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Análise: Remnant II continua viciante e desafiador

Depois de um grande sucesso de Remnant: From Ashes lançado em 2019, agora teremos sua antecipada continuação Remnant II, onde trazemos aqui sua análise.

Será que a nova iteração do game consegue elevar o nível da franquia e entregar uma experiência divertida e ao mesmo tempo desafiadora? Confira agora!

A análise de Remnant II foi possível graças à keys de PC cedidas pela produtora. O jogo será lançado para PS5, Xbox Series e PC no dia 25 de Julho e conta com legendas e interface em PT-BR.

Vários mundos e muitas histórias

A história de Remnant II inicia com você e uma amiga seguindo uma pista de uma cidade segura onde poderão viver em paz da raiz, que é uma praga que assola o mundo. Ao tentar achar esta cidade, vocês são encurralados por uma horda de monstros e quando achavam que iam morrer, são resgatados pela Clementine que possui um curioso poder.

Após chegar na cidade chamada de Setor 13, você irá se deparar com Ford, ninguém menos do que o famoso fundador tão citado no primeiro jogo da franquia. Após perguntas sobre sua idade e sobrevivência ficar sem respostas, ele te chama para um laboratório secreto onde ativa a famigerada Pedra do mundo e em seguida desaparece sem deixar nenhum tipo de informação.

Subitamente Clementine aparece e ela é absorvida misteriosamente pela pedra. Sem saber o que fazer, você toca na pedra do mundo e aí sua aventura começa.

A partir daí a história e narrativa se desenrola de três formas. A primeira é entender para onde Ford foi e porque ele ativou a pedra do mundo. A segunda, obviamente, é tentar resgatar Clementine que foi puxada para algum lugar ainda desconhecido.

E, por fim, nós iremos nos deparar com os mais diversos e distintos mundos onde cada um tem suas histórias e personagens. Em cada um deles, que variam de uma floresta densa, passando por um deserto futurista e indo até uma cidade medieval, contará com uma história, personagens e motivações próprias onde você entenderá o que aconteceu em cada um deles, em especial com o ataque da praga.

Nessa parte nós temos uma aventura de ficção fabulosa com mundos muito interessantes a serem conhecidos e uma incrível dublagem dos personagens. E no decorrer da exploração, será possível ver como outros humanos, em especial Ford, tocaram a história de cada mundo.

Adicionalmente, nós temos a opção de entrar no Adventure Mode que é um modo arcade rápido, no qual jogadores podem ir diretamente para um mundo específico para completar objetivos específicos. Esse modo é bem útil caso o jogador queira grindar algum loot em específico de alguma dungeon. Os progressos da campanha e do modo aventura são completamente independentes.

Ambientação impressionante

E bem, como acabei de mencionar, Remnant II é extremamente diverso em suas influências e isso foi um grande destaque ao trazer esta análise. Visualmente o game é impressionante, seja pela cidade base que é rica em detalhes de uma cidade abandonada assim como pelos mais diversos mundos.

Adicionalmente, os NPC’s desses mundos são únicos e não seguem uma regra onde temos seres deformados, robôs, seres inspirados em animais e mais. Realmente é tudo muito único e cada um dos muitos mundos traz alguma novidade inesperada.

Ao longo de nossa jogatina, foi possível ver inúmeras influências de outros jogos e filmes como Matrix, a série Dark Souls, Bloodborne, O Labirinto do Fauno, O Senhor dos Aneis, Alien, Returnal e mais. É muito curioso ver como todos esses mundos conseguem coexistir em Remnant II. E tirando a parte da mecânica que é sempre a mesma, essa constante mudança de cenários inesperados faz com que estejamos jogando jogos distintos.

Adicionalmente, a trilha sonora é extremamente competente e acompanha bem essa mudança de cenários se adaptando a cada mundo mostrando momentos de ação, de luta intensa ou então de calmaria e desolação.

Algo interessante de adicionar ainda nesta parte é que não existe um caminho pré fixado para os jogadores. Cada jogador será aleatoriamente lançado em um dos muitos mundos disponíveis assim como sua evolução em novos mundos será igualmente distinta. É válido dizer que embora você ficará com todos os ganhos de uma partida com seus amigos, a sua história irá evoluir apenas se jogar no seu save.

Resumidamente, é possível você zerar o jogo com um amigo e um de vocês estar na primeira hora do game em seu save.

Uma exploração confusa

E agora saindo da parte técnica desta análise de Remnant II eu quero falar do gameplay e das falhas que o game traz. Embora ele seja muito divertido e tenhamos legitimamente nos divertido com ele, isso não o isenta de suas muitas falhas.

O game acaba mesclando diversos gêneros e influências como já mencionamos, assim como apresenta mundos diversos. Porém, a ideia de exploração é basicamente a mesma entre todos esses mundos. Você deverá avançar em cada um dos mapas através de inúmeros combates e puzzles. Após derrotar cerca de 4 chefes por área, você irá para o labirinto que interliga diversos mundos e após resolver algum tipo de puzzle, poderá avançar no game.

