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Análise: Helldivers 2

Uma evolução fenomenal do seu antecessor

Em 2015, a Arrowhead Game Studios lançou Helldivers, um shooter cooperativo que rapidamente conquistou fãs com sua jogabilidade frenética e recompensadora. O game se destacava por seu foco em missões intensas contra hordas alienígenas, com até 4 jogadores unindo forças para conter uma invasão intergaláctica.

Sete anos depois, finalmente ganhamos a muito aguardada sequência, Helldivers 2. Como um ávido fã de jogos cooperativos como Back 4 Blood, Left 4 Dead, Vermintide, Darktide e Deep Rock Galactic, eu estava bastante ansioso para embarcar nessa nova jornada. Afinal, a possibilidade de massacrar hordas extraterrestres ao melhor estilo Tropas Estelares com amigos parecia extremamente promissora.

Para minha felicidade, o lançamento de Helldivers 2 foi um sucesso estrondoso. Nas primeiras horas, o jogo atingiu mais de 400 mil jogadores simultâneos apenas na Steam, e claramente, eu não era o único ansioso para mergulhar de cabeça nessa nova aventura.

Agora, será que o título realmente representa uma evolução digna para a excelente série com tantas mudanças? Será que a sequência consegue entregar a mesma jogabilidade viciante e caótica que tornou o original um clássico? Se você quer todos os detalhes de Helldivers 2 para saber se a sua compra vale a pena, confira a nossa análise completa abaixo:

História e Universo – Análise: Helldivers 2

Conforme a Arrowhead já havia mostrado nos trailers do jogo, o universo de Helldivers 2 é bastante  inspirado em clássicos filmes de ficção científica como Tropas Estelares. O jogo se passa em um futuro não muito distante onde a Terra sofreu grandes devastações e escassez de recursos. Para sobreviver, a humanidade se uniu em uma nação global chamada Super Terra.

Impulsionada por uma mentalidade nacionalista extrema, a Super Terra expandiu seu território estabelecendo colônias em outros planetas. O problema é que essas novas colônias logo encontraram resistência na forma de duas ameaças alienígenas: os Terminídeos, uma raça de insetos agressivos e vorazes, e os Autômatos, robôs sencientes que curiosamente lembram muito exterminadores do futuro.

É neste contexto que o jogador assume o papel de um Helldiver, um soldado de elite da Super Terra. Basicamente, os Helldivers são despachados em missões suicidas para defender as colônias e espalhar a ideologia da “democracia” da Super Terra. Armados até os dentes em armaduras poderosas, os soldados empregam todo tipo de tática para garantir a supremacia humana a qualquer custo.

A premissa claramente satiriza a glorificação da guerra e mentalidade nacionalista presentes em filmes como Tropas Estelares. A Super Terra é apresentada como uma distopia opressora que manipula seus cidadãos com propaganda e nacionalismo cego. Os engraçados slogans patrióticos repetidos pelos Helldivers e a estética retrô-futurista das naves e tecnologias reforçam o clima exagerado e humorístico do universo, que é muito característico da Arrowhead, vide jogos como Magicka. O título é repleto de referências, sátiras e piadas, servindo tanto como paródia quanto homenagem ao gênero.

Jogabilidade

Enquanto o enredo do jogo traz um ar relaxado e satírico, a jogabilidade segue outra linha. O núcleo da experiência de Helldivers 2 está em suas missões cooperativas intensas e recheadas de ação. Cada missão ocorre em um planeta distinto, gerado de forma procedural para oferecer experiências únicas a cada partida.

Ao decolar da nave de batalha, o esquadrão de até quatro Helldivers é lançado em cápsulas de inserção que atravessam a atmosfera em alta velocidade antes de pousar bruscamente na superfície inimiga. Neste ponto, os jogadores têm liberdade para explorar o terreno ao seu redor, que varia de pântanos tóxicos a desertos congelados, todos eles extremamente detalhados por sinal.

O objetivo principal de cada missão é sempre variado, podendo envolver desde destruir colmeias alienígenas até hackear terminais para roubar dados confidenciais. Fora isso, a superfície do planeta está repleta de missões secundárias, bases inimigas e recompensas escondidas, o que torna essencial explorar cada canto em busca de medalhas, amostras, munição e outros recursos.

No caminho, enfrentar hordas de inimigos é inevitável. Exércitos de insetos gigantes e robôs letais defendem seu território agressivamente, proporcionando um combate intenso, imprevisível e extremamente divertido, com inimigos vindo de todas as direções ao mesmo tempo. Para sobreviver, os jogadores podem equipar uma ampla variedade de armas devastadoras, desde espingardas de assalto e submetralhadoras até lança-chamas e lança-mísseis.

Além disso, combinações dos botões direcionais permitem chamar reforços estratégicos da nave do jogador, que podem mudar o curso de uma batalha, com mísseis de napalm e ataques de artilharia pesada, por exemplo, que são excelentes para controlar hordas de inimigos. Há uma quantidade surpreendente de opções para o jogador, que também incluem escudos, torretas e pacotes de munição que ajudam muito quando as coisas ficam difíceis.

A jogabilidade é extremamente polida e satisfatória, e eu não me atenho a dizer que ela talvez seja uma das melhores que eu joguei nos últimos anos de longe. As armas têm um ótimo peso e feedback, e cada tiro e explosão é pontuado por efeitos sonoros altos e impactantes. Morrer acontece o tempo todo de formas frequentes e imprevisíveis, mas é exatamente isso que torna as missões ainda mais épicas e memoráveis. No final, os melhores momentos virão das interações caóticas e divertidas entre os membros da equipe.

