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Análise: Hi-Fi Rush é a grande e maravilhosa surpresa do ano

Jogo foi lançado de surpresa e conquistou a todos

De forma completamente inesperada a Bethesda não apenas anunciou o novo jogo da Tango Gameworks, conhecida por The Evil Within, como o lançou no mesmo dia. Nesta análise de Hi-Fi Rush iremos falar se o jogo super colorido embalado por rock foi uma boa aposta da desenvolvedora conhecida por seus jogos escuros e de terror.

Essa análise de Hi-Fi Rush foi feita no PC graças a um código cedido pela produtora. O jogo já está disponível para PC, Xbox Series e Game Pass e conta com legendas e dublagem em PT-BR.

E nasce uma estrela do Rock

Em Hi-Fi Rush nós iremos controlar Chai, um jovem atrapalhado cheio de energia que está com o braço quebrado. Para resolver esse problema ele vai para a famosa ilha Vandelay onde conseguiu convite para participar do projeto Armstrong. Esse projeto visa melhorar ciberneticamente as pessoas e no caso de Chai isso iria resolver o problema de seu braço, abrindo espaço para se tornar uma estrela do rock.

Porém nem tudo são flores e na hora dele passar pela operação, seu tocador de música misteriosamente cai dentro da máquina e ele é anexado ao seu corpo juntamente com seu novo braço. E embora tenha um braço novo em folha e o poder de sentir toda a música em sua volta, você é considerado um defeito e será caçado por todos transformando Chai de um fã da empresa para um hater em minutos.

E embora esse jovem queria apenas recuperar seu braço e ir embora, agora ele deverá entrar na aventura de sua vida peitando essa mega corporação enquanto se junta a aliados tão exóticos como ele assim como descobre mais sobre a verdade por trás do projeto Armstrong onde essa megacorporação procura de certa forma controlar as pessoas.

Um elenco estrelado

Tenho que ser sincero nesta análise e falar que a temática principal da história de Hi-Fi Rush é apenas ok. Aqui temos o clássico cyberpunk onde uma mega corporação tenta controlar as pessoas e temos diversas melhorias robóticas. Se fosse apenas isso, Hi-Fi Rush não iria se destacar tanto, porém, os personagens e o mundo são extremamente interessantes.

É simplesmente incrível como todos os personagens principais e até os NPCs são muito bem feitos e dão o ar de serem únicos. De um lado temos Chai que é esse rapaz atrapalhado que traz um ótimo alívio cômico onde ele age primeiro e tem que lidar com as consequências de seus atos assim como com as constantes críticas de Peppermint que será a revolucionária que busca derrotar as indústrias Vandelay após descobrir seus planos.

Adicionalmente os inimigos também são muito bem caracterizados onde cada um dos chefões, que são chefes de seu respectivo departamento, tem sua motivação própria e estilo único trazendo um show de atuação.

Porém, o que mais me impressionou durante essa análise é que os NPC ‘s mais básicos brilham forte em Hi-Fi Rush e eu me vi falando basicamente com todos. Isso acontece, pois eles são robôs operários quase todos apresentados de uma forma depressiva e sempre questionando as ordens de seus superiores.

Espere encontrar trabalhadores folgados que não querem andar muito, robôs equilibristas carregando diversas caixas e se perguntando o porquê disto, secretárias robôs desaforadas e muito, mas muito mais. Isso tudo é tão bem feito que até a parte de dicas é agradável. Você quer conversar com o robô das dicas para ver o que ele quer falar.

Temos um jogo em 2D ou 3D?

Até aqui foram apenas elogios, certo? E bem, eles continuarão. Para dar liga a todos esses personagens, temos uma apresentação fabulosa em cell shading e com um tempo de frame diferenciado que faz parecer que está dentro de um quadrinho. E isso eu acabei tendo a confirmação quando tirei os prints para essa análise onde todas as imagens são extremamente detalhadas e dão um ar de um desenho feito a mão. Quem joga os jogos da System Arc Works como Dragon Ball Fighterz ou os mais recentes Guilty Gears sabem exatamente o que estou falando.

Todas as animações são extremamente fluidas e dão um charme para as cenas e os muitos momentos de conversas incluindo o início, fim do combate e algumas vezes até um golpe especial liberado pelo inimigo. É tudo extremamente bem pensado e acaba sendo muito agradável.

Por exemplo, a animação de Chai é sempre de um personagem mais descontraído com movimentos mais inesperados e até atrapalhados algumas vezes. Diria até um bobalhão. Já a Peppermint tem movimentos mais precisos e leva mais a sério tudo.

Por outro lado, a primeira grande chefe do jogo, a Rekka, é a chefe do departamento de produção e busca sempre perfeição sendo muito dura e exigente. O gestual de cada um dos personagens foi adaptado às suas características e isso é fantástico.

E claro, estamos falando de um jogo musical, certo? Aqui temos uma trilha sonora fantástica com a pegada de rock que além de incluir músicas autorais que encaixam muito bem com a temática, também tem algumas músicas licenciadas de bandas como Nine Inch Nails, The Black Keys, Prodigy e mais.

