Last Flag acaba de ser anunciado oficialmente durante a Summer Game Fest, mas nós já tivemos acesso antecipado ao jogo para trazer nossas primeiras impressões. Além disso, conversamos com os desenvolvedores em uma entrevista exclusiva que você confere aqui no site, onde eles compartilham a inspiração por trás do projeto, suas influências e motivações.
Neste preview, detalhamos o que achamos das primeiras partidas de Last Flag, um inesperado multiplayer competitivo em que o tradicional jogo de pique-bandeira ganha nova vida com um toque moderno, vindo diretamente da mente dos criadores da banda Imagine Dragons.
O que é Last Flag?
Last Flag é um multiplayer competitivo baseado na clássica brincadeira de pique-bandeira, mas com uma roupagem completamente nova. O projeto foi idealizado pelos próprios criadores da banda Imagine Dragons, que sempre tiveram o desejo de desenvolver um jogo e agora finalmente concretizam essa ideia em um título que surpreende por sua proposta e execução.
Inspirados pela brincadeira da nossa infância, os criadores buscaram traduzir a dinâmica de esconder e encontrar bandeiras para o ambiente digital. E, de forma inesperadamente eficiente, conseguiram. Last Flag coloca dois times de cinco jogadores em mapas amplos e com múltiplas camadas de exploração, alternando entre momentos de estratégia e confronto direto. Antes da partida começar, cada equipe tem um tempo limitado para esconder sua bandeira em qualquer ponto do mapa. Em seguida, o objetivo passa a ser encontrar a bandeira adversária — enquanto defende a sua, claro.
O grande diferencial do jogo está justamente em como ele mistura elementos consagrados de diferentes tipos de shooters multiplayer. Ao mesmo tempo em que exige coordenação para procurar um item escondido em um ambiente complexo, também impõe a pressão tática de defender posições, criar distrações e eliminar oponentes. O ritmo é dinâmico, e o mapa, cheio de variações de altura e espaços abertos, incentiva diferentes estilos de jogo.
Ambientado como se fosse parte de um programa de TV da década de 70, o jogo traz uma estética marcante e temática retrô, reforçando sua identidade visual e sonora. Quando for lançado, Last Flag contará com três mapas disponíveis, cada um oferecendo novas possibilidades de esconderijo, emboscada e movimentação.
Ambientação e trilha sonora
Last Flag adota uma estética bastante distinta, ambientando toda a sua ação como se fosse parte de um programa de auditório da década de 1970. A direção de arte aposta em cores vibrantes, visuais retrô e elementos cenográficos que remetem diretamente a essa época, criando sua identidade visual. Durante nossos testes, tivemos acesso a dois dos três mapas que estarão disponíveis no lançamento, cada um com estilos e propostas bem diferentes entre si.
O primeiro mapa, que testamos com mais profundidade, se passa em uma floresta montanhosa. Nele, há uma pequena cidade no centro do terreno, cercada por árvores, riachos, cabanas e casas que podem ser exploradas. A verticalidade é um dos destaques, com diversas áreas elevadas que oferecem oportunidades táticas. A ambientação é detalhada e visualmente agradável, com personagens bem definidos, expressivos e cheios de personalidade. Um detalhe interessante é a presença de uma personagem brasileira, que fala português, um reflexo do carinho que os desenvolvedores (e a própria banda Imagine Dragons) demonstram pelo Brasil, como comentamos em nossa entrevista com eles.
O segundo mapa, ainda em estágio de desenvolvimento, apresenta uma ambientação completamente diferente. Aqui, o cenário é dominado por neve, gelo e estruturas congeladas. Ao centro, um grande castelo branco funciona como ponto de referência, lembrando até um castelo da Disney, cercado por cavernas e formações rochosas cobertas por gelo. É um mapa com outra escala e disposição, que exige estratégias distintas e reforça o cuidado da equipe em garantir variedade no gameplay.
Em termos sonoros, Last Flag ainda é discreto. Durante as partidas em si, a trilha sonora praticamente desaparece, deixando espaço para a comunicação entre os jogadores e alguns comentários pontuais do narrador. A ideia de simular um programa de TV é mantida nos menus e nas cenas de introdução e encerramento das partidas, onde músicas temáticas reforçam a identidade do jogo. Um destaque curioso é a música de derrota: segundo os próprios desenvolvedores, ela é propositalmente boa demais, quase compensando a frustração de perder. E de fato, durante os testes, foi um dos momentos mais memoráveis da trilha.
Gameplay
A dinâmica de Last Flag surpreende pela originalidade e fluidez. Apesar de partir de um conceito conhecido (dois times escondem bandeiras e tentam descobrir a localização da adversária), o jogo vai muito além do básico ao incorporar elementos de ação, estratégia e habilidades únicas.