Embora isso na teoria seja interessante, na prática pode deixar o jogador um tanto perdido. Remnant II não faz nenhuma questão de dar nenhum tipo de indicativo para onde deve ir e o que fazer. Tanto a cidade principal como os diversos mundos não apontam nada. Seja um objetivo ou então um simples vendedor, nada está nem minimamente explícito.

Sendo honesto, para os mapas mais lineares isso não chega a ser um problema tão grande, pois a exploração é limitada, porém em mapas semi abertos como o do deserto, ficamos um bom tempo completamente perdidos. A única indicação que aparece é se você completou ou não um portal/área deste mundo.

Adicionalmente, outra coisa que nos incomodou durante a exploração é que por mais interessantes e diversos que sejam os mundos, eles acabam tendo muitos assets repetidos. Pegando o mundo do deserto como exemplo, muitos dos portais que exploramos possuem trechos praticamente idênticos e por muitas vezes nós falamos que uma localidade era igual a outra. Ou então a fase da floresta onde em determinado momento temos diversas casas idênticas e repetidas.

Essa repetição de assets pode ser justificada pelo fato do jogo ser uma espécie de Roguelite opcional. É possível reiniciar sua aventura manualmente carregando a experiência já obtida. Isso faz com que os mundos já visitados mudem de configuração trazendo uma experiência de jogo “nova”. Por mais interessante que essa ideia seja, fica o sentimento de repetitividade nos cenários.

Felizmente, esses mundos estão repletos de segredos e portas escondidas que dá um prazer em explorar como vimos em Elden Ring, assim como existem alguns puzzles elaborados onde você perderá um bom tempo resolvendo ele.

Ou seja, apesar das falhas claras no game design, Remnant II ainda consegue fazer com que seus mundos sejam interessantes e incentivam a exploração.

Um combate polido e chefes maravilhosos

Agora, falando dos combates, trago uma boa notícia. Ele é delicioso. Aqui nós temos a clássica visão em terceira pessoa onde cada personagem terá uma arma principal, uma secundária e um ataque de corpo a corpo. Adicionalmente, cada arma de fogo possui algum tipo de variação para dar um especial.

Antes de mais nada, o jogador poderá escolher um entre os diversos arquétipos disponíveis que são as clássicas classes. Aqui teremos o Médico, o caçador focado em atirar de longa distância, o Desafiante que é o clássico tanque, o Domador que é uma classe equilibrada e é acompanhada de um cachorro e o Pistoleiro que é a classe liberada via pré-venda.

É possível desbloquear mais arquétipos achando “Engrams” espalhados pelo mapa. Ter um arquétipo secundário é uma das melhores adições ao jogo, já que permite um combate mais flexível, não somente voltado para uma classe só. A maioria dos arquétipos iniciais estão disponíveis de cara no “Setor 13”.

Em nosso caso escolhemos o Pistoleiro, Domador e o Desafiante. Foi muito interessante poder trabalhar em equipe e poder criar estratégias com nossas armas e poderes distintos. E as possibilidades aumentaram ainda mais quando liberamos e escolhemos cada um uma segunda classe distinta. Remnant II nos surpreendeu ao longo dessa análise, pois é o clássico jogo que é gostoso de atirar assim como em Destiny.

Como estamos falando de diversos mundos, os inimigos também seguem padrões e formas distintas onde cada um conta com sua estratégia, habilidade e resistência. Isso faz com que o game sempre tenha uma espécie de frescor em cada novo mundo. Vale ressaltar que é possível ver alguns padrões repetidos entre alguns inimigos, mas nada que tire o brilho do jogo.

E por fim temos os chefes que são o ponto alto de Remnant II. Cada um dos chefes costumam ser únicos e possuem padrões próprios. A regra geral é que eles têm uma dificuldade elevada e seus padrões são imprevisíveis. Embora eles logicamente sigam um padrão pré determinados de ataques, eles não seguem uma constância podendo te surpreender a cada nova tentativa.

Ainda, adiciono que a pegada RPG do game influencia a história assim como alguns possíveis combates. Dependendo da onde estejam, as suas respostas irão influenciar naquele mundo e sua evolução, incluindo combates.

Foi extremamente divertido ser desafiado tanto a cada horda de inimigos como com os chefes. Era comum persistir em uma luta até ir evoluindo gradualmente e derrotar o chefe.

Algo que também adiciona a experiência é que cada arma possui um campo de mod de arma que dará uma habilidade única assim como possui um campo para um mutador que irá adicionar uma habilidade passiva a arma como retorno de munição automático, aumento de dano do mod, aumento de dano e mais. Um detalhe interessante é que cada um desses mods equipados mudam completamente o aspecto visual da arma parecendo que é completamente nova, embora ainda seja a mesma.

E claro, jogar com os amigos melhora e muito a experiência. Não apenas a conexão entre partidas é simples e rápida, mas o jogo balanceia a experiência solo ou multiplayer. No geral, como esperado, a chance de sucesso com os amigos é maior do que sozinho.

