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Análise: Mark of the Deep

Mais um grande acerto da Mad Mimic

Mark of the Deep é o mais novo jogo desenvolvido pela brasileira Mad Mimic, conhecida por seu aclamado roguelite Dandy Ace. Desta vez, o estúdio aposta em uma combinação ousada e intrigante ao misturar elementos de Souls-like com Metroidvania, apresentando uma perspectiva isométrica clássica. Com uma história totalmente original, o título busca se destacar em dois gêneros que já possuem grandes expoentes.

Ao longo desta análise, vamos explorar os principais aspectos de Mark of the Deep, desde sua narrativa até seu desempenho técnico. Apesar de trazer muitas qualidades, algumas decisões de design podem dividir opiniões, algo que discutiremos abaixo.

E antes de iniciar essa análise de Mark of the Deep, já posso adiantar que ele funciona de forma impecável no Steam Deck. Ele alcança sem problemas os desejados 60 fps com tudo ligado no máximo. Esse é mais um ótimo título para ser jogado no portátil da Valve.

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Uma jornada repleta de mistérios

Mark of the Deep apresenta uma narrativa envolvente e cheia de mistérios. O jogador assume o papel de Rookie, um membro de uma tripulação pirata que, após ser surpreendida por uma tempestade misteriosa, acaba em uma ilha perdida, ausente de todos os mapas conhecidos. Rookie, diferentemente dos outros sobreviventes, descobre que é imune a uma estranha corrupção que domina o local, tornando-se o “guardião da marca”, que dá nome ao jogo.

À medida que explora a ilha, Rookie encontra não apenas seus companheiros de tripulação sobreviventes, mas também seres peculiares que habitam esse ambiente sombrio e enigmático. A história é contada de forma fragmentada, incentivando o jogador a coletar informações por meio de tabuletas espalhadas pela ilha e diálogos com NPCs. Cada interação revela pequenos pedaços de um grande quebra-cabeça, que inclui elementos como a possível responsabilidade do capitão pelos acontecimentos, relatos de uma música mágica ouvida antes da tempestade, e os segredos obscuros que levaram à corrupção da ilha.

O enredo se aprofunda ao explorar as origens dessa corrupção, o isolamento da ilha e os eventos que ligam Rookie à marca. Com uma narrativa coesa e envolvente, Mark of the Deep mantém o jogador curioso para descobrir mais a cada novo avanço.

Outro ponto de destaque é a dublagem completa, disponível tanto em português do Brasil quanto em inglês, o que contribui significativamente para a imersão.

Mark of the Deep: Um mundo misterioso e fascinante

Mark of the Deep abraça com excelência sua temática de mistério, apresentando uma ilha submersa e esquecida, envolta em uma aura de desolação e enigma. A ambientação é construída com uma paleta de cores fria, reforçando o tom sombrio do jogo. A iluminação limitada contribui para a imersão em um mundo que parece estar permanentemente à sombra, destacando o desconhecido e o inexplorado.

O design dos mapas apresenta uma diversidade notável de biomas, com cada área exibindo características únicas e nuances que representam a devastação e o isolamento desse cenário peculiar. Embora os gráficos não sejam comparáveis a um jogo AAA, o estilo artístico indie cativa pela atenção aos detalhes e pela coesão estética. O visual é complementado por um design de inimigos variado e criativo, o que enriquece a experiência e reforça a temática desse mundo habitado por seres peculiares e hostis, quase remetendo a uma versão sombria de Atlântida.

Quanto à trilha sonora, cada bioma possui sua própria música tema, alinhada à atmosfera de sua região. Contudo, a repetitividade das faixas ao longo do tempo pode se tornar um ponto de incômodo, especialmente em áreas que exigem maior permanência do jogador. Uma maior variedade musical poderia ter mitigado esse problema e ampliado ainda mais a imersão.

Uma combinação de Metroidvania e Souls-like

Mark of the Deep se destaca por mesclar dois gêneros marcantes e consolidados: Metroidvania e Souls-like, resultando em uma experiência desafiadora e envolvente. Cada elemento desses estilos é cuidadosamente incorporado, criando um equilíbrio que enriquece o gameplay.

No aspecto Metroidvania, o jogo oferece uma exploração extensa em um mundo interconectado, onde novos poderes e habilidades adquiridos ao longo da jornada desbloqueiam áreas anteriormente inacessíveis. Esses poderes incluem, por exemplo, ativar dispositivos à distância ou acessar plataformas distantes. Esse design incentiva o jogador a revisitar áreas já exploradas para encontrar itens, segredos e passagens ocultas, promovendo uma sensação constante de progresso e descoberta.

Por outro lado, o componente Souls-like é evidente na estrutura do mundo, com áreas interligadas que revelam atalhos à medida que você avança. Pontos centrais de salvamento, semelhantes às bonfires da série Souls, servem para recarregar vida e SP (energia de habilidades), mas também trazem de volta os inimigos previamente derrotados, obrigando o jogador a enfrentar os desafios novamente. No entanto, Mark of the Deep evita punições severas, como a perda de recursos acumulados, o que pode tornar a experiência menos frustrante para quem está menos acostumado com jogos desse gênero.

