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Análise: Sonic Superstars supera os clássicos de 16 bits

A lenda está de volta!

Não é nenhuma novidade que o mascote azul da SEGA vive de altos e baixos. Em especial com sua consagrada fórmula 2D que tenta se reinventar desde a era 16 bits. A mais nova iteração da franquia é Sonic Superstars que ao fazer esta análise fiquei boquiaberto com o que vi.

Se preparem para ver o ouriço azul da SEGA em sua melhor forma no que é possivelmente o melhor jogo da franquia. Contudo, espere reviravoltas em seu gameplay e dificuldade que bate de frente com jogos de plataforma complexos.

Sim, em Sonic Superstars veremos uma dificuldade equiparável com diversos momentos de Cuphead ou de Super Meat Boy. Vem comigo entender o que quero dizer abaixo.

Uma história simples, mas com ambientação sublime

Iniciando esta análise, vou dar uma leve pincelada na história de Sonic Superstars que não surpreende. Afinal, esse estilo de jogo está mais focado em seus desafios de plataforma.

Aqui temos mais uma vez o Dr. Robotnik tentando robotizar os frágeis animais da floresta. Para impedí-lo, temos Sonic, Amy, Tails e Knuckles que saem ao resgate dos animais, enquanto destroem os robôs e buscam as esmeraldas do caos.

Desta vez, temos novos personagens na confusão como Fang The Hunter – originalmente apresentado no game gear – e Trip the Sungazer que é um personagem inédito. Inclusive, ao finalizar o jogo, é possível conhecer mais de Trip. A narrativa se desenvolve através de algumas poucas e belas cenas animadas, assim como conta com algumas interações entre fases onde revela os planos e motivações.

O que acaba ganhando destaque é o visual das fases, assim como as animações dos personagens. Aqui temos uma releitura de várias fases clássicas, porém, sendo completamente inéditas. Algo que chamou minha atenção, é o fato das fases contarem com camadas onde em alguns momentos vemos outros personagens interagindo de alguma forma.

Isso dá a sensação que todos estão juntos contra o Dr. Robotnik. Adicionalmente, existem alguns momentos com fases específicas de cada personagem que conta uma parte vital da trama.

Parte técnica beira a perfeição

E como acabei de mencionar, temos uma releitura de fases clássicas. Algo que me impressionou ao longo dessa análise de Sonic Superstars é de como as fases estão muito bem feitas e cheias de caminhos. Todos os personagens estão muito bem feitos e animados e temos aqui um desbunde visual.

Fica até difícil eleger uma fase mais bonita, pois cada um tem sua temática como floresta, zona de pinball, fase da água, do gelo e mais. Toda a ambientação é rica em detalhes e conta com uma iluminação soberba, além de rodar aos tão almejados 60 frames.

E o que ajuda com a ambientação é sua trilha sonora. Posso afirmar com tranquilidade que temos uma trilha sonora excepcional do mesmo nível que vimos em Sonic Mania. E isso acontece, pois mais uma vez temos Tee Lopes capitaneando as músicas assim como o jogo conta com Jun Senoue e Rintaro Soma.

As músicas encaixam com perfeição em cada fase dando tons mais metálicos na fase da fábrica por exemplo ou uma pegada mais alegre na fase da zona do carnaval. Aqui temos um gigantesco acerto.

Sonic Superstars é uma revolução na franquia

Depois de ter tirado da frente a parte mais burocrática, vou investir um bom tempo nesta análise ao falar tanto do gameplay de Sonic Superstars como seu game design. Pois aqui, temos decisões que efetivamente mudam o conceito base de Sonic.

Ao iniciar pelo design de suas fases, eu fiquei muito surpreso. Cada uma das etapas foram massivamente expandidas. É comum termos plataformas escondidas e até caminhos diferentes em uma mesma fase. No entanto, aqui temos muitas opções para todos os lados. As possibilidades são inúmeras e isso incentiva o jogador a explorar cada centímetro dela.

Quem conhece a franquia, sabe que podemos fazer as fases em questão de poucos minutos. Contudo, era comum eu passar de 10 minutos em cada fase. Simplesmente tinha muito a ser visto e a exploração se tornava natural.