Uma evolução que não é para todos

Agora, eu acabei de elogiar e muito a sensação de combate, assim como os chefes desafiadores, certo? E bem, isso procede. Mas agora tenho que entrar no ponto mais fraco do jogo, sua evolução. Aqui nós temos um RPG que em certa forma segue os moldes de um Looter e Shooter. Mas aqui a equipe de desenvolvimento tomou algumas decisões que não agradará a todos.

O primeiro problema está no drop de novos equipamentos. Após jogar mais de 15 horas, nós reparamos que cada um tinha conseguido apenas 2 a 3 novas armas e mais nada. Todos os equipamentos de defesa podem ser comprados na cidade, mas são os equipamentos base das classes dos personagens. O mesmo acontece para as armas onde temos algumas opções a mais, mas nada de muito diferente.

Ou seja, as novas e efetivas melhores armas poderão ser pegas após itens específicos caírem de chefes. Além disso, será possível evoluir o nível de sua arma base até o nível 20, porém, as armas em si são parecidas, mudando sua classe como metralhadora, escopeta, fuzil e mais. Ou seja, para que trocar uma arma de nível elevada por outra de nível base?

De forma geral nós jogamos mais da metade do jogo com nossas armas iniciais até acharmos uma nova arma efetivamente interessante.

Mas isso não quer dizer que não é possível customizar ou evoluir. Cada classe irá evoluir com o tempo e possuirá algumas habilidades passivas. Porém a mudança dentro de sua classe é bem mais branda. Essas melhorias seguem o estilo só modificando levemente o seu poder e não dando algo único. Por exemplo, o pistoleiro muda algo relacionado a velocidade de carga, mas é sempre uma habilidade focada em munição.

Adicionalmente é possível equipar até quatro aneis e um amuleto onde cada um terá uma habilidade passiva específica como diminuir dano, melhorar seu vigor, receber vida, roubar vida, aumentar experiência ganha e muito mais.

Outra melhoria que existe são fragmentos de relíquia que podem ser equipadas até três em sua relíquia principal onde elas terão três tipos de categoria de ataque, agilidade e defensivo.

E enquanto novas armas são raras, esses itens mencionados caem até demais. Por um lado, os fragmentos de relíquia mudam uma pequena porcentagem apenas. Por exemplo, você poderá dar 1 a 2% a mais de dano apenas com arma longa ou então com ataques corpo a corpo.

Já no caso dos aneis essa melhora é um pouco melhor, mas simplesmente existem muitas opções para poder equipar até quatro por vez, o que causa uma certa frustração ao jogador. No fim você terá uma imensidão de aneis e fragmentos onde terão menos efeito do que você gostaria.

Por fim, existem as características que será onde poderá gastar seus pontos para melhorar seus status base como vida, vigor, agilidade e mais. Cada um desses slots variam do nível 1 ao 10 e com a evolução do jogo você ganhará cada vez mais opções para fazer uma build única. Aqui, felizmente, temos uma evolução que realmente impacta seu gameplay melhorando seus status entre 20% a 50%.

Logicamente, ao equipar um segundo arquétipo as opções de novas habilidades passivas irão aparecer assim como você possuirá uma nova habilidade ativa a disposição.

A impressão que tivemos é que a evolução é mais focada nos detalhes de sua build e modificações do que efetivamente em um novo equipamento mais poderoso. Isso poderá incomodar diversos jogadores, assim como nos incomodou em alguns momentos.

Conclusão

E chegando ao fim dessa análise de Remnant II, é inquestionável que nós temos um ótimo jogo e que fica melhor para jogar com os amigos. Os grandes destaques vão para seus lindos visuais, o combate e os chefes que são extremamente desafiadores.

É importante pontuar que jogamos no PC e que nessa build o jogo ainda se encontrava muito instável e com queda severas de frames. Era normal estarmos jogando na casa dos 60 frames e nos cenários mais pesados caia para quase 30 frames. Particularmente, em um único momento vi o jogo cair até 25 frames.

Ressalto que apesar dos inúmeros problemas e sentimentos de oportunidade perdida, ainda nos divertimos muito com Remnant II sendo que mal víamos o tempo passar em nossas sessões de jogatina. Apesar dos problemas de game design, repetições de assets e da grande decepção na questão do loot, que é praticamente inexistente, Remnant II conseguiu nos empolgar.

Ou seja, aqui temos a fórmula para um jogo excepcional, mas que precisa de ajustes para chegar a perfeição. O Looter & Shooter no caso fica mais para o microgerenciamento de itens e mods a serem equipados do que em suas armas e armaduras.

Essa análise de Remnant II segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Remant II encanta apesar dos problemas

Visual, ambientação e gráficos - 9
Jogabilidade - 8.5
Diversão - 8.5
Áudio e trilha-sonora - 9
Game Design e otimização - 6

8.2

Ótimo

Remant II consegue divertir e te desafiar a cada nova área com seus ambientes lindos e chefes bem elaborados. Infelizmente ele não atinge a perfeição por ter uma otimização abaixo do esperado e por outros problemas de game design e evolução do personagem que não agrará uma parcela dos jogadores.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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