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Preview: Dispatch

Um inicio excepcional

Hoje trazemos nossas primeiras impressões de Dispatch, o primeiro projeto da nova desenvolvedora AdHoc Studio. Apesar de ser uma estreia no mercado, o estúdio já chega com um peso considerável, afinal, ele foi fundado por antigos membros da Telltale Games, responsáveis por títulos marcantes como The Wolf Among Us, The Walking Dead e Tales from the Borderlands.

Com esse histórico, a expectativa é alta e Dispatch promete misturar drama e comédia em uma narrativa que gira em torno de super-heróis, mas com um tom bem diferente do que estamos acostumados a ver no gênero.

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Um projeto com pedigree

Antes de entrar em detalhes sobre Dispatch em si, vale entender um pouco da história por trás do projeto. A AdHoc Studio pode até ser uma desenvolvedora nova no mercado, mas ela carrega um peso enorme de experiência. O estúdio é formado por ex-membros da Telltale Games, responsáveis por reformular o gênero adventure moderno com jogos premiados. Com esse histórico, é natural que a expectativa para Dispatch seja alta.

Curiosamente, Dispatch nem sempre foi um jogo. O projeto começou como uma produção live action, pensada originalmente como uma série de TV. No entanto, a pandemia de COVID-19 acabou encerrando o projeto, levando a equipe a engavetar a ideia que mais tarde foi repensada e transformada em jogo. Sob o novo nome Dispatch, o título foi oficialmente revelado durante o The Game Awards 2024, marcando o retorno do grupo ao formato narrativo interativo que os consagrou.

Outro ponto importante é o formato de lançamento. Dispatch será dividido em oito capítulos, com estreia completa marcada para o dia 12 de novembro. No momento, apenas os dois primeiros episódios estão disponíveis, o que significa que ainda é cedo para avaliar o produto final. Portanto, este texto foca nas primeiras impressões do que já foi liberado, que são os dois primeiros episódios disponíveis.

Uma história guiada por escolhas

Falar sobre a história de Dispatch é quase um desafio, já que o jogo segue a tradição dos grandes títulos da antiga Telltale Games: ele é 90% narrativa e escolhas. Qualquer detalhe a mais pode facilmente virar um spoiler. Felizmente, como só os dois primeiros capítulos estão disponíveis até o momento, dá para comentar o essencial sem comprometer as surpresas.

Logo de início, Dispatch impressiona pela qualidade da escrita e das atuações. O elenco é digno de produções de alto nível, com nomes como Aaron Paul, Jeffrey Wright, Laura Bailey, Alanah Pearce e outros atores conhecidos tanto de Hollywood quanto do universo dos games. Essa combinação dá uma profundidade emocional enorme aos personagens e eleva o nível de imersão da história. Isso é algo que fica claro desde as primeiras cenas.

O protagonista é Robert Robertson, um homem que herdou a identidade heroica de Mecha Man, uma espécie de mistura entre herói tecnológico e anti-herói decadente. O próprio nome, Robert Robertson, é alvo de piadas dentro do jogo. Ele é o “terceiro” de uma linhagem de heróis, e isso já mostra o tom irônico que permeia a narrativa.

A história começa com Robert em busca de seu arqui-inimigo, mas uma série de eventos o deixa sem armadura, sem dinheiro e sem propósito. É nesse ponto que ele é recrutado (de uma forma nada usual) por uma agência chamada SDN, responsável por coordenar super-heróis (e, no caso dele, ex-vilões) em missões pela cidade. O trabalho é basicamente despachar essas figuras para resolver crimes, mas, claro, nada sai como o planejado.

O jogo brinca com essa dinâmica de “reformar vilões”, em uma pegada que lembra Esquadrão Suicida ou Thunderbolts. Em vez de heróis convencionais, o jogador precisa lidar com personagens instáveis, sarcásticos e moralmente duvidosos. Essa mistura cria situações caóticas, engraçadas e, ao mesmo tempo, com certo peso dramático.

As escolhas do jogador têm impacto direto no rumo da história, com ramificações que deixam claro que a equipe da AdHoc Studio ainda domina o formato de narrativas interativas. Mesmo com apenas dois capítulos disponíveis, dá para dizer que Dispatch entrega uma das histórias mais envolventes de 2025 até agora e deixa uma grande expectativa para o restante dos episódios, que chegam em novembro.

Dispatch e sua ambientação maravilhosa

Um dos pontos que mais chama atenção em Dispatch logo de início é o seu visual impressionante. O jogo aposta em uma direção de arte em 3D que, de tão bem executada, muitas vezes parece uma animação de alto orçamento. A melhor comparação possível é com Invencível, a série da Amazon Prime, que também entrega essa sensação de estar acompanhando uma história em quadrinhos viva, com cenas dinâmicas e personagens expressivos.

