
Nesta análise, trazemos nossas impressões completas de Revenge of the Savage Planet, sequência direta de Journey to the Savage Planet. O jogo mantém a essência do original, com seu estilo irreverente e foco em desafios de plataforma em um universo alienígena colorido e satírico.
Para quem busca uma experiência diferente, marcada por humor irônico e ambientação criativa, Revenge of the Savage Planet é uma opção que merece sua atenção.
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Um universo ainda mais cínico em Revenge of the Savage Planet
A narrativa de Revenge of the Savage Planet expande o universo estabelecido no primeiro jogo, mantendo o tom irônico e debochado que caracterizou Journey to the Savage Planet. Desta vez, a Kindred Aerospace – outrora apresentada como a “quarta melhor empresa de exploração espacial” – foi comprada pela Alta Interglobal, uma corporação ainda mais megalomaníaca que domina o universo como a maior empresa de todas.
O jogador assume o papel de um novo funcionário, enviado originalmente em uma missão de colonização por parte da Kindred. No entanto, após passar 100 anos em criogenia, ele acorda em um cenário completamente alterado: a empresa foi vendida e sua posição foi encerrada. Em resumo, você acorda demitido, abandonado em um planeta alienígena sem suporte, e livre para explorar (ou causar o caos) como quiser.
O humor da série continua sendo um dos principais destaques. Um exemplo disso é a presença do robô flutuante EKO, que acompanha o jogador durante toda a jornada, soltando comentários sarcásticos e reagindo de forma cômica às suas ações. Desde analisar formas de vida até simplesmente atirar nelas, o robô sempre tem algo a dizer — o que reforça a personalidade escrachada do universo de Revenge of the Savage Planet. Aqui vale pontuar que é possível aumentar ou diminuir a frequência dos comentários de acordo com sua preferência.
Além disso, o humor se espalha por todos os cantos, como as propagandas absurdas que aparecem quando se entra na nave e os vídeos corporativos hilários. Destaque também para o ex-CEO da Kindred Aerospace, que aparece frustrado com a venda de sua antiga empresa, numa trajetória tragicômica que adiciona mais camadas à crítica ao corporativismo desenfreado.
A história se desenrola tanto pela missão principal quanto por missões secundárias, que aprofundam o contexto distópico e mostram como outras pessoas foram impactadas por esse universo exagerado. É um enredo que, mesmo cômico, constrói um pano de fundo interessante para a exploração e a crítica social embutida no humor.
Um universo maior, mais estranho e ainda mais debochado
Um dos avanços mais notáveis em Revenge of the Savage Planet em relação ao primeiro título está na expansão do escopo da exploração. Ao invés de um único planeta, o jogo agora apresenta quatro mundos distintos, cada um com seus próprios biomas, ecossistemas e desafios. Essa mudança eleva consideravelmente o potencial de descoberta, proporcionando ao jogador ambientes variados que vão desde densas florestas com cavernas ocultas até desertos vastos e regiões congeladas.
Visualmente, o estilo artístico mantém a identidade do antecessor, com uma paleta de cores vibrante e criaturas alienígenas que transitam entre o bizarro e o familiar — algumas claramente inspiradas em animais reais, enquanto outras são completamente originais. Ainda que Revenge of the Savage Planet não tenha como foco um realismo visual extremo, ele compensa com criatividade e variedade, mantendo um senso constante de novidade durante a exploração.
A trilha sonora e os efeitos sonoros acompanham bem essa proposta. Os sons ambientes, das armas e das criaturas são funcionais e bem integrados, ajudando a reforçar a atmosfera cômica e exagerada do universo. Destaque para os efeitos caricatos de inimigos explodindo e os sons das armas, que variam entre o absurdo e o inesperado.
A dublagem também merece menção. O trabalho de voz é consistente e complementa perfeitamente o tom irônico do jogo, especialmente nas já tradicionais propagandas fictícias que mesclam estilos retrô com futurismo absurdo. Esses elementos sonoros não apenas ajudam a reforçar o clima da narrativa, como também ampliam a imersão durante a exploração.
Um laboratório alienígena de possibilidades e experimentações
Se Revenge of the Savage Planet já chamava atenção por sua proposta de exploração com humor ácido e visual psicodélico, sua sequência leva tudo isso a um novo patamar, com mecânicas mais profundas e maior variedade de sistemas de jogo.
A jogabilidade aqui não se limita apenas à ação ou ao combate, mas se desdobra em exploração, puzzles ambientais, melhorias de personagem e até captura e estudo de criaturas alienígenas. O título abraça a experimentação como pilar central da experiência, oferecendo ao jogador ferramentas e liberdade para explorar de formas criativas.
