provavelmente vai agradar bastante.

A análise de Weird West segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Weird West

Visual, ambientação e gráficos - 7
Jogabilidade - 7
Diversão - 9
Áudio e trilha-sonora - 9

8

Ótimo

Weird West é mais um excelente game indie que a Devolver Digital nos traz que possui bastante novidades e uma história muito divertida ambientada em um faroeste bastante sinistro.

User Rating: 5 ( 1 votes)

Guilherme Segal

Apaixonado por games desde o Atari. Curte tanto PC que possui quase 800 jogos na Steam. Mas ainda acha que os games de hoje em dia não possuem o mesmo charme dos antigos, motivo pelo qual ainda joga Heroes of Might and Magic 2 até hoje.

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