Visualmente, Dispatch é um espetáculo. Eleva o padrão visual dos antigos jogos da Telltale Games para um novo patamar, com uso de cel shading refinado, iluminação impecável e animações extremamente fluidas. A sensação é realmente de assistir a um quadrinho animado em movimento, onde cada expressão facial e movimento de câmera acrescenta peso às cenas dramáticas. Isso é algo que se potencializa graças ao elenco estelar e à dublagem de altíssimo nível.

Mesmo com toda essa qualidade, o jogo se mostra surpreendentemente acessível. Testado no PC, Dispatch não exige uma máquina potente, o que deve garantir uma boa performance na maioria dos computadores e, claro, no PlayStation 5, plataforma onde também está disponível. Não há opções gráficas avançadas para ajuste, mas o título oferece um conjunto sólido de configurações de acessibilidade, incluindo tamanho e contraste de legendas, o que ajuda a adaptar a experiência para seu gosto.

Na parte sonora, o jogo mantém o mesmo padrão de excelência. Os efeitos de ambiente, como o som do escritório e o burburinho das ruas, dão vida às cenas e reforçam o clima cinematográfico da narrativa. Mas o grande destaque continua sendo a dublagem impecável, que sustenta todo o peso emocional da trama e transforma cada diálogo em algo memorável.

Gameplay além do normal para o gênero

A jogabilidade de Dispatch segue o estilo característico dos jogos narrativos da Telltale Games, mas traz algumas adições interessantes que tornam a experiência mais dinâmica e envolvente. Logo no início, o jogador pode escolher entre o modo cinemático, voltado apenas para quem quer acompanhar a história, ou o modo tradicional, que mantém os clássicos Quick Time Events. No PC, esses momentos se resumem a simples cliques e movimentos de arrastar o mouse, com uma boa janela de tempo para execução, o que evita frustrações e mantém o ritmo fluido da narrativa.

Mas os Quick Time Events são apenas um detalhe. A verdadeira essência do gameplay está nas escolhas de diálogo e nas decisões estratégicas, que moldam a narrativa e afetam diretamente o desenrolar dos acontecimentos. Durante os capítulos, tudo se encaixa de forma natural, sem interrupções na fluidez da história.

A parte mais interativa acontece quando Robert Robertson, o protagonista, está em seu expediente dentro da agência. É ali que o jogador assume o papel de despachante de super-heróis ou, no caso, de supervilões em processo de reabilitação. O funcionamento é simples, mas viciante: o jogador recebe chamadas com diferentes tipos de ocorrências. De um simples roubo até uma situação de reféns e precisa designar os personagens certos para cada missão.

Cada chamado exige atributos específicos, como força, inteligência, agilidade ou carisma, e cada membro da equipe tem habilidades únicas que influenciam diretamente o sucesso da operação. Enviar mais de um agente pode aumentar as chances de sucesso, mas reduz os recursos disponíveis para outras tarefas, exigindo um bom gerenciamento tático das missões e do time.

Conforme a história avança, os personagens vão ganhando destaque individual e apresentando poderes exclusivos. Um herói pode ser mais rápido ao atuar sozinho, enquanto outro se multiplica ao trabalhar em grupo. Há ainda personagens que mudam completamente de comportamento e poder conforme a situação, como um herói que alterna entre um morcego intelectual e uma fera descontrolada.

Além da gestão da equipe, Dispatch também inclui momentos de minigames de hacking, que exploram as habilidades técnicas de Robert. Essas sequências adicionam variedade ao gameplay e ajudam a manter o ritmo entre as longas seções narrativas.

No geral, o sistema de jogabilidade de Dispatch é surpreendentemente robusto para um título focado em narrativa. Ele oferece uma imersão genuína, combina bem o gerenciamento estratégico com as decisões morais e reforça o senso de responsabilidade sobre cada escolha feita.

Dispatch tem tudo para ser excepcional

Ainda é cedo para cravar um veredito definitivo sobre Dispatch, já que apenas dois dos oito capítulos estão disponíveis. No entanto, o que foi apresentado até agora é mais do que promissor, é empolgante! A escrita é afiada, os visuais impressionam e o gameplay, dentro da proposta narrativa, mostra-se surpreendentemente inteligente e envolvente.

O elenco de vozes é um espetáculo à parte, com atuações que elevam o peso emocional de cada cena e tornam o universo de Dispatch ainda mais crível e imersivo. Cada detalhe técnico, da direção de arte à sonorização, reforça que estamos diante de um projeto feito com enorme cuidado e paixão.

Mesmo sendo apenas o início, tudo indica que Dispatch tem potencial para se tornar uma das grandes obras narrativas de 2025, misturando drama, dilemas morais e um toque de ação de maneira magistral. Agora resta apenas aguardar o lançamento completo dos oito capítulos para confirmar se o resultado final estará à altura dessa estreia tão impressionante.

Se o jogo mantiver o nível de qualidade visto nesses primeiros capítulos, Dispatch tem tudo para ser lembrado como um dos títulos mais marcantes do gênero e, consequentemente, um verdadeiro sucessor espiritual da era de ouro da Telltale Games.

Leonardo

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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