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Análise: Blasphemous 2 é a sua melhor penitência

É hora do Penitente operar outro Milagre.

Como é bom voltar ao meu “mundo seguro”, com esta análise Blasphemous 2, um metroidvania com uma leve inspiração Soulslike. Analisar Trepang2 foi um ótimo desafio e bem divertido mas confesso que sinto-me mais confortável e a vontade com jogos roguelike/roguelites e metroidvanias. Então vem comigo começarmos nossa penitência.

Esta análise só foi possível graças a uma cópia digital de Blasphemous 2gentilmente cedida pela produtora, para a versão de PC, via Steam.

Sobre Blasphemous 2

Blasphemous 2 é um metroidvania em 2D, com rolagem lateral e pixel art, sendo inegável que ainda contém uma leve inspiração nos jogos da série Souls. Quando chegarmos na parte de Jogabilidade, trarei mais detalhes.

Nessa aventura, estamos novamente na pele do Penitente, continuando a sua penitência diretamente após o término da história da DLC Wounds of Eventide, do jogo original, onde anunciou o retorno do Milagre e profetizou o nascimento de um novo filho do Milagre. E agora o penitente segue mais uma vez na sua eterna luta contra o Milagre, porém ele quer encerrar esse ciclo eterno de uma vez por todas.

Por fim, venho parabenizar aos desenvolvedores da The Game Kitchen, por trazer uma legenda em PT-BR excelente. No primeiro Blasphemous já tínhamos este trabalho em excelência e nesta continuação não foi nada diferente. Infelizmente, não temos dublagem em Português Brasileiro, contudo já temos a dublagem em Espanhol que está maravilhosa. Logo falarei mais sobre.

E deixo aqui um rápido alerta antes de continuar com esta análise que, assim como seu predecessor, Blasphemous 2 ainda lida diretamente com um tema fortemente religioso, que (apesar de fantasioso) é focado em um lado sombrio e perturbador. Se este tipo de tema lhe incomoda, jogue sabendo que isso ocorrerá bastante.

Uma arte penitente

À primeira vista, Blasphemous 2 parece que não tem muito a ver em comparação ao seu jogo antecessor, se olhar pela tela inicial do jogo. Porém, após iniciarmos o jogo, essa comparação cai por terra. O jogo ainda possui sua bela pixel arte, parecendo mais polida do que antes e dando a impressão que “aparou as pontas dos pixels”. Tenho total ciência que essas pontas fazem parte da pixel art e não critico jogos assim, afinal eu amo Momodora e No Place For Bravery, mas é inegável que Blasphemous 2 melhorou muito seu visual.

Do mesmo modo, as animações mudaram de estilo: de pixel arte animada para anime. E devo dizer que ficou sensacional! Mais uma vez nada contra a pixel art, mas as animações em anime ficaram extremamente lindas. Para comparar, deixarei abaixo imagens retiradas das animações de cada jogo:

Por último, jogos metroidvania precisam de um bom mapa que ajude a navegar pelos cenários. E aqui temos um mapa que eu só posso classificar como suficiente: nada ruim porém nada excepcional. Como únicos destaques, aponto que as áreas têm cores diferentes na apresentação de cada área e a possibilidade de incluir marcadores.

Uma penitência renovada

Desculpem-me pela obviedade mas por se tratar de uma continuação, é esperado que ainda tenha a “fórmula” do primeiro jogo: um metroidvania misturado com elementos de Soulslike. E, sinceramente, essa amálgama de gêneros trouxe problemas bem sérios ao primeiro jogo da franquia, pois mortes instantâneas por buracos, espinhos, inimigos “combando” até te matar, level design que geralmente matam de primeira um jogador que nunca passou pela área, não combina com um jogo em 2D, ainda mais um metroidvania.

Contudo, parece que os desenvolvedores perceberam seus maiores erros, ouviram os jogadores e a comunidade e decidiram que Blasphemous 2 seria mais metroidvania do que Soulslike. Porém isso não te dá permissão para jogar de forma leviana.

