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Análise: Quantum Error

O primeiro jogo de uma trilogia bem problemática

Nesta nossa nova análise vamos trazer nossas impressões de Quantum Error, o mais novo jogo de terror que foi feito pela Team Kill Media.

Será que este jogo de terror feito por uma equipe de apenas quatro pessoas irá se destacar neste halloween? Ou será que veremos um terror B que promete, mas não entrega? Isso você vai conferir agora.

Um história bem interessante

Antes de mais nada eu quero frisar que ao longo desta análise irei lembrar que Quantum Error foi feito por um time de apenas 4 pessoas. Portanto, muitas de minhas críticas devem levar em consideração que estamos falando de um desenvolvedor independente.

Dito isto, Quantum Error tem uma história de terror com algumas ideias muito boas. De forma resumida, e sem entregar spoilers, você será Jacob, um bombeiro. Após receber um chamado, você e sua equipe irão para uma espécie de ilha artificial no meio do oceano para ajudar a apagar o fogo de uma explosão que ocorreu lá.

No entanto, ao chegar nesta ilha, o suposto trabalho padrão com seus desafios naturais, tomará um novo rumo. Aqui somos apresentados a Medusa, um grupo terrorista que não quer aceitar as facilidades do mundo quântico.

Por sua vez, você descobrirá um item alienígena que está repleto da misteriosa energia quântica e que é objeto de desejo de todos. Por outro lado, esse suposto objeto de poder imensurável possui uma misteriosa ligação com outro mundo que controla de forma misteriosa as pessoas.

A partir daí a missão de Jacob será de resgatar quaisquer sobreviventes, incluindo membros de sua equipe de bombeiros. E fará isso enquanto descobre mais sobre este artefato misterioso e resiste aos ataques do grupo terrorista e de outros terrores.

Mas a narrativa deixa a desejar

E por mais que a história lembra alguns bons filmes de terror, sua narrativa infelizmente perde o ritmo por diversas vezes. A história de Jacob e de diversos personagens é contada de forma picotada e nem sempre se encaixa bem.

Adicionalmente, no início do jogo somos apresentados a uma revolta desse grupo terrorista, mas que é dispensável. Embora exista uma motivação que está ligado ao irmão de Jacob, ela só serve para confundir o jogador.

Em seguida temos as cenas de história. E aqui é o primeiro grande problema. Quantum Error se vende como uma grande produção visual, mas não consegue sustentar sua temática. A animação do jogo deixa claro que não houve nem tempo nem dinheiro para melhorar a parte de apresentação no geral.

Os personagens são duros, com animações estranhas e a interação entre eles é sem vida. Muitas vezes temos uma movimentação dura ou então seu rosto simplesmente não convence. Adicionalmente, a parte de renderização dos personagens e detalhes deixam muito a desejar. Além de diversos pop up de texturas, temos alguns modelos estranhos, falta de sincronização labial e, por fim, os cabelos sofrem de um intenso flickering.

Por exemplo, é comum a barba de Jacob ficar com os pelos aparecendo e desaparecendo bem na sua frente. Comicamente a sua atenção se volta à barba, ao invés da cena em si.

De forma resumida, a animação dos personagens, incluindo sua atuação, não convence.

Um verdadeiro bombeiro

Agora, por ser um bombeiro, você possuirá diversos apetrechos e mecânicas relacionados a sua profissão.

Você contará com a máscara de gás, que terá uma duração de oxigênio, o clássico machado, um pé de cabra, um rádio para comunicação e até itens mais avançados. Dentre eles temos uma serra portátil para abrir buracos em pontos específicos e uma espécie de enforcador hidráulico para abrir portas e apertar canos.

Em sua maioria, cada um desses itens terão aplicações específicas em lugares específicos. Isso, claro, tirando os itens que podem ser usados como uma forma de ataque como o machado. Adicionalmente, teremos “mecânicas de bombeiro”.

Dentre elas podemos rastejar debaixo da fumaça, apagar o fogo com mangueira ou extintor de incêndio ou até resgatar uma pessoa desacordada.

No entanto, embora esse set de ferramentas e habilidades façam sentido, é tudo executado de forma não polida. Por exemplo, ao abrir uma passagem, a animação deixa muito a desejar. Os blocos da parede ou porta caem como se fosse um pacote de M&M’s e não passa credibilidade.

Ou então apagar o fogo onde a animação do fogo se apagando se resume a dois estágios que é em brasa e apagado. É como se apertasse um botão para desligar a luz. A brasa simplesmente desaparece. Outro exemplo que posso dar é ao carregar uma pessoa desacordada onde a física de “boneco do posto” aparece e a cena é mais engraçada do que tensa.

