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Análise: Redfall é uma grande decepção

Redfall é o mais novo exclusivo de Xbox Series X/S e PC da desenvolvedora Arkane Studios, conhecida por jogos como Dishonored e Prey. O jogo consiste de um shooter em primeira pessoa com elementos de RPG e roguelike e tem uma proposta um tanto quanto diferente. Se você quer mais sobre sobre Redfall e se essa combinação funciona, confira a nossa análise abaixo.

Essa análise de Redfall foi possível graças a um código de PC cedido pela Bethesda. O jogo já está disponível para PC e Xbox Series, incluindo Game Pass.

Um jogo que prometia – Análise: Redfall

Desde que Redfall foi anunciado pela primeira vez, o conceito por trás do título sempre foi meio intrigante. Os vídeos mostravam sempre um tiroteio frenético com muita coisa acontecendo na tela. Era vampiros, poderes e armas para tudo quanto é lado, e de cara dava pra perceber que a ideia do jogo era ter um gameplay bem acelerado e desafiador. A única coisa que ficava no ar era como isso se encaixaria com a narrativa do jogo, que ainda era um mistério.

O tempo foi passando e fomos aos poucos sendo apresentados ao enredo do jogo. Em Redfall, nós controlamos um dos quatro personagens disponíveis – Devinder Crousley, Layla Ellison, Remi de la Rosa e Jacob Boyer – que são sobreviventes de uma invasão de vampiros na ilha fictícia homônima ao jogo. Após um experimento científico fracassado, uma legião de vampiros invade a ilha isolada do mundo exterior e bloqueia a saída com uma muralha d’água. Presos em Redfall, os personagens devem explorar a ilha e descobrir uma forma de escapar desse pesadelo.

As mecânicas do jogo

Conforme a Bethesda apresentou em trailers e anúncios feitos nas últimas semanas, Redfall é um jogo de mundo aberto que permite aos jogadores explorar a ilha e descobrir os segredos por trás dos acontecimentos que levaram a região ao apocalipse vampírico. O jogo tem um sistema de mundo dinâmico que muda de acordo com as ações dos jogadores e dos inimigos, e oferece habilidades e armas únicas que podem ser personalizadas ao longo da campanha. 

Cada personagem possui skills especiais, personalidades e histórias distintas, que são reveladas através de diálogos ao longo do jogo. Naturalmente, todos eles podem ser utilizados no modo cooperativo online para até quatro jogadores, que podem se juntar ou sair a qualquer momento das sessões. Como já é de praxe em jogos do estilo, cooperação e comunicação são incentivadas entre os jogadores, para que se possa combinar as habilidades dos personagens para enfrentar os desafios do jogo, que não são muitos, mas eu já vou comentar sobre isso.

Visuais que deixam a desejar – Análise: Redfall

Antes, falando um pouco sobre os visuais do jogo, Redfall possui um estilo cartunesco sem muito charme e personalidade. Há inúmeros lugares para se explorar, mas a sensação que fica é que os cenários são repetitivos e pouco inspirados, com texturas de baixa qualidade e uma iluminação bastante artificial. A paleta de cores do jogo é predominantemente escura e sem vida e contrasta com jogos anteriores da Arkane, que sempre tiveram seus visuais como pontos fortes. Os próprios vampiros e os inimigos humanos são genéricos e muito pouco ameaçadores, com animações robóticas e expressões faciais inexistentes. 

Eu tentei enumerar aqui a proposta do jogo, falando sobre a história, gameplay e tudo mais, mas eu preciso reforçar o quanto eu desgostei do título. Infelizmente, Redfall é tão decepcionante e frustrante que chega a arranhar um pouco a minha confiança nos próximos jogos da Arkane Austin e da Bethesda. São tantos problemas que é difícil saber por onde começar, mas deixa eu começar pelo mais importante, que é o gameplay.

Poucos acertos e muitos erros

O título traz uma jogabilidade repetitiva e monótona, que se resume a atirar em vampiros sem graça e sem personalidade. Não há muita variedade ou desafio na sua mecânica ou na sua estrutura, e acaba que o jogo consiste basicamente de um loop infinito de morrer e recomeçar, sem nenhum progresso ou recompensa significativa. Isso torna toda a experiência frustrante e cansativa, fazendo com que o jogador perca o interesse rapidamente. 