Mudanças

Uma grande mudança que aponto é que não tem mais mortes instantâneas por espinhos e buracos. Agora, quando você cai em um buraco ou espinho, o Penitente retorna para a última plataforma que estava, perdendo uma boa quantia de vida. E, contando que as mortes neste jogo ainda tem penalidades se forem acumuladas, esta alteração faz com que o jogador não tenha tanto medo de explorar.

Outra mudança é que agora temos 3 armas diferentes para escolher: “Veredicto”, “Sarmiento e Centella” e “Ruego Al Alba”, onde traduzindo fica Huguinho, Zezinho e Luizinho “Veredito”, Sarmento e Fagulha” e “Rezar para Alba”.

Cada arma, além de possuir um formato diferente, possui habilidades diferentes que são fundamentais para o avanço do jogo. Um exemplo rápido é a Veredicto que pode bater em sinos, ressoando um grande barulho que ativa plataformas. E também possuem árvores de habilidades diferentes.

Contudo, não precisa se preocupar na escolha das armas pois ao longo do jogo, você acaba adquirindo todas. Mas se eu puder dar uma dica rápida, escolha para começar com a Veredicto, pois além de causar mais dano que as outras armas, no início do jogo você encontrará bastante sinos para prosseguir.

Melhorias

Já uma grande melhoria é a possibilidade de retornar para a cidade a qualquer momento do jogo. Anteriormente, só poderia voltar se usasse portais de teleporte ou, após a DLC, através dos altares. Agora o jogador ganha uma habilidade de retorno, que pode ser equipada a qualquer momento. Claro que, por se tratar de uma habilidade que gasta mana, o Penitente precisa possuir a quantidade de mana para usar a habilidade.

Outra melhoria de destaque é o controle. Alguns inputs e comandos foram remapeados, deixando o jogo mais intuitivo. De exemplo rápido, posso falar que para usar um altar, não precisa mais usar um botão específico: é necessário apenas usar o botão/tecla de ação PARA CIMA. Outro exemplo rápido é que o botão de cura saiu dos gatilhos superiores e agora é um botão. Como joguei usando um controle de Xbox, o comando de cura saiu do RB para ir ao Y.

Evoluções

Por se tratar de uma sequência, sempre esperamos que evoluções ocorram. E posso afirmar que o jogo possui muitas. Entre as de maior destaque temos:

  • Árvore de Habilidades para cada arma, liberando novas técnicas.
  • Facilidade em adquirir pontos para evolução, chamados de pontos de martírio. Agora você pode ganhar pontos de martírio só matando inimigos.
  • Não possui respawn de inimigos ao mudar de tela. Agora os inimigos só retornam se você usar um altar.
  • Novos desafios, como encontrar “As Irmãs”.
  • Novas possibilidades de melhorar o Penitente, com a possibilidade de “equipar” estátuas, que melhoram atributos do Penitente.

Ainda tem algumas evoluções, mas apontarei só essas mesmo.

Contudo…

Algo que deixo de ressalva para o jogo é que ele ainda possui muito backtracking. Sei que jogos metroidvania tem por premissa o backtrack, mas é meio frustrante o tanto de elementos que Blasphemous 2 traz logo no início do jogo, já lhe trazendo em mente qual power up você precisará ter para acessar alguma parte do jogo que já lhe aparece. E para não esquecer um ponto de interesse, tem que encher o mapa com marcadores.

Antes de encerrar, quero deixar bem claro que não estou reclamando, afinal eu já passei mais de 25 horas em 8Doors: Arum’s Afterlife Adventure para completar 100% do mapa, porém a quantidade exagerada de “bloqueios” que tem logo no começo do jogo traz um desconforto considerável.

Un sonido penitente

Sinceramente, não tenho muito o que falar. E o motivo é bem simples: esta parte do jogo está no nível suficiente e agradável. Ele não possui músicas que sejam memoráveis, apesar de que bem ambientadas, e os efeitos sonoros são bons. Não tem muito o que dizer.