Exploração e Plataforma: Quebra-cabeças em mundos alienígenas
Os quatro planetas disponíveis no jogo trazem biomas únicos, repletos de desafios ambientais e estruturas que incentivam a exploração vertical e horizontal. A movimentação do jogador combina saltos precisos com o uso de ferramentas como o chicote — que funciona como um hookshot — e plataformas móveis que exigem observação e resolução de puzzles para serem superadas.
Cada área esconde segredos, atalhos e caminhos alternativos que recompensam a curiosidade do jogador. Quanto mais o ambiente é explorado, mais opções os jogadores terão em mão tanto para avançar como para ter vantagem no combate.
Progressão do Personagem
Além da exploração, o jogo oferece uma árvore de habilidades robusta. Escanear a fauna e flora alienígena não apenas revela pontos fracos dos inimigos, mas também concede recursos valiosos usados na evolução do personagem e de suas armas.
É possível aumentar a resistência, velocidade e outros atributos do protagonista, além de melhorar equipamentos como o chicote, a arma principal e outras ferramentas.
Pokémon com DNA alienígena
Uma das novidades mais interessantes é a mecânica de captura de criaturas. Inspirada de forma irreverente em jogos como Pokémon, ela exige que o jogador estude o comportamento dos inimigos, identifique seus pontos fracos e utilize seu chicote no momento certo para capturá-los.
Uma vez capturadas, essas criaturas são analisadas para liberar melhorias de armas e desbloquear novas possibilidades no gameplay. O processo não é trivial e envolve estratégias variadas, desde deixar o inimigo tonto até utilizar o ambiente ao seu favor.
Diversidade que impulsiona a criatividade
O arsenal do jogador é outro destaque. Além da arma padrão e do chicote, duas ferramentas merecem atenção:
- “Arma” eletromagnética: permite manipular objetos metálicos, lançar itens em inimigos ou acionar mecanismos à distância, sendo essencial para resolução de puzzles ao movimentar imensas plataformas.
- Arma de gosma: talvez o item mais criativo do jogo, ela pode absorver e disparar diferentes tipos de substâncias — água, lava, material condutivo e até gosma escorregadia — cada uma com efeitos específicos sobre inimigos e cenários.
Essa variedade torna o combate dinâmico e a exploração cheia de possibilidades únicas.
Variedade de Inimigos e Combates Estratégicos
O combate é enriquecido por uma impressionante variedade de inimigos, cada um com padrões próprios e fraquezas específicas. Há inimigos que se escondem, desaparecem, voam ou possuem couraças que exigem abordagem específica — como atacar pelas costas.
Além disso, ao serem derrotados, muitos deixam resíduos de gosma com efeitos ambientais, tornando cada confronto uma experiência com consequências para o cenário ao redor.
Revenge of the Savage Planet: Uma sequência que evolui, diverte e satiriza
Revenge of the Savage Planet é o exemplo perfeito de como uma sequência pode respeitar as bases do original e ainda assim expandir tudo com ambição e criatividade. Com novos planetas, inimigos mais variados e sistemas de gameplay mais profundos, o jogo entrega uma experiência mais rica, divertida e recompensadora.
Mas o que realmente faz Revenge of the Savage Planet se destacar é a sua personalidade. O tom irônico está de volta — e talvez ainda mais afiado. As interações com os personagens, as mensagens do sistema e as propagandas absurdas que aparecem ao longo da jornada não só quebram a tensão em momentos precisos, como também dão identidade ao universo do jogo. É aquele tipo de humor nonsense que tira sarro até de si mesmo, mantendo o jogador constantemente entretido, mesmo nas partes mais simples da aventura.
Com visual vibrante, criatividade em alta e uma mistura certeira entre ação, exploração e sátira, Revenge of the Savage Planet não apenas honra o legado do primeiro jogo, como também se estabelece como uma das experiências mais originais e bem-humoradas do gênero. Uma verdadeira viagem (literalmente e figurativamente) que vale cada minuto.
Essa análise/review de Revenge of the Savage Planet segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.
Revenge of the Savage Planet aposta em humor e criatividade para se destacar no gênero
Visual, ambientação e gráficos - 8.5
Jogabilidade - 8.5
Diversão - 8.5
Áudio e trilha-sonora - 8.5
8.5
Ótimo
Com visual vibrante, criatividade em alta e uma mistura certeira entre ação, exploração e sátira, Revenge of the Savage Planet não apenas honra o legado do primeiro jogo, como também se estabelece como uma das experiências mais originais e bem-humoradas do gênero. Uma verdadeira viagem (literalmente e figurativamente) que vale cada minuto.