Análise: Park Beyond é uma joia bruta
Mas que ainda precisa ser muito lapidada.
Tivemos oportunidade de experimentar Park Beyond em dois pontos de seu desenvolvimento, e você pode conferir nossas opiniões prévias aqui e aqui. Agora, graças a sua desenvolvedora Limbic Entertainment e a distribuidora Bandai Namco Europe S.A.S. Recebemos um código para testar sua versão final. Será que o game cumpriu sua meta? Venha conferir em nossa análise de Park Beyond!
Essa análise de Park Beyond foi possível graças a um código de PC cedido pela Bandai. O game já está disponível para PC (via Steam), PS5 e Xbox Series e conta com legendas e interfaces em PT-BR.
Escolhas por afinidade
Park Beyond pode parecer apenas um simulador de parque de diversões, mas ele não deixa de entregar uma historinha. Logicamente, é uma coisa mais simples que um game focado nisso, mas ela está lá. A principal função dela é ensinar a gerir nosso parque.
Nosso personagem acorda em sua casa, e já podemos notar pela decoração que ele é apaixonado por parques de diversão. Após desenhar um modelo de montanha-russa, sabe-se lá o porquê, ele faz um avião de papel e joga pela janela e acerta uma menina chamada Blaze.
Apaixonada por coisas radicais ela fica empolgada com o projeto. E assim começa a parte prática, que é basicamente um tutorial ensinando como utilizar as ferramentas do game para montar uma montanha-russa. Com o auxílio de Blaze, construiremos um brinquedo enorme que passa por toda a cidade.
Isso chama a atenção de Phill, dono de uma rede de parques que reconhece nossa criatividade e nos convida a reviver alguns de seus parques ‘abandonados’. Com isso, começa nossa nova aventura de administrador.
A versão final mantém a beleza, otimização… e os bugs
Como já mencionado nos previews do game, Park Beyond tem uma combinação ótima de beleza, leveza e otimização. Mesmo quando o parque fica lotado de visitantes, o game se mostra bastante capaz em manter uma taxa boa de frames. A variação dia e noite acaba entregando efeitos maravilhosos nos brinquedos. É muito satisfatório, por exemplo, ver o pôr-do-sol do alto de uma montanha russa. Ou apreciar a luz da lua no alto de uma roda gigante.
Somado a isso, temos uma variação enorme de temas e biomas. Por exemplo, podemos construir um parque com a temática de velho-oeste. Ou então, colocar foguetes e enfeites sobre o espaço na temática sci-fi. Essa variedade nos permite criar uma variação quase infinita nos mais diversos terrenos. Como outro exemplo, já imaginou misturar o velho-oeste com uma floresta tropical? Ou então transforar uma região desértica em uma verdadeira área 51. Tudo é possível!
Entretanto, nem tudo são flores aqui. Conforme notado em nossos previews, o game possui uma quantidade significativa de bugs visuais. Alguns, felizmente, foram corrigidos, enquanto outros persistem. O pior de todos, por exemplo, é o clipping quase inexistente do game. Muitas das estruturas são possíveis ser instaladas quase que uma em cima da outra. Podemos criar montanhas-russas que atravessam alguns objetos como árvores e pedras.
No entanto, como podemos notar pelo estado prévio do game comparado ao atual. Existe boas chances de que com o tempo e novos patchs, muitos desses problemas possam ser resolvidos.
Park Beyond permite fazer montanhas-russas surreais – Análise
Embora Park Beyond seja um simulador completo de parque, nitidamente existe um foco maior nas montanhas-russas. Graças a um controle intuitivo e uma variedade enorme de itens e ferramentas, é possível criar as mais loucas, limitado apenas pela nossa criatividade. Canhões, molas, lançadores, a quantidade é enorme, podendo personalizar até as cores, o modelo dos carrinhos etc.