Porém, se você é um leitor atento e assíduo, sabe que agora não crio tópicos para falar de análise aonde o som e os efeitos sonoros são suficientes e agradáveis. Então a pergunta que não quer calar: Por que abrir este tópico?

A resposta é porque simplesmente Blasphemous 2 tem a melhor dublagem que já ouvi em um metroidvania, quiçá entre todos os jogos que já joguei, mesmo que ainda perca para The Witcher 3.

Antes de continuarmos, esqueça totalmente a dublagem em inglês. Apesar de não ser ruim, a dublagem em inglês entra na categoria suficiente. Contudo, a dublagem em espanhol…

Ao escutar os NPCs falando em espanhol, Blasphemous 2 entra em um outro nível de imersão, como se Blasphemous 2 fosse desenvolvido para se encaixar perfeitamente com o espanhol e não o contrário. Analogamente, o espanhol está para Blasphemous 2 assim como goiabada está para queijo, café e pão de queijo, batata frita e bife de boi, Romeu e Julieta, churrasco e fim de semana, Sonic e Tails, Hadouken e Ryu…

A dublagem em espanhol traz o clima perfeito para Blasphemous 2, deixando a temática bem acentuada. Sinceramente, não tive coragem de pular nenhum diálogo, mesmo que para uma melhor análise, eu tenha recomeçado Blasphemous 2 cinco vezes. E caso o seu jogo não iniciar com a opção de dublagem em espanhol, sugiro que a troque imediatamente.

Considerações Finais de Blasphemous 2

Blasphemous 2 é um ótimo exemplo de sequência. O time de desenvolvedores entendeu que a junção de metroidvania e Soulslike, para um jogo de plataformas 2D, não ficou tão legal como imaginado e tratou de deixar o jogo mais metroidvania e menos soulslike. Com isso, os desenvolvedores conseguiram resgatar os pontos positivos de Blasphemous e corrigir a grande maioria dos pontos negativos, fazendo Blasphemous 2 ser um dos melhores metroidvania do mercado.

Olhando para outros jogos do gênero, Blasphemous 2 é um metroidvania que “joga seguro”, sem grandes inovações para o gênero. O backtracking ainda está exagerado e incomoda um pouco no início do jogo, mas não se incomode com isso, pois o fluir do jogo ocorre “no seu devido tempo”.

Para finalizar, e o mais importante, não esqueçam de deixarem a dublagem em espanhol. Por favor.

Essa análise de Blasphemous 2 segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Blasphemous 2

Visual, ambientação e gráficos - 9
Jogabilidade - 9
Diversão - 8.5
Áudio e trilha-sonora - 10

9.1

Excelente

Blasphemous 2 traz ótimas melhorias em comparação ao seu antecessor. Agora o jogo passa a ser mais metroidvania do que soulslike, porém não jogue levianamente, pois as punições aos desaviados penitentes ainda existem. O tema religioso ainda persiste e se isso lhe incomoda, saiba que, apesar de fantasiosa, exagerada, e não apontar para nenhuma religião em específico, a temática religiosa é extremamente presente. O jogo ainda possuem alguns detalhes que incomodam, porém se você é fã de Blasphemous, se surpreenderá com a continuação da série e é altamente recomendado que o jogue. Se você for apenas fã de metroidvanias, também recomendo muito que o jogue.

User Rating: 5 ( 1 votes)

Eder DZR13

Um rapaz descontraído, engraçado, esperto e dinâmico. Esse cara não sou eu, mas eu amo jogar e viver no mundo gamer. Ainda procurando os dias de glórias porque de tanta luta, eu acho que serei a próxima DLC de Street Fighter. Detentor da 5ª Esmeralda do Caos e 3 vezes campeão da liga de Brawlhalla do condomínio. E ontem eu acertei a tela branca do Akuma.

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