ANÁLISESPCPLAYSTATIONREVIEWSXBOX

Análise: Kiborg

Um bom brawler 3D, finalmente?

No vasto e cada vez mais saturado universo dos roguelikes e roguelites, onde a cada dia um novo título promete reviravoltas no ciclo de morte e renascimento, surge Kiborg. Lançado em 2025 pela Sobaka Studio, este jogo de ação em terceira pessoa tenta encontrar seu lugar ao sol, prometendo combate frenético e uma estética cyberpunk. Para os entusiastas de pancadaria com uma pitada de ficção científica, a promessa inicial pode ser tentadora.

Nos acompanhe nesta análise detalhada enquanto falamos sobre os elementos que compõem a experiência de Kiborg. Vamos descobrir se a jornada de Morgan Lee através de uma prisão espacial vale o seu tempo e dedicação.

Gráficos

Visualmente, Kiborg é um passeio em mais um cenário cyberpunk que, à primeira vista, cumpre o que promete. O jogo se desenrola em um cenário de ficção científica genérico, mas executado com um brilho (literalmente) inegável de cromo e néon. Prisões espaciais repletas de mutantes grotescos, ciborgues e punks armados compõem um ambiente que, embora não seja inovador em conceito, é bem realizado em sua apresentação.

Os desenvolvedores mandaram bem nos efeitos de iluminação, que são excelentes, e nos ambientes, que se mostram cheios de detalhes. As animações são outro ponto forte, com cada soco e chute parecendo doloroso e impactante. Tudo isso me lembrou muito a franquia Fighting Force da época do saudoso Playstation 1.

Jogabilidade

Com isso, a jogabilidade de Kiborg se apresenta como um brawler de ação em terceira pessoa com forte inspiração em títulos clássicos e uma camada roguelite. Assumindo o papel de Morgan Lee, um detento musculoso preso em um show de luta estilo SMASH TV, você luta para alcançar a liberdade. O combate corpo a corpo é fluido, apesar de repetitivo, com um sistema de ataques que, quando funciona, entrega um balé de violência. A possibilidade de coletar implantes cibernéticos a cada rodada, que alteram de forma drástica a aparência de Morgan, adiciona um toque visualmente interessante e um sistema de progressão divertido, mesmo que as melhorias sejam mais numéricas do que revolucionárias.

No entanto, é aqui que as engrenagens de Kiborg começam a ranger. Apesar da promessa de um combate satisfatório, o jogo se revela surpreendentemente punitivo e monótono, por muitas vezes. Há uma quantidade excessiva de inimigos que podem esgotar sua barra de vida com um único golpe, e isso não é ajudado por um sistema de aparar golpes difícil de masterizar, onde o tempo de entrada nunca parece se encaixar perfeitamente. A inconsistência é um problema sério: às vezes você contra-ataca como um mestre, outras vezes é obliterado. Em um roguelite, a precisão do controle é tudo, e em Kiborg falta poilimento nesse ponto.

O combate com armas de fogo é problemático, com a mira automática frequentemente travando no alvo errado, resultando em desperdício da já limitada munição. As combinações de golpes, devido aos tempos de entrada inconsistentes, muitas vezes fazem com que Morgan execute algo inesperado, levando os jogadores a se contentarem com combos mais simples e confiáveis.

Trilha Sonora que deixa a desejar

No que diz respeito à trilha sonora, Kiborg apresenta uma experiência mista. Há momentos em que a música de fundo é decente, fornecendo um acompanhamento apropriado para a ação caótica que se desenrola na tela. No entanto, esses pontos positivos são ofuscados por um dos aspectos mais fracos do jogo: a dublagem.

Personagens, como a gosma que narra o show de morte, emitem falas que não apenas não se encaixam no tom do jogo, mas também são interpretadas de forma esquisita, prejudicando significativamente a imersão. Este é um ponto que, infelizmente, compromete a qualidade sonora geral.

Fator Diversão e Outros Aspectos

Kiborg possui um certo charme à moda antiga, uma nostalgia de uma era de jogos de console passados. A satisfação de equipar implantes cibernéticos, que visualmente transformam Morgan em uma máquina de guerra, é inegável, assim como a capacidade de invocar aliados para aliviar a pressão dos combates (mesmo que alguns deles fiquem presos no cenário). A criação de personagens é variada, resultando em alguns ataques especiais hilariamente exagerados e caricatos com um toque de WWE.

Para cada aspecto admirável, como os visuais e o combate visceral, há algo que o arrasta para baixo, como a já mencionada dublagem terrível, os picos de dificuldade sem balanceamento e a presença de bugs que ocasionalmente fazem a câmera enlouquecer ou o personagem se mover como uma lesma.

Em um mercado de roguelites superlotado, Kiborg até consegue se destacar um pouco, mas não por ser espetacular, e sim por sua singularidade imperfeita. Não é um jogo terrível, mas também está longe de ser incrível, o que o torna, no final das contas, um título “Ok”, mas não essencial.

Conclusão da análise de Kiborg

Kiborg, com sua estética cyberpunk exagerada e promessa de combate brutal, emerge como um título que navega entre o cativante e o frustrante. Embora os visuais sejam um dos seus pontos mais fortes, com efeitos de iluminação e animações que entregam a ultraviolência prometida, a experiência é frequentemente ofuscada por decisões de design de jogabilidade questionáveis e falhas técnicas. O combate, que em seus melhores momentos é emocionante e visceral, é prejudicado por inconsistências na detecção de comandos e um sistema de parry impiedoso, tornando a progressão em um roguelite mais um teste de paciência do que de habilidade.

Apesar de seus momentos de brilho e um certo charme de “velha guarda”, Kiborg não consegue escapar das armadilhas de um gênero que exige precisão e uma curva de aprendizado justa. Os elementos roguelite, que deveriam incentivar a repetição, acabam tornando-a tediosa devido à dificuldade desbalanceada e aos chefes frustrantes.

Kiborg é um jogo que, embora tenha seu charme e apelo para os amantes do brawler 3d, não merece uma recomendação incondicional. Para aqueles com curiosidade e uma alta tolerância à frustração, ele pode oferecer alguns momentos de diversão, mas não espere um título que redefina o gênero.

Aproveite também nossas melhores ofertas de jogos digitais em parceria com a Nuuvem! Confira os links abaixo para encontrar descontos incríveis:

Página principal da Nuuvem
Descontos para PC
Gift Cards para PlayStation
Descontos para Xbox
Descontos para Nintendo

Tem seu charme, mas para por aí.

NOTA - 6.5

6.5

Ok

Kiborg é um jogo que, embora tenha seu charme e apelo para os amantes do brawler 3d, não merece uma recomendação incondicional. Para aqueles com curiosidade e uma alta tolerância à frustração, ele pode oferecer alguns momentos de diversão, mas não espere um título que redefina o gênero.

User Rating: Be the first one !

Bruno Degering

Gamer há tanto tempo que usa consoles como referência cronológica para lembranças de sua vida. Amante de Mega Man, Resident Evil e Warcraft. Se gaba por ter zerado Battletoads aos 9 anos mas abandonou Bloodborne com 26.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo