
Mandragora: Whispers of the Witch Tree nos leva para um mundo cheio de mistérios, perigos e histórias tristes. Logo de cara, o jogo mostra que não está aqui para ser só mais uma aventura comum. Mas será que ele consegue segurar o ritmo e entregar uma experiência realmente marcante? Nesta análise, vamos contar tudo o que achamos — o que Mandragora faz de melhor e onde ele escorrega pelo caminho.
Se você gosta de jogos que mergulham fundo na ambientação e no clima sombrio, prepare-se para conhecer Faelduum e ver se essa jornada vale a pena.
Faelduum: Um mundo ferido por tragédias e cheio de histórias escondida
Uma das coisas que mais chama atenção em Mandragora é o mundo que ele constrói. Faelduum parece um lugar de verdade, cheio de marcas do tempo, tragédias antigas e conflitos que continuam vivos mesmo antes da nossa chegada. Um bom exemplo disso é a cidade de Wickham, dividida entre ricos e pobres, onde ninguém saiu ganhando no final. Os nobres foram massacrados por monstros, e os camponeses vivem cercados de medo e violência.
A história começa com a missão de caçar uma bruxa, mas logo fica claro que tudo é muito mais complicado. Cada personagem que a gente encontra, cada pedaço de cenário destruído, tudo conta um pedacinho dessa terra arrasada. O jogo faz um ótimo trabalho em nos colocar dentro desse mundo, sem precisar de muitas explicações forçadas.
Os personagens secundários também ajudam muito a dar vida a Faelduum. Com vozes bem interpretadas e retratos grandes que aparecem nas conversas, a gente sente o peso da tristeza e da luta diária deles.
Como um ótimo exemplo disso temos os mercadores que vamos conhecendo pelo início do jogo. Eles não só contribuem muito para o enredo como também te dão novas missões secundárias e muitas vezes explicam algo que você encontram em missões principais. Para os jogadores mais velhos, tive um sentimento de Diablo 1 e Diablo 2 e os acampamentos.
Não é aquela coisa heróica de “salvar o mundo” — aqui, é mais sobre tentar sobreviver a mais um dia nesse lugar quebrado.
Combates tensos e personalização cheia de possibilidades
Na parte de jogabilidade, Mandragora se inspira bastante no gênero “Soulslike”, onde cada luta precisa ser levada a sério. A gestão da stamina, o cuidado com a distância dos inimigos e a paciência para atacar na hora certa são essenciais para sobreviver. Alguns outros elementos Souls implementados em Mandragora são as poções, fogueiras que revivem inimigos quando o jogador descansa e o fato de droparmos nossas essências (almas) quando morremos. Porém o combate não precisa ser tão lento e cadenciado. Dependendo da sua build e classe, o combate pode ser bem rápido e acelerado.
Logo no começo, você escolhe uma entre seis classes, cada uma com seu estilo próprio. Conforme avança, dá para desbloquear novas especializações e criar combinações bem legais para seu personagem. Para isso, temos a árvore de habilidades, que abre espaço para bastante liberdade na evolução do personagem. A cada novo nível, você ganhará pontos que podem ser distribuídos entre diferentes ramos de habilidades, permitindo que cada jogador molde seu inquisidor do jeito que preferir, focando em combate corpo a corpo, magias ou até estilos mais defensivos – tem pra todo gosto!
O jogo se baseia muito na esquiva e rolamentos, já que escudos só podem ser utilizados por uma classe. Como joguei mais focado em magia, o rolamento era meu melhor amigo – se usado no momento certo ele evita o dano de quase todos os ataques de inimigos.
Apesar disso, nem tudo é perfeito. Às vezes, os controles não respondem como a gente gostaria, principalmente em partes de plataforma ou perto de armadilhas mortais. Algumas mortes parecem mais injustas do que desafiadoras, e é frustrante perder progresso por causa de detalhes meio desleixados, já que o dano de queda é bem expressivo aqui.
Inimigos conhecidos e chefes inteligentes: o equilíbrio entre desafio e cansaço
Os primeiros encontros com inimigos são cheios de tensão e novidade. Porém, conforme o tempo passa, é fácil perceber que o jogo começa a repetir padrões. Mesmo mudando o visual dos inimigos, os movimentos e estratégias muitas vezes se repetem, o que pode deixar algumas partes um pouco cansativas.
Os chefes, em geral, oferecem um desafio interessante, sem ser aquele tipo absurdo de dificuldade que faz a gente querer jogar o controle na parede. Também é possível ajustar o nível de dificuldade para deixar a aventura mais tranquila ou mais puxada, o que é sempre uma opção bem-vinda. Apesar de não possuir um seletor de dificuldade, o jogo permite baixar o dano dos inimigos em até 30% – o que pode ajudar muitos jogadores mas não tira o sentimento de estar jogando algo desafiador, já que muitos golpes são mortais da mesma forma.
Paisagens de tirar o fôlego e sons que contam história
Se tem uma coisa que Mandragora acerta em cheio é na parte visual. As florestas assustadoras, os vilarejos abandonados e os céus de cores quentes criam um clima perfeito para a história. Tudo é feito com muito capricho, e a sensação é de que sempre existe algo mais acontecendo fora da nossa visão.
Pelas imagens você coinsegue ver os tons utilizados e como os brilhos ficam ainda mais chamativos em um jogo com esse visual, o que me lembrou muito o estilo de No Rest for the Wicked.
A trilha sonora é discreta, mas faz um trabalho excelente em reforçar a atmosfera pesada do jogo. As músicas não são memoráveis mas contextualizam bem o lugar que você estiver no momento. Além disso, temos sons de vento, passos, gritos distantes… tudo foi pensado para aumentar a imersão sem precisar gritar na nossa cara o tempo todo. É o tipo de cuidado que faz a diferença.
Conclusão da análise de Mandragora
Mandragora: Whispers of the Witch Tree é um jogo que aposta alto e acerta em muitos pontos. A ambientação é incrível, o sistema de evolução do personagem é interessante e a história é contada de um jeito que prende quem gosta de explorar mundos cheios de detalhes.
Por outro lado, ele também carrega alguns problemas chatos, como a repetição de inimigos e o controle que, em certos momentos, atrapalha mais do que ajuda. Mesmo assim, a experiência como um todo é muito positiva, especialmente para quem curte jogos com atmosfera densa e uma pegada mais melancólica.
Ah! Vale pontuar que fiz essa análise jogando em um PS5 Pro com modo de 120hz – que fez tudo ficar ainda mais satisfatório – e ajudou bastante nas esquivas rápidas.
No final das contas, Mandragora é uma aventura que merece ser descoberta e que vai ficar na cabeça de quem se deixar levar pelo seu mundo sombrio e cheio de histórias para contar.
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Um jogo fácil de indicar
Visual, ambientação e gráficos - 8
8
Ótimo!
Mandragora não parece tentar inovar em nada mas se agarra a mecânicas e jogabilidades já conhecidas para ter sucesso. Uma ótima pedida para aqueles que querem um jogo de ação com elementos souls e muitas opções de build.