E claro, tenho que pontuar que existe uma verticalidade na exploração. Ou seja, temos caminhos que poderão variar muito do tipo de desafio caso esteja mais para baixo ou para cima. Ao tentar seguir uma rota teoricamente mais segura, você poderá desviar de um cenário mais pesado como água, cavernas, areia movediça e mais.

Por fim, existem diversas influências de momentos de inúmeros jogos da história do mercado. Eu vi diversas inspirações em jogos como Breakout e pac man ou então estilos como bullet hell e Shoot ’em up. Essa variação sempre trazia desafio e frescor a cada nova fase.

Quatro personagens, quatro possibilidades

Concomitantemente com essa exploração, temos os quatro personagens. Embora eles não tenham nenhuma modificação em sua forma base, eles exploram esses cenários de forma diferente.

O Sonic é o clássico ouriço azul veloz que pula. Tails tem a possibilidade de voar por um tempo podendo chegar a lugares mais altos. Já Knuckles, pode escalar paredes assim como planar por um tempo. Por fim, temos a Amy que tem o salvador pulo duplo.

Tanto as fases, como os poderes de escudo e os novos poderes das esmeraldas são o mesmo entre os personagens. Ou seja, teoricamente eles apenas enriquecem as formas em que cada uma das fases podem ser exploradas.

No entanto, eu não cheguei a sentir uma diferença brutal entre eles e isso é bom. Por exemplo, Knuckles e Tails tem uma facilidade natural de se locomover e explorar áreas. Contudo, eles acabam ficando mais vulneráveis e a velocidade é diminuída.

Do outro lado temos Sonic com uma experiência equilibrada e Amy como um pulo duplo salvador. No caso, a Amy eu considerei como “modo fácil”. Isso explicarei mais a frente.

Fases especiais e poderes de esmeralda

Agora eu quero abordar as novidades de mecânicas que Sonic Superstars traz. A primeira são os poderes de esmeralda.

Cada vez que você pega uma nova esmeralda, ganha um poder. Os poderes são bem interessantes e criativos e podem ou limpar um cenário como ajudar a na mobilidade. Felizmente, seu uso é limitado e eles não quebram a experiência. Por muitas vezes eu simplesmente seguia sem utilizá-los e quando havia necessidade, eu ganhava um respiro no momento.

Algo que achei legal também é que alguns poderes dão um indicativo de serem usados em certos momentos. Por exemplo, existe a possibilidade de ver itens e plataformas escondidas. Mas quando devemos utilizar ele? Isso o jogo te dirá.

Adicionalmente, o jogo possui as clássicas fases especiais. Uma marca registrada da franquia. Desconsiderando alguns momentos muito específicos, nós temos dois tipos de fases predominantes.

A primeira é quando passa pelo checkpoint. Caso tenha moedas o suficiente (cerca de 50), poderá embarcar numa fase bônus muito similar ao que víamos em Sonic 1. Você ficará em uma área limitada rodando enquanto deve pegar as moedas. O interessante é que a fórmula datada evolui muito com novos botões que mudam completamente a fase abrindo novas possibilidades.

Já o segundo estágio especial é para pegar a esmeralda do caos. Ao entrar em um anel amarelo grande, você entrará em um espaço dimensional onde deverá se projetar em plataformas de pulo, bolas para se lançar e aceleradores. Tudo isso deve ser feito para perseguir e se aproximar da esmeralda.

Embora seja diferente, ele lembra os princípios que víamos no estágio especial de Sonic CD.

Dificuldade nunca antes vista

E bem, após rasgar elogios ao jogo, chegou a hora de falar da maior de todas as mudanças: sua dificuldade.

Em um jogo de Sonic, é normal você ter que decorar padrões dos inimigos, assegurar sua vida catando anéis e penar um pouco contra os chefes. No entanto, em Sonic Superstars a dificuldade foi elevada para outro nível.

