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Análise Blightbound – divertido, mas deixa a desejar

Feito para ser jogado com os amigos

Da desenvolvedora Ronimo Games (Awesomenauts) e distribuído pela Devolver Digital, Blightbound é um beat’ em up, com elementos de Roguelike e RPG. Será que conseguiram mesclar e nos entregar esses elementos de forma satisfatória? Vamos conferir nessa análise de Blightbound!

O game está disponível para PS4, Xbox One e PC (via Steam), e encontra-se legendado em PT-BR.

Essa análise está sendo possível graças a um código cedido pela produtora.

Os heróis Blightbound

Em um vídeo de introdução, é contado que a humanidade precisou derrubar o Titã das Sombras após ele ter despedaçado o Sol. De sua confiança quebrada, uma terrível maldição engoliu a terra, uma praga se espalhou e cobriu tudo em escuridão. Com isso, os sobreviventes se refugiaram no topo das montanhas e, aqueles que se consideram heróis, descem para o abismo que se tornou a “parte baixa” com a esperança de retomar seu reinado.

Esses heróis utilizam poderes ancestrais, força e astúcia para conseguir atingir seu objetivo e são chamados de Blightbound – algo próximo de “Ligados a Praga”.

Uma premissa simples e interessante, mas que não me criou uma grande expectativa. Pelo seu lado beat ’em up, isso não incomoda, dando uma leve sabatina no contexto e levando direto para a porrada. Porém, o game tem elementos de RPG, o que pode levar os fãs desse gênero a esperar por algo mais profundo.

Os personagens possuem histórias pessoais que vão se desenrolando conforme jogamos e evoluímos com o mesmo. Porém, é mais um “adendo” do que algo que influencia a história principal, podendo ser completamente ignorado exceto para os mais curiosos.

Apesar disso tudo, o jogo consegue seguir bem sendo mais focado em porradaria do que em história, seu foco no lado RPG é bem limitado – o que será explicado mais à frente – o que diminui bastante a carência por uma história mais profunda.

Blightbound é bonito e estranho

Esse game possui dois tipos de gráficos, um cenário todo em 3D e personagens desenhados em 2D. Esse tipo de visual me agrada bastante e me remeteu à época do falecido Sega Saturn, onde perdi – me divertindo – horas da minha vida com meus amigos. Dito isso, o que me gerou a “estranheza” pontuada no título? Suas animações. A movimentação e o ataque dos bonecos me fizeram lembrar dos adversários do game Rock of Ages, no qual eles eram bonecos de papel com as articulações presas e os movimentos duros limitados a esses pontos (para quem conhece o jogo, vai entender do que estou falando).

Lógico que, no exemplo citado, o objetivo do game era essa mediocridade comicidade, assim como, em Blightbound, essas animações são bem menos exageradas. Isso não compromete completamente a experiência visual do game, porém, foi algo que me gerou uma grande estranheza no início, sendo bem atenuada após mais tempo de partida.

Além desse detalhe, algumas skills dos personagens são muito exageradas, o que atrapalha um pouco quando o combate fica mais frenético. Existem algumas que, inclusive, ficam na tela por alguns segundos, impedindo uma visualização melhor do combate.

Mais beat ‘em up, menos RPG

Blightbound entrega a premissa de ser um beat ‘em up de RPG, mas que, em essência, entrega poucos aspectos de RPG. Começamos o game em nossa base no topo de uma montanha, nessa parte podemos verificar nossos heróis, utilizar seus skills points – quando avançamos de level, utilizar novos equipamentos, iniciar missões entre outras coisas.

Quando menciono que o jogo possui pouco foco em RPG, é pelo fato de não possuirmos, praticamente, nenhuma personalização dos personagens. Exceto pelas skills points e os equipamentos – sendo que existe um cap level 8 – o game vai muito além disso. As habilidades de cada personagem são fixas e os mesmos são distribuídos em 3 classes: guerreiro, (tank/DPS), assassino (puro DPS) e mago (suporte/DPS). Embora as aparências mudam, muitas de suas habilidades chegam a se repetir entre os personagens, a principal mudança estética que temos é quando equipamos uma arma diferente.