Por fim, absolutamente tudo responde a música. O caminhar de Chai, a batida de chapas de metal, a saída de vapor de dutos, a movimentação dos personagens em todas as cutscenes estão em sincronia com a música. É honestamente impressionante ver todo o carinho que foi colocado no game e em sua parte técnica.

E algo legal também, é que o jogo está extremamente otimizado. Não vi nenhum tipo de bug ou então de queda brusca de frames ao longo de minha jogatina que conseguia ter uma média superior a 100 frames até nos momentos mais frenéticos.

Hi-Fi Rush é um Devil May Cry que não se leva a sério

E por fim, não poderia faltar a parte da análise onde falo do rico e desafiador gameplay de Hi-Fi Rush. É importante dizer que temos sim um jogo de ritmo e que ele lembra e muito a franquia Devil May Cry, porém, com suas nuances.

Parte 1 – Exploração

O jogo tem basicamente duas partes. A primeira é a de exploração e travessia. Aqui não existe muito mistério, pois iremos andar com Chai pelos muitos níveis nos deparando com diversos desafios de plataformas onde a exploração irá te recompensar com arquivos para entender melhor a história de cada departamento, itens, colecionáveis e até estátuas que podem ser quebradas para pegar engrenagens, o dinheiro do jogo, para fazer upgrades.

E como todo o jogo, essa exploração reage a música trazendo uma experiência fantástica. Inclusive gostei muito nos momentos em que se agarrava em um objeto distante e o timing era o som da marcação de jazz. Porém, trago aqui minhas primeiras críticas.

Primeiro, senti muita falta de um botão de correr. Alguns desses caminhos eram chatos, pois não tinha como acelerar a travessia. Já a segunda crítica vai para alguns pulos que não saiam como planejado. Eu morri algumas vezes tentando fazer pulos simples e mesmo após ter jogado por mais de 10 horas eu ainda não tenho certeza se o problema está na câmera do jogo ou então na animação do personagem que te coloca em alguns pontos cegos. Isso não é um problema sério, pois precisa nem de 1 segundo para voltar onde estava, mas é chato quando acontece.

Parte 2 – Combate

E falando do combate aqui temos algo muito parecido com a franquia Devil May Cry só que com muito mais rock e ritmo. Quem já conhece a famosa franquia da Capcom sabe que Dante conta com inúmeros combos que variam entre ataque leve, pesado, pulos e pausas. O mesmo acontece em Hi-Fi Rush, só que esse timing é medido pelo ritmo da música. E após encaixar um combo, sempre aparecerá uma sinalização circular na tela que caso acerte no momento correto, você terminará o combo com um forte finalizador.

Além de um combate liso com muitas possibilidades, o que impressiona é a variedade de inimigos que são apresentados. A cada nova parte desta ilha você irá enfrentar inimigos onde cada um conta com sua estratégia tornando o combate extremamente frenético. Por exemplo, existem inimigos que atacam de perto, de longe, no ar, que são mais fortes, mais ágeis e muito mais. Inclusive os inimigos com o tempo ganharão a habilidade de ter escudos ou então de ter o revestimento de um material resistente. Aí precisa chamar para a batalha alguns de seus aliados como a Peppermint.

Isso tudo traz uma deliciosa complexidade e desafio no meio da batalha. Porém, nada supera as batalhas com os chefões que conseguem ser muito diversos e terem mecânicas bem únicas. E claro, é vital reforçar que temos aqui um jogo de ritmo, então saiba que muitos momentos, puzzles e até lutas completas terão muitos elementos de ritmo.

Adicionalmente, será possível comprar novos combos para Chai como expandir sua vida, barra de especial, comprar finalizadores, equipar melhorias passivas e até novos golpes para seus aliados. Ou seja, temos aqui o pacote completo de um jogo de ação.

E minha crítica a esta parte é que de vez em quando o jogo se prolonga demais. Algumas partes poderiam ser tranquilamente mais curtas para evitar esse sentimento de exaustão. Por mais que eu tenha achado incrível o sistema de batalha, você ter que enfrentar os inimigos pela enésima vez no mesmo segmento, simplesmente cansa.

Conclusão

E chegando ao fim desta análise de Hi-Fi Rush eu não tinha como ter me divertido e me surpreendido mais. Quem diria que uma desenvolvedora que conta com o criador da série Resident Evil, que é conhecida por jogos que mesclam terror com ação e ambientes escuros iria trazer algo tão diferente e maravilhoso.

Eu ouso dizer que esse é, até o momento, o melhor exclusivo que o Xbox Series tem e é não apenas um excelente jogo como irá ficar marcado como um dos melhores de 2023. É extremamente gratificante ver que a parceria entre Bethesda e Microsoft finalmente começou a dar frutos.

Aqui temos um jogo que praticamente acerta em tudo trazendo um ótimo combate, música e visuais fenomenais e uma história e atuações extremamente divertidas.

Minha única contra indicação fica para as pessoas que não suportam de maneira alguma jogos de ritmo. Mas adianto que sou péssimo em jogos desse estilo e consegui avançar sem muitos problemas e me diverti demais.

A análise de Hi-Fi Rush segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Hi-Fi Rush é o melhor que Rock tem a oferecer

Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 8.5
Diversão - 10
Áudio e trilha-sonora - 10

9.6

Maravilhoso

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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