Tudo isso é prejudicado ainda mais por uma das Inteligências Artificiais mais limitadas que eu já vi, com inimigos que não oferecem qualquer perigo ao jogador. Todos eles se movem de forma previsível e não reagem de forma convincente aos tiros e aos poderes dos protagonistas. É possível, por exemplo, sair andando pelo mapa sem se preocupar em tomar dado, somente atirando nos inimigos sem nenhuma dificuldade. Eles sequer tentam se esconder de forma eficiente, e teimam em atirarem de forma totalmente aberta sem nenhuma proteção. O ápice da limitação da Inteligência Artificial, por exemplo, foi quando fizemos algumas jogatinas em dupla e os inimigos simplesmente focavam sempre em um jogador, deixando o outro totalmente livre. 

Um ponto fora da curva na história da Arkane

Fora isso, a história de Redfall é rasa, pouco elaborada e não consegue prender a atenção do jogador nem criar empatia pelos protagonistas. Todos eles são superficiais e estereotipados, sem nenhum carisma ou profundidade, e trazem diálogos genéricos que não afetam quase nada no desenrolar da história. O título até tenta explorar temas como mistério e conspiração, mas de forma incoerente, e a sensação que fica é que a Arkane cortou custos em todas as frentes do jogo, principalmente na parte narrativa, que deixa muito a desejar e traz algumas das cutscenes mais pobres já feitas pela Arkane.

Para fechar as minhas críticas, eu preciso falar sobre os gráficos do título. O visual de Redfall não se destaca entre os jogos cooperativos mais recentes, que trouxeram gráficos fantásticos, como é o caso de Darktide. A impressão que fica é que o título não explora todo o potencial do Xbox Series X e do PC, trazendo visuais que não evoluem o que já vimos na última geração de consoles. Além disso, o jogo tem problemas técnicos gravíssimos como bugs, quedas de framerate, sombras quebradas e loadings longos. Alguns dos problemas que eu vi durante o meu tempo de gameplay são comuns em versões Alpha de jogos, mas é extremamente raro vê-los em versões finais, e me admira muito que a Arkane não tenha decidido ao menos adiar o jogo para poli-lo. A lista é extensa, e há bugs visuais frequentes como objetos que atravessam paredes, personagens que ficam presos no cenário ou que desaparecem do nada, e muito mais. Eu realmente espero que a empresa pare e conserte todos esses problemas, que atrapalham demais na experiência geral dos jogadores.

Conclusão – Análise: Redfall

Para resumir essa análise, Redfall é um jogo que prometia ser uma experiência cooperativa divertida e desafiadora, mas que acabou se revelando uma decepção em quase todos os aspectos. O jogo não consegue entregar uma jogabilidade satisfatória, uma história envolvente, um visual atraente ou uma performance estável, e ao invés disso, oferece uma mecânica repetitiva e monótona, uma narrativa rasa e genérica, um estilo gráfico sem personalidade e uma série de bugs e problemas técnicos que comprometem a diversão dos jogadores.

É triste ver um estúdio como a Arkane Austin, que já nos presenteou com jogos incríveis como Dishonored e Prey, lançar um produto tão abaixo das expectativas e do seu próprio padrão de qualidade. A impressão que fica é que o jogo foi lançado às pressas, sem o devido cuidado e polimento que ele merecia. Talvez com mais tempo de desenvolvimento e feedback dos jogadores, Redfall pudesse ter sido um jogo melhor e mais digno da confiança dos fãs da Arkane. No estado atual, ele é somente um jogo que não atende às expectativas dos jogadores, e é um investimento de tempo e dinheiro que não traz muita satisfação ou diversão. O jogo tinha potencial para ser um sucesso, mas acabou sendo uma das maiores decepções do ano.

Essa análise de Redfall segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Redfall

Visual, ambientação e gráficos - 5.5
Jogabilidade - 4.5
Diversão - 4.5
Áudio e trilha-sonora - 5.5
Narrativa - 5

5

Fraco

Redfall é um ponto fora da curva da Arkane, e peca em praticamente todas as suas propostas.

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Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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