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Análise: Playstation VR2 (Outubro de 2023)

Um gigantesco passo para a tecnologia na indústria dos jogos

O Playstation VR2, lançado em fevereiro de 2022, representou uma grande evolução em relação ao primeiro headset de realidade virtual da Sony de 2016. Após algumas semanas de uso, podemos afirmar que o PSVR2 entrega uma das melhores experiências de RV disponíveis hoje, aproximando-se muito da qualidade obtida com um PC gamer de alto desempenho. Mas, se você quer saber mais detalhes sobre o estado do PSVR2 em Outubro de 2023, confira abaixo a nossa análise completa:

Veja também: Journey to Foundation: Uma imersão inédita na realidade virtual do Playstation VR2

Especificações e design

O PSVR2 representa um grande avanço em especificações em comparação com seu antecessor. Suas telas OLED possuem resolução de 2000×2040 pixels por olho, o dobro do PSVR original. Isso permite obter imagens muito mais nítidas e detalhadas, com texturas e objetos aparecendo de forma realista em VR.

A alta taxa de atualização de 90-120Hz torna o movimento dos objetos muito fluido, sem travas ou trepidações. Isso ajuda na imersão e reduz o risco de enjoos em usuários sensíveis. O amplo campo de visão de 110 graus preenche quase toda a visão periférica do usuário olhando para frente, o que aumenta o senso de presença nos cenários.

As lentes Fresnel, apesar de sua nitidez central limitada, ajudam a minimizar o brilho e reflexos indesejados. Apesar disso, é necessário manter os olhos bem alinhados ao centro das lentes para obter a melhor imagem. Caso contrário, surgem distorções e arco-íris nas bordas.

É importante mencionar que o design do dispositivo evoluiu ao integrar todos os componentes no próprio headset. O visor deslizante permite ajustar facilmente a distância dos olhos às lentes. Fora isso, os fones de ouvido agora conectam no lado traseiro, de forma discreta. Enquanto isso, o cabo USB-C que liga ao PS5 sai pelo lado esquerdo do visor.

O visor bloqueia totalmente a entrada de luz externa, diferente do modelo anterior que tinha pequenas brechas. Isso ajuda na imersão ao remover distrações do ambiente real. Porém, o headset aquece um pouco após longas sessões de uso.

Com apenas 560g, o PSVR2 tem peso menor que seu antecessor. A correia ajustável distribui o peso adequadamente, permitindo uso prolongado se comparado aos seus concorrentes. Os ajustes de IPD e foco ajudam diferentes usuários a obter uma imagem nítida. É compatível com a maioria dos modelos de óculos, facilitando o uso por quem precisa.

Rastreamento e controles

O PSVR2 utiliza 4 câmeras frontais para rastreamento interno dos movimentos do headset e controles, sem necessidade de câmeras externas. Isso permite um setup extremamente fácil e prático: basta ligar e o headset automaticamente escaneia e mapeia o ambiente através das câmeras.

O mapeamento permite jogatinas espaçosas, onde o usuário pode se mover em um espaço físico de até 2×2 metros, com seu movimento sendo refletido no ambiente virtual. As câmeras também possibilitam a visão em modo “pass-through”, permitindo ver o mundo real em preto e branco quando necessário.

Além disso, os novos controles Sense são uma grande evolução. Eles possuem formato e botões similares aos populares Oculus Touch, com excelente rastreamento de movimento em 6 eixos. Isso permite interações naturais e precisão nos gestos.

A construção premium e os materiais leves mais resistentes inspiram confiança. Os controles possuem gatilhos adaptativos com tensionamento programável por software, além de feedback háptico. Isso aproxima as sensações do mundo real, como tensão de um arco ou reação de uma arma.

Ainda, sensores capacitivos detectam aproximação e toque dos dedos, permitindo que gestos simples como apontar e sinais com os dedos sejam refletidos no ambiente virtual. O rastreamentos dos olhos permite interações realistas com NPCs, e modulam a qualidade gráfica de acordo com o foco visual.

A bateria dura de 5 a 6 horas, menos que controles com pilhas AA, porém a mesma recarrega rapidamente via USB-C.

