Análise: Star Ocean First Departure R e a boa nostalgia

Star Ocean foi originalmente lançada pela Square Enix no SNES em 1996. Ele foi o primeiro jogo da franquia que recebe novos jogos até hoje tendo como temática a exploração do universo. Em 2008 o jogo foi remasterizado/refeito para o PSP e foi lançado com o nome Star Ocean First Departure. Aqui o jogo ganhou novas texturas, ambientes 3D, personagens redesenhados e mais.

E finalmente chegando em 2019, temos o “remaster do remake” com Star Ocean First Departure R chegando para o PS4 e Nintendo Switch. Nele teremos algumas novidades, sendo a maior de todas o voice acting para todos os personagens, sendo tanto em inglês como em japonês.

Será que vale a pena rejogar Star Ocean First Departure R? Confiram em nossa análise abaixo.

A primeira aventura espacial

Você começa controlando os três amigos Roddick (principal), Millie e Dorne no pacato planeta Roak. Eles fazem parte da brigada de segurança da sua cidade. Porém, sua paz está para ser interrompida em breve quando eles ouvem que sua cidade vizinha está sofrendo uma doença misteriosa.

O pai de Millie, sendo o maior “curandeiro” da cidade resolve ir para ajudá-los. Logo em seguida os três amigos descobrem que a misteriosa doença está transformando todas as pessoas em pedra e que o pai da Millie também está contaminado!

Desesperados, os três tentam de tudo para resolver a situação, mas acaba piorando, pois Dorne acaba contraindo a doença. Porém, tudo muda quando eles encontram o capitão da nave Calnus, Ronyx e sua primeira imediata Ilia. Ali eles descobrem a existência de outros planejas, viagem espacial, civilizações avançadas e mais.

Adicionalmente eles descobrem que quem lançou o vírus em Roak foram insurgentes do planeta Lezonia. Porém, enquanto a trama é desenvolvida, Dorne não resiste e acaba virando pedra. A partir daí Roddick e Millie aceitam a ajuda de Ronyx e Ilia e embarcam em uma aventura para salvar seu amigo, família e todo o planeta Roak.

História e ótimas adições/melhorias em Star Ocean First Departure R

Qualquer coisa que eu fale mais da história entraria no reino do spoiler bravo e sairia da primeira hora do jogo. Porém, Star Ocean First Departure R segue um padrão clássico de RPG da década de 90 onde os personagens são bem desenvolvidos.

Cada um terá seu pano de fundo, poderá ou não manter certos personagens na equipe e isso irá disparar acontecimentos. Adicionalmente existe uma mecânica chamada Private Action na entrada de cada cidade. Caso opte por ativá-la, você irá presenciar momentos únicos dependendo do momento do jogo e quem estiver na sua equipe. Isso fará com que conheça melhor eles além de poder conseguir novos itens.

E claro, além do clássico, temos o novo em Star Ocean First Departure R. A grande novidade que já havia falado no início é a dublagem/Voice Acting. Ela é tão bem feita e tão natural que nem parece que é uma adição. Honestamente, eu não consigo imaginar esse jogo sem a voz dos personagens de tão bem feito que está.

E algo que pode ser a preocupação de muitos, é o gráfico. Como estamos falando de um Remaster de um jogo de 2008, ele se sustenta razoavelmente bem. Claro, não queiram comparar com um jogo das últimas duas gerações. Isso seria loucura. Mas o tratamento feito no jogo para rodar nas TV’s de hoje em dia foi muito bem feito. Além disso, durante os diálogos, os personagens foram refeitos em HD e estão lindos.

E ainda existe a opção de conferir a versão do PSP na íntegra. Antes de iniciar o jogo é possível optar pela versão mais moderna ou então a clássica de 2008.

Mecânicas e Level up

Verdade seja dita, eu nunca joguei o Star Ocean original. Por mais que eu goste da franquia, nunca cheguei a procurar o primeiro jogo da série. E ao jogá-lo, vi que existem padrões clássicos e mecânicas únicas para ele.

Primeiro falando do clássico, temos o level up e sistema de equipamento e itens. Você mata monstros e ganha XP. Com o XP você aumenta de nível. Usa itens para se curar e em cada nova cidade terá armas melhores para comprar e equipar. Essa parte não poderia ser mais tradicional.

Mas saindo do clássicos vamos as mecânicas nada tradicionais. A primeira vai para a própria batalha. Ele é um action RPG. Você movimenta seu personagem livremente no campo de batalha e pode atacar de forma simples, usar uma das 2 habilidades que pode equipar e, caso seu personagem tenha a habilidade, utilizar magias. Como controlará somente um personagem por vez, é possível dar uma linha de comando para cada um dos personagens.

Isso me lembrou, dada as devidas proporções, de Final Fantasy XII onde é possível deixar uma IA programada para cada um. Logicamente teremos opções mais leves como focar no ataque, defesa, cura e mais. Nada muito avançado.

Por fim, um outro sistema que me surpreendeu são as skills. A cada novo nível cada personagem ganhará pontos de habilidade (skill). Ao passar em cada cidade será possível visitar uma loja para comprar habilidades. E ai você escolhe como montar cada personagem. Quer investir tudo em vida e força? Pode. Quer montar alguém mais técnico com habilidades passivas? Pode. Quer investir em um personagem para focar em magia? Pode.

Aqui eles conseguiram adaptar de certa forma a liberdade que um RPG clássico lhe daria. Quanto mais investir em uma habilidade, mais perto estará de se tornar um especialista.

E antes que me esqueça, agora é possível acelerar o andar de seus personagens apertando o R2 (gatilho direito).

Star Ocean First Departure R é um clássico a ser revisitado

Agradeço aos deuses do vídeo game por ter tido a possibilidade de jogar o primeiro Star Ocean em sua melhor forma. Embora eu goste muito da franquia, cometi essa heresia de não ter buscado sua origem.

Star Ocean First Departure R se sustenta muito bem com sua boa história e melhoria pontuais. Eu não tenho nenhuma contra indicação, pois o jogo está em sua melhor forma e todas as novidades foram muito bem vindas. Claro, se não gosta de RPG, ai não pode forçar a barra.