A partida começa com cada equipe escolhendo um dos sete personagens disponíveis, com total liberdade para trocá-los durante o jogo sem penalidades. Cada herói apresenta um estilo de jogo distinto e criativo. O sniper, por exemplo, é uma arqueira; o tanque é um lenhador robusto; há também uma personagem brasileira com foco em engenharia, capaz de construir gadgets únicos. Esses papéis fogem do tradicional e exploram bem o carisma e a diversidade visual proposta pelos desenvolvedores.
Cada personagem possui um ataque principal, um botão secundário que varia entre mira ou uma segunda ofensiva, duas habilidades especiais de curto tempo de recarga e um poderoso golpe supremo (o “ult”), que pode ser ativado de duas a três vezes por partida. As habilidades variam bastante, indo além de dano direto: há recursos para prender inimigos, se mover com mais agilidade, ativar invisibilidade, trocar de armamento ou curar aliados. Um dos ultimates mais comentados nos testes é um míssil de bazuca devastador que era completamente desbalanceado, segundo os próprios desenvolvedores, mas tão divertido que o time quase hesita em ajustá-lo.
Vale pontuar que as ações tomadas durante a batalha dão dinheiro que podem ser utilizados para melhorar cada uma de suas habilidades. Assim como é possível farmar o dinheiro ao destruir bots espalhados pelo mapa. Isso aumenta ainda mais a questão estratégica de qual habilidade investir para torná-la mais poderosa. E como cada personagem é diferente, cada uma dessas melhoras deve ser feita de maneira estratégica.
O ritmo de Last Flag é frenético. Após cada equipe esconder sua bandeira, literalmente em qualquer ponto do mapa, a partida segue por até 20 minutos. Caso não haja vencedor nesse tempo, entra-se em um modo overtime, semelhante a uma morte súbita. A fase principal da partida gira em torno da conquista de três torres posicionadas no centro do mapa. Essas estruturas funcionam como pontos de controle estratégicos que oferecem duas vantagens fundamentais: reviver mais próximo do combate (evitando o respawn na base) e escanear gradualmente o mapa inimigo, eliminando regiões onde a bandeira adversária não está.
Essa mecânica de “limpeza” do mapa, que revela quadrantes suspeitos com base na torre dominada, adiciona uma camada estratégica relevante: escolher qual torre capturar impacta diretamente na área que será escaneada: esquerda, centro ou direita. Isso exige decisões táticas constantes da equipe, que precisa avaliar onde concentrar esforços de captura.
Quando a bandeira inimiga é finalmente encontrada, o desafio está longe de terminar. É necessário levá-la até sua própria base, fincá-la no solo e defendê-la por um minuto inteiro. Esse processo garante que sempre haja margem de resposta para o time adversário, mantendo a tensão até os últimos segundos. Estratégias diferentes surgem naturalmente: há quem prefira manter a bandeira em mãos e aguardar um momento melhor para marcar; outros optam por invadir a base inimiga para forçar o erro; e há ainda táticas que envolvem repetir personagens com habilidades específicas para tirar vantagem de uma situação.
Mesmo em fase de testes, Last Flag já impressiona pela sua execução. No mapa mais completo, o jogo rodou de maneira impecável, sem bugs ou falhas técnicas. A fluidez dos combates, a variedade de abordagens e o humor presente em algumas habilidades criam uma experiência divertida, caótica e surpreendentemente profunda. Last Flag um jogo que diverte muito mais do que aparenta à primeira vista.
Primeiras impressões de Last Flag são positivas
Mesmo ainda em estágio de pré-lançamento, Last Flag já mostra um potencial considerável para se destacar em meio a tantos títulos competitivos do gênero. O gameplay é dinâmico, as mecânicas de escaneamento do mapa e controle de território são inteligentes e bem aplicadas, e a diversidade de personagens (tanto em estilo quanto em habilidades) confere personalidade e variedade às partidas. A estrutura atual já é divertida e sólida, com uma fluidez que impressiona, mesmo sem todos os mapas e modos finais disponíveis.
Claro, como todo preview, ainda há pontos que precisam ser acompanhados até o lançamento: novos mapas, ajustes de balanceamento, a revelação de mais personagens e possíveis mecânicas adicionais. No entanto, o que já está disponível entrega uma experiência coesa, viciante e acima das expectativas.
Um ponto que também chama atenção é o modelo de negócio adotado. Em vez de seguir a atual onda de jogos gratuitos com monetização agressiva, Last Flag será um título pago, mas com preço acessível. Embora o valor final ainda não tenha sido definido oficialmente, a estimativa gira entre 20 e 40 dólares, com a média mais provável sendo 30 dólares. Isso significa que o jogador paga uma única vez e tem acesso ao conteúdo completo, com a promessa de atualizações constantes e novos conteúdos sendo adicionados ao longo do tempo.
Essa abordagem pode soar ousada num mercado dominado pelos free-to-play, mas também reforça o compromisso do estúdio com a entrega de um produto robusto e completo desde o primeiro dia. Para quem busca uma alternativa criativa, estratégica e com personalidade dentro do universo competitivo, Last Flag já começa sua trajetória com o pé direito e promete ser uma excelente surpresa quando for lançado.