Em suma, faltou mais uma vez polimento.

Gameplay insuficiente

Agora entrando na parte da análise em que falo do gameplay, Quantum Error traz muito boas ideias à mesa. Além desse pack de bombeiro, temos a possibilidade de atirar com armas de fogo. Aqui temos o plantel clássico de armas como pistolas, escopetas, metralhadoras, armas futuristas e até um lança-foguete.

Na questão da evolução, Quantum Error conta com uma árvore de habilidades tanto para Jacob como para cada arma individualmente. Não espere nada complexo aqui. Temos coisas mais simples como melhorar a vida, stamina ou fôlego de Jacob. Enquanto nas armas podemos melhorar coisas básicas como capacidade de munição, diminuir coice da arma ou até aumentar o dano.

No entanto, assim como critiquei as mecânicas de bombeiro, tenho que fazer o mesmo com a de tiro. Eu não me lembro de um jogo onde nenhuma arma tinha recuo. Parece que sempre estou atirando com uma arma de papelão.

Isso se agrava com o hitbox dos personagens. Muitas vezes eu tinha certeza de estar mirando no inimigo e nada acontecia. Eu atirava e nada. Era como se o jogo me forçasse a ter que gastar bala.

Mas nada é pior em Quantum Error do que a IA dos inimigos.

A pior IA que já vi

Posso falar tranquilamente que a Inteligência Artificial dos inimigos em Quantum Error é de longe o ponto mais fraco do jogo.

Já imaginou um inimigo ficar parado na sua frente sem fazer nada? Ou então todos terem a mesma mobilidade após levar o primeiro dano? Que tal então atiram sem parar contra a parede? E pasme, algumas vezes, o dano passa pela parede.

Chega a ser tragicômico em muitas situações. Desacreditado dessa IA, por diversas vezes eu ficava parado olhando os inimigos e a reação era sempre a mesma. Adiciono também que o treinamento deles foi feito com os Stormtroopers de Star Wars. Piadas à parte, a grande maioria de seus tiros não te acerta.

Adicionalmente, os outros tipos de inimigos que são uma espécie de zumbis são praticamente um alvo móvel apresentando nenhum tipo de urgência ou perigo real.

Felizmente o jogo conta com algumas ambientações interessantes assim como possibilidades de stealth em alguns momentos como áreas secretas. Mas após entender que os inimigos são mais um estorvo do que um desafio, por muitas vezes o jogo se torna um passeio no parque.

Conclusão

Resumindo essa análise, eu fiquei chateado ao jogar Quantum Error. E não digo isso por termos um jogo que prometia muito, mas acabou sendo fraco de forma geral.

Mas falo isso, pois Quantum Error efetivamente tem boas ideias. Todas as mecânicas, level design, a trama e muito mais estão lá. Elas são coesas e instigantes. Contudo, basicamente a implementação de tudo falha.

Seja na narrativa com personagens estranhos e muitas mudanças de câmera, como uma mecânica de tiro falha ou até a IA que é trágica, nada foi entregue com o polimento adequado.

O que eu entendi é que esse foi um projeto muito ambicioso feito pela Team Kill Media, no entanto, ele foi demais para 4 pessoas. Talvez no futuro haja algum investimento de dinheiro no jogo e de pessoal e vejamos uma versão “remasterizada” competente. No entanto, esse é, teoricamente, o primeiro jogo de uma trilogia.

Infelizmente, hoje, Quantum Error erra bem mais do que acerta. Mas o potencial está lá. Falta polir imensamente tudo o que foi apresentado para assim sedimentar o caminho para essa trilogia que já nasceu bem problemática.

E uma breve curiosidade que deixo neste fim, é que fiz esta análise apenas com o idioma em inglês e com nenhum tipo de legenda. Após uma atualização, as cutscenes receberam legenda, mas ainda não havia nenhuma legenda presente durante o jogo.

Essa análise de Quantum Error segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Problemas se sobrasseam as boas ideias

Visual, ambientação e gráficos - 5
Jogabilidade - 5
Diversão - 5
Áudio e trilha-sonora - 5

5

Fraco

Quantum Error efetivamente tem boas ideias. Todas as mecânicas, level design, a trama e muito mais estão lá. Elas são coesas e instigantes. Contudo, basicamente a implementação de tudo falha. Seja na narrativa com personagens estranhos e muitas mudanças de câmera, como uma mecânica de tiro falha ou até a IA que é trágica, nada foi entregue com o polimento adequado.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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