É extremamente divertido construir e testar nossa própria montanha-russa, porém também precisamos focar nas necessidades dos nossos visitantes. Comida, bebida, banheiro, limpeza e descanso são alguns dos pontos que será necessário focar. Para isso, precisamos construir pelo parque barracas de lanche, bebidas, banheiros etc. Mas até isso não será uma tarefa simples, pois também precisamos distribuir o foco em tipos diferentes de visitantes.
Temos 3 grupos diferente para agradar: adolescentes, adultos e família. Cada grupo tem uma preferência diferente. Por exemplo, os adultos preferem barracas de café, já os adolescentes de refrigerante. Aqui o desafio é definir se vamos focar nosso parque em apenas um ou dois grupos, ou se nos arriscaremos em uma administração mais complexa e agradar a todos. Resumindo, Park Beyond tem uma jogabilidade agradável e ao mesmo tempo desafiadora, porém…. os bugs…
Como não montamos um parque da noite para o dia, as partidas são longas. Foi extremamente frustrante a grande quantidade de crashes que tive, necessitando refazer alguns passos. Felizmente o game tem um save automático que permitiu que não perdesse tudo, mas ainda assim algo era perdido. Agora, o pior de todos é um que não me permitiu concluir a fase. O game simplesmente continua após completarmos a meta. Estranhamente, isso foi algo que não aconteceu na minha experiência com o preview.
Com certeza isso será corrigido com patches, mas talvez seja um sinal de que não fosse o melhor momento para o lançamento oficial do game.
Park Beyond tem uma trilha engraçada, divertida e agradável, mas até aqui, bugs
Um ponto que apreciei desde as versões que jogamos anteriormente de Park Byond foi seu áudio. A começar pela música, o game possui uma trilha divertida e agradável que não se torna enjoativa rapidamente. E o mais divertido é que a montanha-russa possui uma música própria que, quando andamos nela, acelera de acordo com a velocidade atingida. Ou seja, ela fica baixa e quase inaudível quando estamos subindo, por exemplo, um trilho lentamente. Para acelerar freneticamente em uma descida rápida com giros e rodopios.
Essa ideia ficou muito boa mesmo, porém, no momento dessa análise, também faz parte dos bugs do game. Conforme aceleramos a música, ela começa a ‘pipocar’, dando pequenas falhas curtas e passando um efeito de tremedeira. Isso estraga completamente a ideia que foi – na minha opinião – fantástica dos desenvolvedores, mas assim como os pontos anteriores, nada que um patch futuro não possa resolver.
Além da trilha sonora, os efeitos e as dublagens também estão bem agradáveis. Embora nada memorável, é divertido ouvir os estrondos e efeitos especiais que alguns brinquedos têm. Também fica bacana ouvir o barulho das pessoas conforme o parque lota, assim como os berros de diversão nos brinquedos mais emocionantes. Isso entrega uma imersão muito boa dando a impressão de que estamos, de fato, em um parque de diversões.
Conclusão da nossa análise de Park Beyond
Como anunciei no título dessa análise, Park Beyond é, de fato, uma joia bruta que precisa ser lapidada. O game consegue entregar um desafio bacana e até mesmo uma historinha para nos distrair. Além disso, ele possui gráficos bem agradáveis para a temática e muito bem otimizados. Embora não entregue um desafio grande, construir nosso parque e moldar nossa própria montanha-russa é extremamente divertido. Tudo isso somado a um áudio divertido e agradável mostra que o game tem potencial.
No entanto, toda essa experiência acaba sendo ocultada pela quantidade grande de bugs, alguns que até mesmo nos impedem de prosseguir no jogo, fazendo com que o modo sandbox seja o melhor caminho para ter uma experiência mais completa.
Resumindo, sim, acho Park Beyond um bom jogo que pode se tornar incrível. Mas no momento fica difícil recomendar o game antes dele receber alguns patches que resolvam a maioria dos bugs.
Essa análise de Park Beyond segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
Park Beyond
Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 7
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 7
7.5
Bom
Park Beyond é um game divertido que merece atenção, porém vale a pena aguardar alguns patchs para a experiência não ser arruinada devido a quantidade de bugs no momento.