Antes de mais nada esqueça por vez as vidas que eram seu limitador nas tentativas. Aqui você pode morrer mil vezes sem perder seu progresso. Com isso em mente, e com as fases mais amplas e complexas, você irá se deparar com inúmeras armadilhas e caminhos sinuosos onde morrerá por diversas vezes.

Mas nada disso chega aos pés dos chefes. Embora não sejam todos super difíceis, muitos chefes são extremamente complexos e contam com diversas etapas e padrões. Após se acostumar com um padrão, você será apresentado a um novo e quase sempre morrerá. De um lado eu amei o design dos chefes e a dificuldade apresentada.

É muito legal ver a adrenalina e desespero batendo ao mesmo tempo e poder gritar após superar um chefe sádico.

Por outro lado, essa barreira de entrada pode ser um problema para os jogadores mais casuais. Agora, lembra que mencionei que eu elegi a Amy como a personagem de jogar no modo fácil? Pois bem, não existe uma opção de dificuldade no jogo. Cada personagem possui seus pontos fortes e fracos e cabe a você entender os padrões para se sair bem.

Entretanto, eu tive uma maior facilidade em progredir com a Amy em pontos críticos por causa do seu pulo duplo. Embora tenha acontecido poucas vezes, eu tive alguns momentos que achei que o desafio estava desbalanceado.

Extras

E chegando ao fim desta análise, quero abordar os extras que Sonic Superstars possui. Além do modo campanha existe o modo de batalha e contra o tempo.

O contra o tempo é bem direto ao ponto. Você escolherá uma das muitas fases que podem ser jogadas e tentará chegar ao seu fim o mais rápido possível. Existe um placar online para comparar os tempos dos jogadores. Aqui é uma opção bem tradicional.

Já por outro lado temos o modo de batalha que achei uma adição inesperada e interessante. Eu certamente já mencionei ao longo desta análise que é possível pegar moedas. Essas moedas servem para entrar na loja e comprar peças de robôs. Essas peças servem para customizar o seu robô neste modo.

Esse modo, que pode ser jogado tanto online como offline e com amigos também, é uma espécie de party game onde você deverá concluir algum objetivo. Pode ser algo focado no combate direto, em ser o mais rápido ou até coletar algum tipo de item.

Devo confessar que o modo não me atraiu muito, mas é uma adição interessante onde pode melhorar suas habilidades e competir contra várias pessoas ao mesmo tempo.

Por fim, existe a opção de multijogador. Eu infelizmente só pude fazer um rápido teste com uma pessoa, mas pude perceber que a câmera foca no personagem mais rápido assim como a câmera se afasta um pouco. Adicionalmente, os anéis obtidos são individuais, o que dá uma certa autonomia aos jogadores.

Conclusão

Resumindo, eu simplesmente amei Sonic Superstars. Fazia muito tempo que eu buscava um novo Sonic para superar o excelente Sonic Generations lançado em 2011 e finalmente isso aconteceu. Temos aqui um primor de jogo que aprendeu não apenas com sua história, mas com diversos jogos que foram lançados ao longo da última década.

Ele realmente irá desafiar todos os jogadores e deixará os nervos à flor da pele. Mas ao mesmo tempo, a sensação de passar de um grande desafio é indescritível. Aqui a Sonic Team arriscou e acertou em cheio.

No entanto tenho que fazer um alerta: temos agora um jogo que é bem difícil e isso pode afastar o público mais casual. Isso está longe de ser algo negativo, mas é necessário fazer essa ressalva.

Essa análise de Sonic Superstars segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Uma revolução dentro da franquia

Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 9
Diversão - 9.5
Áudio e trilha-sonora - 10

9.6

obra de arte

Sonic Superstars realmente irá desafiar todos os jogadores e deixará os nervos a flor da pele. Mas ao mesmo tempo, a sensação de passar de um grande desafio é indiscritível. Aqui a Sonic Team arriscou e acertou em cheio com as modificações trazidas. Adicionalmente, os visuais, trilha sonora e game design são fabulosos. No entanto tenho que fazer um alerta: temos agora um jogo que é bem difícil e isso pode afastar o público mais casual. Isso está longe de ser algo negativo, mas é necessário fazer essa ressalva.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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