Gráficos e Desempenho – Análise: Helldivers 2

Helldivers 2 é um daqueles raros jogos que acerta em tudo a que se propõe, e não seria diferente em termos gráficos. A mudança para ambientes totalmente 3D traz benefícios significativos para a experiência. Os planetas, que serviam apenas como pano de fundo no jogo original, agora são cenários completos para explorar que ajudam muito na imersão.

Cada mundo conta com terrenos acidentados, estruturas abandonadas, naves caídas e bases inimigas. Todos servem tanto para oferecer cobertura em combate quanto recompensas, e proporcionam combates frenéticos, com tiroteios com inimigos no alto de colinas e plataformas, por exemplo.

Os modelos 3D dos personagens e inimigos também receberam atualizações significativas. Os Helldivers contam com designs de armadura detalhados que podem ser customizados conforme o jogador progride. Desde a animação dos modelos quanto a física das capas mostram que a Arrowhead construiu tudo com muito carinho, trazendo momentos de admiração em diversos momentos. Até os inimigos alienígenas e robóticos têm aparências grotescas, por exemplo, o que junto dos belos planetas, realça o clima de ficção científica.

Entretanto, verdade seja dita, onde o jogo realmente impressiona é nos efeitos de partículas. Explosões causam uma chuva de detritos, tiros levantam nuvens de poeira e sangue alienígena respinga por todos os lados, e tudo isso é renderizado com uma qualidade excelente, aumentando muito o impacto visual do combate caótico.

Para fechar essa parte com chave de ouro, em termos de desempenho, o jogo é surpreendentemente estável, atingindo 60 FPS sólidos na maioria das situações no PlayStation 5. Já no PC, dependendo do hardware, é possível jogar com altas taxas de frame para a ação mais suave possível. Na minha RTX 3080ti, por exemplo, eu pude jogar constantemente a 100 FPS sem problemas com tudo no máximo e o Upscaler (que parece ser FSR 1) no modo Equilibrado, tudo a 4K.  A otimização parece ter sido uma prioridade, resultando em uma experiência muito fluida mesmo nos momentos mais intensos.

Progressão e Microtransações

Como qualquer jogo-serviço, Helldivers 2 traz um sistema de progressão direto e altamente gratificante sem todos aqueles problemas de outros jogos do gênero (sim, estou falando de você Electronic Arts). Conforme o jogador sobe de nível ao completar missões, ele ganha pontos de habilidade para desbloquear equipamentos mais avançados.

Novas armas com maior poder de fogo são essenciais para lidar com inimigos mais difíceis, enquanto armaduras mais resistentes permitem suportar mais dano antes que a saúde acabe (e acredite, ela vai acabar rápido). Para completar, há reforços estratégicos que provêm capacidades ofensivas e defensivas adicionais.

Além disso, coletar recursos específicos nas missões permite construir melhorias para a nave em órbita. Essas melhorias conferem bônus passivos permanentes que beneficiam todo o esquadrão, como munição extra e redução no tempo de recarga dos reforços estratégicos.

O jogo também conta com um sistema de passe de batalha gratuito não muito intrusivo que recompensa jogadores ativos com itens cosméticos, como capas customizáveis e adesivos para a armadura. Completar todos os desafios semanais permite desbloquear o passe premium sem custo extra, o que incentiva muito que os jogadores permaneçam jogando o jogo por bastante tempo.

Para aqueles que querem acelerar as coisas, há a opção de comprar a moeda Super Créditos com dinheiro real. Porém, isso só é útil para desbloquear itens puramente cosméticos antes da hora. Todas as melhorias que realmente impactam no gameplay podem ser obtidas normalmente através da progressão gratuita, o que é excelente e até raro hoje em dia na indústria.

No geral, o sistema de recompensas constantemente introduz novos brinquedos para experimentar sem forçar microtransações desnecessárias, o que acaba criando um ciclo viciante que respeita o tempo dos jogadores, focando no divertimento acima de tudo.

Conclusão – Análise: Helldivers 2

Para resumir esta análise, Helldivers 2 entrega exatamente o que os fãs esperavam: uma sequência superior que expande e melhora a fórmula cooperativa do original. O gameplay central permanece intacto, mas a adição de ambientes 3D, designs de inimigos aprimorados e efeitos visuais espetaculares elevam a experiência a novos patamares.

A essência do primeiro jogo, que já era extremamente polida e satisfatória, está mais afiada do que nunca. Cada missão é uma montanha-russa de intensa ação cooperativa recheada de momentos épicos e hilários, e o balanço do poder das armas, os inimigos e objetivos garante que não haja duas partidas  iguais.

Para fãs de clássicos cooperativos, como os que eu citei na introdução, Helldivers 2 é praticamente obrigatório. O jogo foi claramente projetado tendo essa audiência em mente, e o “caos controlado” da jogabilidade combina perfeitamente com o tom sem sentido da história e universo.

Helldivers 2 entrega exatamente aquilo que se propõe a ser: um dos shooters cooperativos mais insanos, recompensadores e viciantes já criados, e é uma sequência que respeita o legado do original ao mesmo tempo que o expande com maestria. Esta é uma missão que todo fã do gênero precisa aceitar.

Essa análise de Helldivers 2 segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.

Helldivers 2

Nota - 9.5

9.5

Fantástico

Helldivers 2 acerta em todas as suas propostas, trazendo um dos melhores gameplays cooperativos dos últimos anos.

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Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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