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Resident Evil 9: Requiem – Teorias, Raccoon City, Co-op e o Legado de Outbreak

A Summer Game Fest de 2025 ficará na memória dos fãs de Resident Evil como um ato magistral de manipulação. Primeiro, a voz inconfundível de Lady Dimitrescu, Maggie Robertson, sobe ao palco, nos enchendo de esperança, apenas para não anunciar nada. Depois, o produtor executivo Jun Takeuchi surge em um vídeo, pedindo calma e um “piscar de olhos” a mais de paciência. A mensagem era clara: o próximo grande horror ainda não estava pronto. E então, no clímax da apresentação, a farsa se desfez. O véu caiu, e o trailer de Resident Evil 9: Requiem finalmente foi mostrado. Muitos chamaram de “trollagem”, mas acreditamos que foi muito mais do que isso. Foi a primeira peça do quebra-cabeça. A Capcom nos fez de peões em seu próprio jogo de desinformação, espelhando a forma como a Umbrella Corporation sempre operou: escondendo verdades terríveis sob uma fachada de normalidade. Este jogo de fumaça e espelhos não foi um truque de marketing; foi o tema de abertura para uma história sobre segredos, legados enterrados e a natureza frágil da verdade. Pensando nisso, analisamos o trailer de anúncio de Resident Evil 9: Requiem, e juntamos nossos especialistas na franquia para teorizar sobre o jogo.

O Legado de Sangue: A Filha de Outbreak Reivindica seu Lugar

No centro da trama está Grace Ashcroft, uma agente do FBI cujo sobrenome é conhecido pelo veteranos da série. É uma ligação direta e inegável a Alyssa Ashcroft, a resiliente jornalista e uma das protagonistas de Resident Evil: Outbreak. O trailer não deixa espaço para ambiguidade. Em um diálogo, o superior de Grace, Nathan Dempsy, a informa que a mais recente vítima de uma série de assassinatos bizarros foi encontrada no Remwood Hotel. Ele então adiciona, com um peso notável: “Eu sei que foi lá que sua mãe foi assassinada.”

A jornada de Grace, portanto, não é apenas profissional; é visceralmente pessoal. Ela está sendo forçada a caminhar sobre os fantasmas de sua mãe. Sua própria carreira é um testamento a esse trauma. Grace não se tornou uma jornalista para reportar o horror; ela se tornou uma agente federal para caçá-lo e destruí-lo. É a resposta de uma filha que decidiu que a caneta não era mais poderosa que a espada. Essa motivação é amplificada por uma voz sinistra no trailer, que sussurra: “Eu sei agora que você é quem eu estava procurando. A escolhida… Senhora Ashcroft.” A linhagem dela importa. Algo que Alyssa viu, ou ao qual foi exposta nos corredores do Apple Inn durante os eventos de Outbreak, pode ter sido transmitido, marcando Grace como uma peça central indispensável no tabuleiro de um novo poder.

“Fique Perto”: O Eco Cooperativo

Em meio às imagens de terror, uma frase de duas palavras se destaca como um farol: “Fique Perto” (Stay Close). Em um gênero que prospera no isolamento, essa instrução é uma declaração de design. É uma homenagem direta e intencional ao legado de Resident Evil: Outbreak, o experimento pioneiro da Capcom com o terror cooperativo online. A nossa teoria é que Resident Evil 9: Requiem abraçará essa herança, apresentando um robusto modo cooperativo, possivelmente online. A ideia de explorar as ruas devastadas e os edifícios arruinados de Raccoon City com um parceiro é ao mesmo tempo aterrorizante e muito interessante.

Isso nos leva à pergunta de um milhão de dólares: quem será o parceiro de Grace? A frase “Fique Perto” implica uma presença constante, mas a identidade dessa pessoa foi, inicialmente, um mistério. Imediatamente após a revelação do trailer de Resident Evil 9: Requiem, a comunidade de fãs começou a teorizar. Uma das especulações mais fascinantes, alimentada pela notável semelhança física entre as personagens, apontava para ninguém menos que Rose Winters. Uma aliança entre Grace e Rose criaria uma ponte narrativa poderosa, unindo as duas eras da franquia: Grace com o legado clássico do T-Virus, e Rose com o novo mundo do Mofo.

No entanto, informações do conhecido leaker Dusk Golem, que ganharam força massiva após o evento, apontam em uma direção diferente e ainda mais explosiva. A identidade do parceiro de Grace, e co-protagonista do jogo, seria ninguém menos que Leon S. Kennedy. Segundo esses relatos, Leon é o personagem principal ao lado de Grace, e sua ausência no trailer de estreia foi uma decisão deliberada da Capcom para guardar seu maior trunfo para momentos-chave da campanha de marketing.

