
A primeira vez que vi The Dwarves fiquei muito animado com a proposta. Afinal um RPG no estilo clássico norteando a mitologia dos anões seria algo incrível. Botando em termos leigos, seria o equivalente a um Diablo com anões barbudos e mal encarados. Ao iniciar o jogo já recebi o primeiro presságio de que algo não estava certo: como um jogo no estilo Diablo, Gauntlet e outros não tem opção de multijogador? Nem online e nem local?
Tentando vencer
The Dwarves tem o que posso chamar de o início de jogo mais tortuoso que eu me lembre. A primeira batalha é uma espécie de tutorial que te introduziria no mundo, porém, é um tutorial muito fraco seguido de seu fraco combate. Na realidade o calcanhar de Aquiles de The Dwarves é o combate que é algo completamente desnecessário, confuso e ruim!
Cada personagem pode equipar até 4 habilidades, sendo uma delas podendo ser substituída por um item. Embora isso seja normal, você simplesmente não sente o seu ataque no inimigo. Não parece que você está dando uma machadada mais forte ou então dando um ataque de área, mas todas as movimentações em campo são idênticas em seu “feeling”. E infelizmente as criticas não param por ai. Demorei alguns minutos para entender que você não ataca. Sim, os ataques são automáticos e monótonos.
Um outro problema é que a câmera não colabora durante a luta e que é visível a queda de FPS dele durante as lutas e diversos engasgos quando tem “muitos” personagens na tela. Isso é algo que espanta, pois a qualidade gráfica do jogo é similar a de um jogo lançado a pelo menos 10 anos.
Porém, nada supera o desbalanceamento da dificuldade do jogo. Durante cada luta, você pode trocar de personagem e dar as ordens. Isso na teoria seria bom se os personagens que você não está controlando fossem minimamente úteis. Infelizmente a inteligencia artificial é praticamente inexistente e seus aliados ficam somente no ataque básico. E o resultado disso? Sua vida acaba mais rápido do que água em deserto e o resultado de muitas batalhas serão derrotas consequentes até você conseguir entender um pouco melhor como não morrer.
RPG de raiz
Caso consiga passar pelo início do jogo, você terá uma grata surpresa que é o modo de progressão da história. Ele se assemelha muito a um RPG de mesa ou dos antigos livro-jogo. Você terá a sua disposição um mapa com centenas de pontos para viajar. Cada deslocamento custa 1 ponto de comida por membro da equipe e existe a necessidade do gerenciamento das suas provisões.
Ao andar pelo mapa você irá ativar diversos diálogos dentre os membros que muitas vezes serão divertidos ou interessantes. A mitologia dos anões é muito bem explorada e eles seguem claramente seus esteriótipos ao serem rabugentos de cabeça dura, tendo os elfos como inimigos velados e tendo muito medo dos magos e de suas magias que vão além de seu metal forjado. Existem muitos comerciantes interessados em vender sua mercadorias e comprar seus raros itens.
Além da ótima caracterização das raças e personagens, a captura das possibilidades e opções me deixou extremamente boquiaberto. Um exemplo é que no início do jogo você chega a uma vila com grandes portões. Ali você tem a opção de ignorar a vila, puxar papo, se oferecer como ferreiro ou então tentar subornar os guardas. Um outro exemplo é que um pouco mais a frente existe um acampamento abandonado e você pode optar entre dormir tranquilamente, tentar ficar de vigia ou então dormir escondido. E o legal é que cada opção vai desencadear em um acontecimento diferente na história podendo te levar a riquezas ou então na sua própria morte.
Particularmente não fu ide arrumar muita confusão, mas o povo é completamente desconfiado dos anões e se você quiser uma boa briga, não demorará até acha-la. E por fim, não devemos esquecer que este mundo está repleto de orcs e de maldade que a cada passo pode te levar a uma surpresa nada agradável.
Narração sonolenta
Algo que tenho que destacar, é a narrativa em The Dwarves. Em geral, parece que estão lendo um livro para você. E não só isso, quando está acontecendo um diálogo, você é furtado de sua mobilidade. Existem 2 momentos onde isso acontece. O primeiro é durante uma batalha ou então quando os personagens estão num ambiente. É simplesmente ridículo você focar preso até acabar os diálogos que, novamente, parece que estão lendo um livro para você.
Já o outro momento é quando está no mapa mundo e está andando de ponto em ponto. Nesse momento essa narração faz muito sentido e encaixa muito bem, pois está narrando sua história que não faz uso de personagens ou ambientes.
E claro que é possível você pular esses diálogos. Mas se fizer isso, irá destruir a única parte boa do jogo.
Mais sorte na próxima vez
Fiquei com sentimentos mistos ao jogar The Dwarves. A mitologia é incrível e tem ótimos personagens seguidos tem um gameplay de RPG de mesa que funciona muito bem. Porém, quando ele tenta fazer jus ao seu título de “jogo”, os problemas aparecem com uma mecânica de luta sofrível, uma narrativa chata, gráficos inferiores ao esperado, queda de FPS e uma câmera confusa.
Recomendo esse jogo somente para os fãs de RPG de mesa ou de livro jogo que irão adorar o modo mencionado. Mas vale lembrar que terão que se esforçar para passar e aguentar as batalhas.
{{
game = [The Dwarves]
info = [Lançamento: 01/12/2016]
info = [Produtora: King Art Games e THQ Nordic]
info = [Distribuidora: THQ Nordic e Sony Music Brasil]
plataformas = [PS4, Xbox One e PC]
nota = [2/5]
decisão = [Não vale mais do que R$40]
texto = [The Dwarves tem uma incrível mitologia]
texto = [que esbarra em erros técnicos e batalha sofrível]
positivo = [Mitologia]
positivo = [personagens]
positivo = [estilo RPG de mesa]
negativo = [péssima batalha]
negativo = [queda de FPS e câmera ruim]
negativo = [dificuldade desbalanceada]
negativo = [Storytelling sonolento]
negativo = [Gráficos medíocres]
}}