Ainda falando da temática Souls-like, o jogo apresenta um alto nível de desafio. Por muitas vezes o jogador terá que passar por trechos de forma quase impecável ou então terá que apelar ao recurso de correr e rolar sem parar. Embora não exista um botão para ajustar a dificuldade, existe a possibilidade de ativar o God Mode que irá facilitar sua travessia. Contudo, ao ativá-lo, você não irá mais receber as conquistas (troféus) do jogo.

Essa combinação de exploração, desbloqueio de habilidades e design interconectado proporciona uma jogabilidade dinâmica, com desafios bem distribuídos e recompensas que mantêm o jogador engajado ao longo da campanha. É uma abordagem que respeita as bases dos gêneros enquanto ajusta elementos para agradar a diferentes perfis de jogadores.

Combate, progressão e exploração

Além de suas grandes inspirações em Metroidvania e Souls-like, Mark of the Deep apresenta mecânicas de ação sólidas e um sistema de progressão bem estruturado que complementam a experiência. O jogador assume o controle de Rookie, com uma variedade de habilidades disponíveis que tornam o combate e a exploração dinâmicos.

Rookie conta com um ataque físico básico, um ataque à distância que consome mana, e a habilidade de esquivar. À medida que o jogador avança, novas habilidades são desbloqueadas, adicionando camadas de estratégia ao combate. Um dos destaques é a personalização por meio de acessórios, que oferecem melhorias como aumento de dano, esquiva mais rápida ou outras vantagens. Com o tempo, é possível equipar mais acessórios simultaneamente, expandindo ainda mais as possibilidades de gameplay.

A progressão no jogo é baseada em ouro, obtido ao derrotar inimigos. Esse recurso não é perdido ao morrer, o que alivia a frustração de perdas recorrentes. O ouro pode ser trocado por joias de sangue ou joias da alma, que aumentam atributos como vida e mana.

O jogador também pode fortalecer sua arma principal, um anzol, e outros equipamentos, melhorando o tipo e alcance dos ataques. Isso, aliado ao design diversificado dos inimigos — que variam em golpes e comportamento dependendo da área —, mantém o combate desafiador e interessante ao longo do jogo.

Uma decisão estranha

Apesar da profundidade em gameplay, o jogo tem uma grande limitação na ausência de um mapa, o que é especialmente prejudicial para um Metroidvania. A exploração intensa, característica do gênero, pode se tornar frustrante pela dificuldade de se localizar em áreas já visitadas, identificar portas bloqueadas ou lembrar-se de itens deixados para trás. Essa ausência é ainda mais perceptível quando o jogador passa alguns dias sem jogar, dificultando o retorno à progressão natural.

Já o sistema de fast travel está presente, mas demora para ser desbloqueado. Inicialmente, isso pode gerar a impressão de que o jogo não conta com essa funcionalidade, mas, quando liberado, permite o transporte entre pontos de salvamento, facilitando a movimentação em momentos de backtracking.

No geral, Mark of the Deep oferece uma experiência de gameplay robusta, com combate ágil, mecânicas de personalização, progressão bem elaboradas e um grau elevado de desafio. No entanto, a ausência de um mapa é uma limitação notável para um jogo que valoriza tanto a exploração, comprometendo a fluidez em determinados momentos. A introdução tardia do fast travel, embora útil, não substitui a necessidade de um sistema que guie o jogador de forma mais clara.

Conclusão: Um mergulho bem-sucedido em Mark of the Deep

Mark of the Deep é mais um grande acerto da Mad Mimic, entregando uma experiência única ao combinar elementos de Metroidvania e Souls-like. A história envolvente e cheia de mistérios é um dos pontos mais fortes, mantendo o jogador intrigado à medida que explora o mundo e interage com personagens e criaturas.

A ambientação sombria e imersiva é outro destaque, com cenários bem construídos que transmitem a desolação de um mundo esquecido. O estilo artístico, embora simples, tem um charme próprio que complementa a proposta do jogo.

O gameplay é robusto, oferecendo desafios que exigem estratégia, um sistema de progressão bem elaborado e mecânicas de combate satisfatórias. No entanto, a falta de um mapa compromete a fluidez da exploração, especialmente em um jogo que demanda tanto backtracking. A trilha sonora, embora funcional, carece de variedade, o que pode torná-la repetitiva após longos períodos em determinadas áreas.

Apesar dessas críticas, Mark of the Deep é uma aventura memorável e desafiadora que merece destaque, especialmente para fãs dos gêneros que ele homenageia.

Essa análise de Mark of the Deep segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Uma mistura de sucesso

Visual, ambientação e gráficos - 8.5
Jogabilidade - 9
Diversão - 8.5
Áudio e trilha-sonora - 7.5

8.4

Ótimo

Mark of the Deep é mais um grande acerto da Mad Mimic, entregando uma experiência única ao combinar elementos de Metroidvania e Souls-like. A história envolvente e cheia de mistérios é um dos pontos mais fortes, mantendo o jogador intrigado à medida que explora o mundo e interage com personagens e criaturas. Apesar das críticas, Mark of the Deep é uma aventura memorável e desafiadora que merece destaque, especialmente para fãs dos gêneros que ele homenageia.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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