Essa parceria faz um sentido imenso. Leon não é apenas um veterano; ele é um dos poucos sobreviventes que testemunhou o inferno de Raccoon City em primeira mão. Colocá-lo ao lado de Grace, a filha de uma vítima daquele mesmo desastre, cria uma dinâmica poderosa de mentor e aprendiz, unindo a experiência endurecida de Leon com a motivação pessoal e crua de Grace. Essa revelação também se encaixa em outra informação vazada: a de que Raccoon City não será o cenário principal, mas sim um local importante a ser visitado. Isso sugere uma trama de escopo global, onde a experiência de Leon em lidar com ameaças bioterroristas internacionais seria indispensável. A identidade do companheiro de Grace deixou de ser a maior incógnita de Resident Evil 9: Requiem para se tornar sua promessa mais excitante.

As Cinzas da Memória

O trailer de Resident Evil 9: Requiem é uma peregrinação visual ao marco zero da franquia. As imagens não mentem. Estamos voltando para Raccoon City. A câmera sobrevoa uma cidade em ruínas, com uma cicatriz gigantesca em seu centro – a inconfundível marca da “Operação de Esterilização” de 1998. E então, a prova definitiva: a fachada gótica e destruída da Delegacia de Polícia de Raccoon (R.P.D.). As letras danificadas ainda estão lá, um testemunho do que aconteceu naquele lugar. Vemos seu saguão destruído, a estátua da deusa em pedaços, um santuário de esperança agora transformado em um mausoléu.

Resident Evil 9: Requiem se passa em algum momento entre 2024 e 2026, quase vinte e oito anos após a aniquilação. Este salto temporal é crucial. O que acontece com um lugar encharcado de bioterror e radiação quando deixado para apodrecer por três décadas? A natureza pode ter começado a reivindicar as ruas, mas nas sombras, nos laboratórios subterrâneos e no solo contaminado, algo mais teve tempo para crescer, evoluir e esperar.

Pistas Ocultas no Trailer de Resident Evil 9

Além dos grandes pilares, o trailer está repleto de detalhes sutis que pintam um quadro ainda mais sombrio. O relatório que Grace analisa menciona uma “Quarta Vítima de Doença Não Identificada”, indicando que a ameaça é biológica, recorrente e metódica. Os inimigos não são zumbis cambaleantes; vemos uma criatura ágil se contorcendo pelo teto como um Licker e humanos realizando atos de violência ritualística, sugerindo um culto. Requiem parece misturar B.O.W.s mutantes com o fanatismo de um culto humano, uma combinação que funcionou brilhantemente em jogos como Resident Evil 4.

As rápidas cenas de Grace aterrorizada, suando e amarrada, sugerem um elemento de horror psicológico, típicos do estúdio responsável por Resident Evil 7. Estamos vendo flashbacks, premonições ou a sua sanidade se despedaçando em tempo real? Finalmente, a imagem clássica de um vilão em uma poltrona, ouvindo um gramofone, nos diz que o antagonista não é uma besta irracional. Ele é inteligente, teatral e tem um plano, um plano no qual Grace Ashcroft é a peça central.

A Réquiem Final: A Teoria Unificada

Juntando todas as peças, a história de Resident Evil 9: Requiem começa a tomar forma. Em 2026, a agente do FBI Grace Ashcroft, motivada pelo assassinato não resolvido de sua mãe, lidera uma investigação que a arrasta para a zona de exclusão de Raccoon City. Em equipe com um parceiro – possivelmente Rose Winters –, ela descobre que a cidade fantasma está terrivelmente viva. Um culto floresceu na desolação, adorando uma nova forma de B.O.W. que evoluiu do solo tóxico da Umbrella. O enigmático líder deste culto vê em Grace a “escolhida”, acreditando que sua linhagem é a chave para a ascensão de sua nova era biológica.

Resident Evil 9: Requiem pode ser uma jornada cooperativa através dos locais mais sagrados e assombrados da história da série, agora retorcidos pelo tempo e por uma nova praga. A missão de Grace não será apenas sobreviver; será conduzir a missa final, a réquiem que Raccoon City e suas centenas de milhares de almas perdidas nunca receberam, esperando, talvez, finalmente, silenciar os ecos do seu sofrimento.

Você concorda com a nossa teoria? Gostaria de acrescentar algo? Comente abaixo para que possamos desvendar o mistério de Resident Evil 9: Requiem.

Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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