Após equiparmos e evoluirmos nossos heróis – e sério, as opções são bem limitadas – podemos selecionar uma masmorra para explorarmos. Por se tratar também de um roguelike, concluir nossos objetivos e retornarmos com segurança se torna vital. Ao morrermos, retornamos sem nada do que conseguimos, incluído personagens novos que salvamos e que se tornariam jogáveis. Embora possa ser frustrante às vezes, para quem gosta do gênero, percebi, nessa análise, que Blightbound entrega isso com louvor, tornando cada batalha – principalmente contra o boss do nível – tensos e gratificantes.

Uma característica bem positiva é que, embora possamos jogar com bots, Blightbound é totalmente focado em seu coop. Para essa análise, tive a oportunidade de jogar ambos os cenários, e a diferença é gritante. Tentei algumas vezes utilizar seu matchmaking, mas sem sucesso – talvez por falta de jogadores regionais. Consequentemente tive que “encarar” o game com os bots algumas vezes, o que foi ligeiramente frustrante. Esses possuem poucos critérios ao utilizar suas skills, lançando-as a esmo sem um objetivo em vista. Sua prioridade máxima é nos levantar quando caídos, ignorando qualquer perigo próximo, sejam inimigos ou armadilhas, fazendo-os cair, também, no processo e nos levando a perder a masmorra.

Já com os amigos, a análise desse critério de Blightbound, foi completamente diferente – não que os meus sejam muito bons – mas conseguimos jogar com mais estratégia e compartilhamos momentos hilários, como quando em uma masmorra, chegamos no boss, todos caíram menos um, que conseguiu finalizá-lo com quase 0 de vida. Uma experiência completamente diferente.

Trilha sonora simples e eficiente

Embora não nos entregue uma experiência sonora inovadora, senti, nessa análise de Blightbound que ele consegue entregar algo bem satisfatório. Sua trilha sonora se encaixa bem com o cenário, trazendo ação, melancolia e até uma certa tensão nos momentos certos. O mesmo pode-se dizer dos seus efeitos sonoros, eles conseguem nos fazer sentir o impacto que os ataques, skills e magias causam nos inimigos. Outra parte divertida são os diversos comentários que os personagens fazem em relação às situações que passamos ao longo do calabouço, sendo sátiros ao derrotar um inimigo, comentar sua aparência, realizar uma ação etc.

Bom com eles, pior sem eles

Fazer a análise de Blightbound com bot e com os amigos foram duas experiências completamente diferentes. Enquanto com o primeiro, o jogo se tornou rapidamente mais repetitivo e, consequentemente, enjoativo, o segundo se mostrou muito mais dinâmico e divertido. O game consegue entregar um visual agradável, porém suas animações deixam a desejar, felizmente, com o tempo, consegui me acostumar e isso não foi tão incômodo. Sua experiência sonora não entrega nada de inovador, mas consegue agradar e se encaixa bem com o cenário apresentado. Enfim, Blightbound vai conseguir agradar os fãs de um bom beat’ em up, mas nem tanto os fãs de RPG e se não tiver um amigo para compartilhar a experiência, dificilmente vai conseguir manter o interesse por muito tempo.

Essa análise segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Blightbound

Visual, ambientação e gráficos - 6
Jogabilidade - 7
Diversão - 7
Áudio e trilha-sonora - 7

6.8

Mediano

Blightbound vai conseguir agradar os fãs de um bom beat’ em up, mas nem tanto os fãs de RPG e se não tiver um amigo para compartilhar a experiência, dificilmente vai conseguir manter o interesse por muito tempo.

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Guilherme Segal

Apaixonado por games desde o Atari. Curte tanto PC que possui quase 800 jogos na Steam. Mas ainda acha que os games de hoje em dia não possuem o mesmo charme dos antigos, motivo pelo qual ainda joga Heroes of Might and Magic 2 até hoje.

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