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Análise: High on Life é engraçado e divertido

High on Life foi desenvolvido pela Squanch Games e é o mais novo jogo de Justin Roiland, criador de Rick and Morty. Com uma história absolutamente hilária e uma jogabilidade em primeira pessoa, o jogo prometia ser um dos maiores lançamentos dos últimos meses, mas será que ele é tudo isso mesmo? Se você quer saber isso e mais detalhes, confira a análise de High on Life abaixo:

Um enredo muito louco – Análise: High on Life

High on Life foi anunciado em Junho de 2022 durante a Xbox Showcase e me deixou bastante intrigado. O seu primeiro trailer mostrava gráficos excelentes e um conceito bastante doido, no qual as armas do jogador são alguns dos personagens principais do jogo. Assim que eu soube que o criador de Rick and Morty, Justin Roiland, era a mente por trás do jogo, ficou claro que High on Life seria um título bastante escrachado. Eu, como fã da série, fiquei bem animado com a notícia, afinal, a fórmula que o jogo buscava me parecia muito interessante.

O tempo passou e finalmente tivemos a oportunidade de jogar o jogo através do Gamepass para saber se o título fazia justiça as suas promessas, e eu já me adianto aqui, eu gostei muito do jogo. A história começa com nosso protagonista e sua irmã sendo alvos de um ataque alienígena da gangue G3, que invade o planeta Terra para usar os seres humanos como drogas intergalácticas. Nesse contexto, encontramos Kenny, um Gatlian pistola que nos ajuda a escapar e nos leva para um mundo alienígena em busca de Gene, um caçador de recompensas no fim de carreira que sabe tudo sobre a G3. Eu vou me ater a essa parte da história, que é basicamente o começo, para não estragar o resto, mas High on Life traz um enredo simplesmente hilário, que me fez rir muito em diversos momentos.

Alienígenas absurdos e diálogos hilários

As interações com os diferentes Gatlians que vamos encontrando pelo jogo trazem um humor apurado e completamente escrachado que, obviamente, segue a mesma linha de Rick and Morty. Inclusive, a dublagem de cada uma das armas é muito bem feita e conta com atores já conhecidos pelos fãs da série criada por Justin Roiland. O jogo é uma grande zoação, e faz graça de si mesmo, do jogador, de outros jogos, da indústria de jogos e por aí vai. O grande charme do título é exatamente explorar os seus diferentes planetas e interagir com os diversos personagens que os habitam. Cada um deles tem uma quantidade até surpreendente de falas, que me fizeram rir por muitas vezes sempre zoando alguém no processo.

Aliás, vale salientar aqui que eu geralmente não sou fã de jogos que tentam forçar demais com falas engraçadas ou tiradas durante o gameplay. Jogos como Borderlands, por exemplo, me agradam pelo gameplay, mas me incomodam muito pelo excesso de piadas prontas. High on Life passa longe desse problema, e é o primeiro jogo em muito tempo que realmente me divertiu e me deu a impressão de estar assistindo a um desenho do Adult Swim. É simplesmente genial como Justin Roiland faz uso do seu conhecimento sobre jogos clássicos e suas mecânicas para criar uma expectativa sobre o jogador que é completamente destroçada com uma situação absurda logo depois. Em termos de história, enredo e diálogos, High on Life é um dos melhores jogos de 2022.

Um gameplay simples, mas sólido – Análise: High on Life

Conforme vocês podem ver pela nossa vídeo análise acima, o jogo é um FPS com alguns elementos de Metroidvania. À medida que avançamos pelos planetas em busca dos chefões da gangue G3, encontramos capangas alienígenas com habilidades diversas. Assim como os Gatlians e os personagens coadjuvantes, todos eles possuem falas aleatórias durante os combates que simplesmente me fizeram pausar o jogo em alguns momentos para dar umas risadas. Conforme os eliminamos, vamos descobrindo novas partes dos diferentes mapas, que possuem momentos de plataforma, alguns puzzles e áreas escondidas que são desbloqueadas com habilidades encontradas mais à frente no jogo. Aqui, não há grandes inovações, o jogo bebe da fonte de basicamente todos os FPS já feitos e traz um gameplay previsível. A sensação da mira do jogo no controle não é lá das melhores, já que há situações em que o Aim Assist simplesmente não funciona e há momentos nos quais o jogo basicamente mira na cabeça dos inimigos para você. Isso tira um pouco da experiência geral dos combates. 

Pelo menos no começo com Kenny, o Gatlian inicial, o jogo acaba ficando um tanto repetitivo, já que o personagem se resume a uma pistola simples com um tiro especial que explode em área. À medida que matamos os chefões do jogo, ganhamos novos Gatlians e habilidades, que vão dando um maior dinamismo ao gameplay. Gus, por exemplo, funciona como uma espécie de shotgun que suga os inimigos e solta discos com sua habilidade especial. Já Sweezy é uma metralhadora que consegue parar o tempo, e por aí vai. Novos inimigos com novos movimentos fazem com que o jogador tenha que trocar de armas com mais frequência, e é a partir desse momento que o gameplay melhora bastante. Claro, alguns problemas na forma como o jogo foi desenhado permanecem, como os tiros lentos dos personagens e a ausência completa de organização entre os capangas, mas ainda assim, o gameplay é satisfatório.

Uma experiência inconstante

Vale focar um pouco em um ponto relacionado ao ponto anterior, o jogo é muito fácil. High on Life traz pequenas hordas de inimigos que tentam nos eliminar antes que cheguemos no chefão final de cada planeta. O problema é que eles não oferecem qualquer dificuldade ao jogador. Todos eles atiram contra o protagonista a todo momento, mesmo que ele esteja completamente escondido atrás de uma parede ou objeto. Além disso, a inteligência artificial do jogo não parece levar muito em conta a posição dos outros capangas e, consequentemente, não há qualquer movimentação entre eles para flanquear ou tentar deslocar o jogador. O resultado disso é que todos os combates se resumem a incessantes bang bangs não tão difíceis, que infelizmente fazem o jogo se tornar um passeio no parque mesmo nas dificuldades superiores. Há até alguma variedade nos ataques dos inimigos ao longo do jogo, mas não o suficiente para trazer algum desafio.

Contudo, se os inimigos mais fracos deixam a desejar, os chefões trazem combates bastante divertidos. Conforme explicado anteriormente, devemos invadir planetas aleatórios para matar os chefes da gangue G3 para libertar a Terra e, obviamente, um grupo de mafiosos que sequestra humanos para usá-los como drogas não poderia ter membros normais. Todos os chefes são simplesmente hilários, e são os únicos que nos fazem sentar na cadeira direito e focar no combate para serem realmente derrotados. As mecânicas de todos eles são diferentes e fazem com que o jogador utilize todas as habilidades do traje de caçador para sobreviver. Os combates com os chefões dos planetas são o ponto alto do jogo, e valem bastante cada momento. Aliás, certamente alguns dos bosses do jogo se tornaram meus personagens preferidos depois de um tempo, e dá até certa pena de ter que matá-los, já que acabamos perdendo as suas piadas e tiradas ao longo do gameplay.

Uma direção de arte de primeira linha

High on Life traz gráficos em 3D que seguem o estilo visual já conhecido de Justin Roiland, com personagens patetas e mundos coloridos e cativantes. Honestamente, eu achei o jogo muito bonito desde as primeiras cenas, e os modelos e animações extremamente bem feitos dos Gatlians, que ocupam sempre uma grande parte da tela, contribuem muito para dar vida a esse mundo louco. Há detalhes por todas as partes dos diferentes mapas, e o jogo basicamente te convida a explorar todos os cantos possíveis dos planetas. Isso acontece não somente por conta dos tesouros e desbloqueáveis espalhados pelo jogo, mas também por algumas escolhas de direção que eu nunca vi em outros títulos. Por exemplo, sempre que voltamos para a nossa casa, que é o ponto de encontro principal para começar novas missões, encontramos Gene sentado no sofá assistindo a um filme ou série real. Se o jogador quiser, é possível passar muito, mas muito tempo mesmo, assistindo TV com Gene por motivo nenhum.

Os shaders e as texturas do jogo também são da melhor qualidade, e em vários momentos chegam a trazer a sensação de que estamos vendo um filme pré-renderizado. Claro, há alguns problemas aqui e ali com o SSR, principalmente em fases com muitos objetos reflexivos que entram e saem do campo visual causando artefatos, mas isso não é nada que atrapalhe muito na experiência. High on Life é muito bonito, e a diversidade de mundos, personagens, NPC’s e armas trazem vida ao jogo, fazendo com que o jogador permaneça horas e horas em frente a tela como se estivesse assistindo a um episódio prolongado de Rick and Morty extremamente bonito. Há alguns problemas de performance em situações muito específicas, como em alguns chefões, mas no geral eu não tive grandes problemas durante o gameplay. Vale ressaltar que eu joguei a versão já atualizada do jogo depois dos diversos patches que a Squanch Games lançou, então dá para afirmar que os problemas que os jogadores relataram durante o lançamento do jogo já foram corrigidos.

Conclusão – Análise: High on Life

E bom, para resumir, High on Life me agradou bastante, trazendo enredo, história e personagens simplesmente hilários que não soam forçados ou se tornam repetitivos. Alie isso a visuais muito bem elaborados, animações de primeira linha e uma dublagem excepcional, e temos um jogo excelente. O gameplay, apesar de repetitivo no começo, melhora bastante depois das primeiras horas, se tornando bastante variado à medida que encontramos diferentes Gatlians. É clara a genialidade de Justin Roiland, e o jogo tem tudo para ter sequências lançadas nos próximos anos. Se você é fã de jogos de humor, ou de qualquer obra do autor, High on Life é simplesmente obrigatório. Vale reforçar, entretanto, que o jogo não tem qualquer localização para português, então se você não fala inglês, eu já aviso aqui para pensar duas vezes antes de comprar o jogo, já que grande parte do charme dele está justamente nas piadas, que não são exatamente fáceis de se compreender. Agora, se você fala inglês, vá sem medo e aproveite essa obra de arte!

Essa análise de High on Life segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

High on Life

Visual, ambientação e gráficos - 8.5
Jogabilidade - 8
Diversão - 8.5
Áudio e trilha-sonora - 7.5

8.1

Ótimo

High on Life tem problemas técnicos e de performance, mas agrada no geral com uma história divertida e uma dublagem excelente.

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Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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