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Análise: My Friendly Neighborhood é um Resident Evil na Vila Sésamo

Entre para esta grande vizinhança e você nunca mais irá querer sair!

De tempos em tempos surgem games independentes que passam fora do radar da maioria dos jogadores, e trazem ideias fora da caixa e divertidíssimas. My Friendly Neighborhood é uma dessas obras, que realiza uma análise de muita criatividade no gênero de terror. Fora isso, o mesmo se mantém conciso na sua proposta, do início até o fim.

Trazendo uma subversão do gênero de terror, o game mistura uma jogabilidade e progressão ao melhor estilo Resident Evil. Em contrapartida, possui gráficos amigáveis, armas nada convencionais e inimigos que não sangram. Servindo como um jogo de entrada para o gênero, os jogadores podem esperar puzzles, gerenciamento de recursos e cenários imensos e repletos de puppets esperando para os atacar.

Essa análise de My Friendly Neighborhood foi feita graças a um código de PC cedido pela desenvolvedora. My Friendly Neighborhood está disponível para PC (via Steam), com lançamento previsto para Playstation 4 e 5, Xbox One e Series. O jogo conta com textos e legendas em Português do Brasil.

Seja bem vindo à vizinhança!

Seguindo jogos como Five Nights at Freddy’s e Poppy’s Playtime, os jogadores são imersos em um ambiente de temática infantil, mas repleto de ameaças. Na pele de Gordon, somos enviados na simples tarefa de desativar uma antena de transmissão presente no estúdio onde My Friendly Neighborhood era gravado. O programa infantil referencia a Vila Sésamo descaradamente e foi cancelado há anos, mas por algum motivo o sinal interrompeu as programações mais recentes das emissoras de TV.

Como um bom técnico de televisão, Gordon chega ao local para designar suas tarefas prontamente. Ao adentrar o estúdio, é surpreendido por um fantoche chamado Ricky que nos introduz à vizinhança amigável e divertida que dá nome ao jogo. Tanto as dublagens quanto as animações dos personagens são extremamente carismáticas e auxiliam muito na imersão neste ambiente fantasioso.

Durante a aventura, somos apresentados a diversas seções do set de filmagens, que nos mostram uma variação de cenários digna de um jogo de terror de grande porte, e que mantém o fluxo da narrativa prosseguindo a todo o momento. Fora isso, todos os personagens contam com dublagens muito bem produzidas, tornando o mundo ainda mais vivo. No entanto, algumas falhas tornam evidente as limitações do escopo do projeto. Diversos inimigos e suas respectivas falas são repetidos incessantemente, o que quebram um pouco da magia, mas nada que seja substancialmente doloroso de se experienciar.

Pegue o que tiver por perto e jogue nos seus vizinhos!

O game conta com uma jogabilidade em primeira pessoa, remetendo demais os mais recentes jogos da famosa franquia de zumbis da Capcom. Com diversos puzzles que exigem coleta de itens para navegar entre as seções dos cenários, um inventário modular e uma escassez de munição, é difícil não reforçar as inspirações claras dos desenvolvedores. Mas vale reforçar que, apesar disso, o game entrega uma experiência envolvente com suas próprias maluquices que fazem total sentido neste contexto.

Ao invés de uma violência sanguinária, temos fantoches que giram, correm e pulam sorrindo a todo momento, e falando frases animadas e com tons de palhaçada. No lugar de balas, os jogadores atiram letras gigantes que nocauteiam seus inimigos. Um grande exemplo de inversão de expectativa é a existência de um pássaro gigante no set de filmagens que, apesar de bobo, aparenta ser uma enorme ameaça para os jogadores. No entanto, ao entregarmos óculos para a criatura, ela fica amigável e não apresenta mais qualquer tipo de perigo.

Vale citar que o jogo não conta com qualquer tipo de mira, dificultando bastante a precisão das armas. Ainda, por conta da munição ser escassa e dos inimigos reviverem ao sair de cada localidade, é punitiva a maneira com a qual os tiros devem ser gerenciados. Alguns pontos de melhorias são evidentes a fim de tornar a experiência mais divertida, principalmente a jogadores menores, que devem se interessar bastante pelo game. Outro exemplo é referente ao método de salvamento e cura nas “salas seguras” do jogo, que exigem pagamentos de um tipo de moeda que fica espalhada pelos mapas. Ou seja, é necessário coletar essas moedas a fim de salvar quando quiser – e isto ainda fica limitado pela quantidade de recursos que coletar.

Prepare-se para muita diversão com seus novos amigos!

O grande ápice é o jogo não se apoiar em ser apenas uma sátira de diversas mídias, mas sim realizar uma análise das mesmas. Além disso, o game apresenta um mundo que faz sentido dentro de seu próprio contexto. As dublagens de todos os personagens são muito bem interpretadas, dando entonações de descrença ao protagonista Gordon, uma extrema felicidade aos fantoches e sons familiares mas ao mesmo tempo únicos para cada grande “inimigo” que cruzar seu caminho.

Fora isso, os visuais são muito polidos e tanto os modelos dos personagens quanto dos cenários dão um charme a mais à experiência. Fora isso, a navegação entre cenários é bastante intuitiva por meio do mapa e as salas que compreendem cada seção interligam-se entre si, facilitando o deslocamento entre objetivos. Mas reforço que o jogo não possui uma grande didática na explicação dos objetivos, então é bom ficar atento aos diálogos e aos itens que possui em mão para descobrir a direção que deve explorar em seguida.

My Friendly Neighborhood apresenta uma experiência divertida e bastante polida considerando o esforço do pequeno time de desenvolvimento por trás do jogo. Apesar de possuir uma narrativa curta, que deve tomar torno de quatro horas para ser finalizada, o jogo diverte bastante e se mantém constantemente dinâmico. Com dublagens divertidas e imersivas, ambientações vivas e uma jogabilidade muito intuitiva, é difícil não recomendar que os jogadores ao menos experienciem esta aventura. Mas vale ressaltar que, por conta de ser um projeto bastante independente, o game conta com diversas pontas soltas que podem desanimar certos jogadores.

Essa análise de My Friendly Neighborhood segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

My Friendly Neighborhood

Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 8
Diversão - 8.5
Áudio e trilha-sonora - 9
Narrativa - 8

8.3

Ótimo

Com dublagens divertidas e imersivas, ambientações vivas e uma jogabilidade muito intuitiva, é difícil não recomendar que os jogadores ao menos experienciem esta aventura.

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Nicolas Togashi

Graduado em desenvolvimento de jogos e aficionado por essa mídia, perde mais tempo jogando do que efetivamente utilizando a graduação para alguma coisa. Ama RPGs, e se esforça para ser um bom aliado nos jogos online.

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