Jogos e conteúdo

O catálogo de jogos do PSVR2 tem crescido constantemente desde seu lançamento, contando atualmente com mais de 100 títulos listados na Playstation Store.

Dentre os melhores jogos recentes, destacam-se Gran Turismo 7, Beat Saber, Red Matter 2 e Resident Evil Village, que demonstram bem o potencial gráfico da plataforma. Outros títulos populares são No Man’s Sky, Pistol Whip, Synth Riders e Demeo.

O número de exclusivos ainda é limitado, porém alguns dos melhores jogos do PSVR original receberam atualizações, como Moss, Tetris Effect: Connected e Rez Infinite. Diversos jogos de PC VR também foram portados.

Horizon Call of the Mountain segue como o grande destaque entre os exclusivos, proporcionando uma excelente demonstração interativa das capacidades do headset. Sua jogabilidade intuitiva e seus gráficos detalhados proporcionam alta imersão. Porém seu tempo de jogo é relativamente curto para os padrões de AAA.

Agora, uma grande limitação atual é a ausência de um “hub” social, presente em outros headsets VR. Isso impede interações com outros jogadores fora dos próprios games. Apps populares como VRChat poderiam enriquecer muito a experiência, mas ainda não estão presentes no PSVR2.

Experiência para iniciantes

Um dos pontos mais fracos do PSVR2 é a sua introdução para novos usuários, que ainda é muito precária e pode prejudicar a adoção pelo público casual. Não existem indicadores de conforto para os jogos na loja, por exemplo. Isso faz com que pessoas sem experiência prévia em VR acabam entrando em jogos intensos que causam enjoos e má impressão inicial.

Fora isso, também não há um tutorial interativo adequado. O usuário é lançado direto no menu do PS5, sem explicações sobre locomoção, ajustes de conforto ou dicas para evitar enjôo. A Sony poderia mitigar isso com uma melhor introdução interativa, classificação de conforto visível na loja e demonstrações curtas para destacar a imersão da RV sem causar desconforto.

Isso ajudaria o PSVR2 a crescer além do público entusiasta, atingindo usuários casuais que desejam experimentar a RV pela primeira vez. Também evitaria que novos usuários tenham experiências negativas que os desencorajem a continuar. Por enquanto, o PSVR2 ainda é voltado majoritariamente para entusiastas dispostos a lidar com uma curva de aprendizado. A Sony precisa tornar a introdução mais amigável se deseja popularizar esse headset entre o público casual de consoles.

Conclusão

Finalmente, para fechar esta análise, o PlayStation VR2 representa um avanço notável no cenário da realidade virtual, aproximando-se da qualidade proporcionada por PCs gamers de alta performance. Suas especificações técnicas elevadas, aliadas a um design inovador, oferecem uma experiência imersiva e confortável aos usuários.

A facilidade de configuração através do rastreamento interno e os novos controles Sense, junto com a crescente biblioteca de jogos, destacam-se positivamente, embora a plataforma possa se beneficiar de um “hub” social para enriquecer a interatividade e uma melhor orientação para novos usuários, facilitando assim a adaptação ao ambiente VR. Em resumo, o PSVR2 é um dispositivo forte com um futuro promissor, que, com algumas melhorias, tem o potencial de atingir um público mais amplo e proporcionar uma experiência de realidade virtual mais engajadora e satisfatória. Este dispositivo não é apenas um gadget, mas uma janela para mundos expansivos, promovendo uma nova era de interatividade.

Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

4 Comentários

  1. Para o PSVR2 ficar perfeito só falta ele ter as lentes panqueca, um menu feito pra RV e o VR chat aí seria a melhor opção pra quem está começando.

  2. Tive o PSVR 1, Oculus Rift e atualmente possuo o Quest 2 e o PSVR2 desde o seu lançamento.
    O equipamento em si é muito bom, mas tem dois pontos negativos que ressalto: 1) o cabo, poderia ter um recurso wireless e
    2) a imagem apesar de ser Oled, tem uma retina, um tipo de véu de noiva em primeiro plano que me irrita. No Quest 2 a imagem é limpa.

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