Mainframes é um jogo indie que passou despercebido por muitos, mas merece a atenção de qualquer fã de plataformas desafiadores e quebra-cabeças inteligentes. Com uma proposta única e um nível de desafio que exige tanto raciocínio quanto habilidade, o jogo promete prender a atenção de quem busca uma experiência desafiadora.
Nesta análise, vamos explorar tudo o que Mainframes tem a oferecer e entender por que ele pode ser uma excelente escolha para quem gosta de testar seus limites em mecânicas bem elaboradas.
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História e Ambientação
Mainframes aposta em uma narrativa simples, mas bem integrada à sua ambientação. O jogo transporta o jogador para os primórdios da computação, remetendo à década de 90 com uma estética inspirada nos primeiros sistemas operacionais, como versões antigas do Windows e do Linux. Você assume o papel de um pequeno disquete, um programa perdido dentro de um vasto mainframe, que precisa encontrar seu propósito e uma forma de escapar desse sistema interconectado.
A estrutura do jogo é dividida em oito mundos distintos, cada um representando um computador diferente conectado ao mainframe central. Durante a jornada, outros programas interagem com o protagonista, oferecendo dicas e contribuindo para a construção do universo do jogo. Há até referências bem-humoradas, como a menção a um “grande reset de cinco minutos” e a presença de um pinguim logo no início – uma clara alusão ao sistema Linux.
Visualmente, Mainframes adota um estilo minimalista, mas funcional, com cores simples que mudam para indicar desafios e perigos. O jogo é composto por pequenos cenários, onde cada fase apresenta um novo desafio de plataforma e quebra-cabeça, reforçando a proposta do game de unir ambientação e mecânica de maneira inteligente e cativante.
Já falando da parte sonora de Mainframes, ele segue a mesma proposta minimalista, reforçando a imersão dentro desse universo digital retrô. A trilha é composta por sons eletrônicos sutis, simulando o funcionamento do sistema, além de efeitos sonoros que remetem ao barulho de disquetes em operação, reforçando a identidade do protagonista. Os efeitos de pulo e interação também seguem essa estética simples, mas bem encaixada, complementando a experiência sem exageros.
Gameplay
O gameplay de Mainframes é, sem dúvidas, o ponto mais alto da experiência, elevando a proposta de um jogo de plataforma para algo muito mais desafiador e estratégico. À primeira vista, ele se apresenta como um tradicional jogo de plataforma 2D, mas rapidamente revela sua verdadeira identidade: um quebra-cabeça de alto nível que exige precisão, planejamento e raciocínio lógico.
A jogabilidade parte de um conceito simples. O protagonista, um pequeno disquete, possui apenas a habilidade de pular, com a possibilidade de uma leve extensão do salto no ar. No entanto, essa mecânica básica é apenas o ponto de partida para um sistema de desafios que evolui constantemente. O jogo emula uma rede de computadores antiga, onde diferentes janelas se abrem e interagem entre si. E é justamente essa mecânica de manipulação de janelas que define os desafios principais. Inicialmente, o jogador apenas pula entre essas janelas, mas logo ganha a habilidade de movê-las, exigindo posicionamento estratégico para alcançar plataformas e resolver obstáculos.
Com o tempo, novas mecânicas vão sendo adicionadas, tornando o jogo cada vez mais complexo. Algumas janelas começam a se expandir e retrair conforme o jogador se movimenta, exigindo um controle preciso do espaço e do tempo. Em seguida, entram em cena comandos especiais, onde certos saltos só podem ser executados uma única vez, forçando o jogador a calcular cada movimento com exatidão. Além disso, Mainframes inclui colecionáveis que funcionam como pequenos “trabalhadores virtuais”, servindo tanto como desafios extras quanto como elementos que enriquecem a ambientação.
A estrutura das fases também traz momentos de exploração, com pequenas bifurcações e caminhos alternativos, aproximando-se levemente da lógica de um metroidvania. O jogador precisa escolher se avança para determinada área ou retorna para explorar novos desafios, aumentando a sensação de liberdade dentro do universo do jogo.
O nível de dificuldade é alto e implacável, colocando Mainframes na categoria dos jogos de plataforma mais desafiadores disponíveis. A cada novo mundo dentro do mainframe, a mecânica se expande e surpreende, exigindo cada vez mais do jogador. O design das fases frequentemente apresenta caminhos enganosos, induzindo o jogador a pensar de forma mais criativa para encontrar a solução correta.
No geral, Mainframes é uma experiência brilhante para quem aprecia desafios de plataforma e quebra-cabeças exigentes. A combinação de uma mecânica simples com camadas de complexidade crescente faz dele um jogo obrigatório para fãs do gênero.
Vale adicionar que também testamos o jogo no Steam Deck onde apresentou uma experiência impecável a 60 fps.
Conclusão
Mainframes é um jogo que equilibra simplicidade estética com complexidade mecânica de forma brilhante. Seu visual minimalista e sua trilha sonora discreta se encaixam perfeitamente na proposta de simular um ambiente de computador antigo, reforçando a ambientação retrô de maneira sutil, porém eficaz. No entanto, essa simplicidade visual contrasta diretamente com a profundidade e a dificuldade do gameplay.
O jogo se destaca por apresentar desafios que evoluem constantemente, impedindo que qualquer mecânica fique obsoleta ou repetitiva. Cada nova fase introduz elementos que transformam a forma como o jogador precisa interagir com o cenário, exigindo raciocínio rápido, precisão e adaptação. Muitas vezes, o jogo força o jogador a parar, analisar a situação e testar abordagens diferentes para superar os obstáculos.
Dito isso, Mainframes não é um jogo para qualquer um. Ele exige paciência e gosto por desafios complexos, sendo indicado principalmente para aqueles que apreciam plataformas e quebra-cabeças de alto nível. Para quem busca uma experiência acessível e casual, talvez não seja a melhor opção. Mas, para os fãs do gênero que gostam de testar seus limites e encarar desafios criativos e inovadores, o jogo se torna uma recomendação essencial.
Essa análise de Mainframes segue nossas diretrizes internas. Confira aqui nosso processo de avaliação.
Encantador e desafiador
Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 10
Diversão - 8.5
Áudio e trilha-sonora - 8
8.6
Ótimo
Mainframes não é um jogo para qualquer um. Ele exige paciência e gosto por desafios complexos, sendo indicado principalmente para aqueles que apreciam plataformas e quebra-cabeças de alto nível. Para quem busca uma experiência acessível e casual, talvez não seja a melhor opção. Mas, para os fãs do gênero que gostam de testar seus limites e encarar desafios criativos e inovadores, o jogo se torna uma recomendação essencial.