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Análise: The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered

Salve o mundo da devastação iminente

Lançado originalmente em 2006 para PlayStation 3, Xbox 360 e PC, The Elder Scrolls IV: Oblivion rapidamente se estabeleceu como um marco definidor nos RPGs ocidentais, um feito coroado com o título de Jogo do Ano. O seu reconhecimento não foi fortuito: o jogo introduziu avanços significativos em relação ao seu predecessor, lançando as fundações que seriam posteriormente refinadas no aclamado Skyrim. Agora, quase duas décadas volvidas, Oblivion ressurge numa versão remasterizada que ambiciona ir além de um simples aumento de resolução. Apresenta uma profunda reformulação gráfica, incluindo a modelagem de personagens, visando corresponder às expectativas da geração atual de jogadores. Contudo, impõem-se as questões essenciais: esta remasterização honra devidamente o legado do original? E conseguirá ela satisfazer os fãs de longa data? Nesta análise, examinamos em detalhe esta nova versão para responder a estas perguntas cruciais.

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Os Portões de Oblivion Foram Abertos

A história de The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered começa de forma misteriosa: seu personagem está preso, sem que seja revelado o motivo de sua prisão. No entanto, sua cela não é comum. Ela foi projetada como uma rota de fuga secreta, usada em situações emergenciais. Coincidentemente, é justamente por ali que o imperador Uriel Septim e seus guardas decidem passar para escapar de uma ameaça iminente. O protagonista acaba acompanhando o grupo, mesmo em meio à desconfiança inicial dos guardas.

Durante este escape tenso, o Imperador partilha uma visão profética: o prisioneiro está destinado a selar os portões dimensionais de Oblivion e salvar o reino de Tamriel. Sentindo a morte aproximar-se, Uriel Septim confia ao protagonista a missão crucial de entregar o Amuleto dos Reis ao seu herdeiro desaparecido. Esta tarefa transcende o destino individual, tornando-se fundamental para o futuro de todo o Império.

A narrativa central do jogo é solidamente estruturada, apresentando uma progressão clara e cativante. O foco reside nos esforços para impedir que Mehrunes Dagon, o antagonista principal, concretize sua invasão a Tamriel através dos portais de Oblivion. No entanto, é no vasto leque de histórias secundárias que Oblivion demonstra uma riqueza particular. As missões paralelas não só expandem significativamente o universo do jogo, como frequentemente exibem uma qualidade narrativa equiparável à da campanha principal.

Ao longo da aventura, o jogador tem a oportunidade de interagir com diversas facções, como as Guildas dos Magos e dos Lutadores, desvendar mistérios complexos (inclusive infiltrando-se como prisioneiro), envolver-se em intrigas políticas e prestar auxílio a reinos menores em circunstâncias específicas. Esta diversidade confere profundidade ao mundo de jogo e acentua a relevância das escolhas e ações do jogador.

Distintamente de Skyrim, onde a trama principal pode ser facilmente postergada em favor de atividades alternativas, Oblivion sustenta um senso de urgência constante. A ameaça iminente representada pelos portões abertos serve como um motivador para que o jogador permaneça engajado com a narrativa central.

Tradição com Algumas Limitações

O gameplay de The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered mantém-se fiel à experiência original de 2006. Para os fãs mais nostálgicos, isso pode soar como um ponto positivo, mas vale destacar que o remaster não trouxe melhorias significativas nesse aspecto. A jogabilidade segue funcional e sólida, mas carece de otimizações modernas que poderiam ter deixado a experiência mais fluida.

O jogador mantém a capacidade de alternar entre as perspectivas de primeira e terceira pessoa, uma característica padrão da franquia The Elder Scrolls. Desde os momentos iniciais, é necessário definir a classe do personagem e outras características fundamentais, uma decisão que influencia diretamente o estilo de jogo predominante ao longo da aventura. Este sistema contrasta marcadamente com a abordagem de Skyrim, onde o desenvolvimento de habilidades ocorre de forma mais orgânica e flexível. Em Oblivion, o foco numa progressão mais direcionada pode ser mais atraente para jogadores que preferem estabelecer uma identidade de personagem clara desde o princípio.

Durante a jornada, diversas abordagens são viáveis: combate direto, furtividade, o emprego de magias ou uma combinação destas táticas. A variedade inerente às mecânicas permite que o jogador adapte seu estilo conforme a preferência pessoal – por exemplo, privilegiando uma estratégia furtiva com ataques à distância utilizando arco e flecha.

A evolução do personagem em Oblivion está intrinsecamente ligada ao uso contínuo das habilidades consideradas principais para a classe escolhida. Ou seja, a proficiência em habilidades como Arquearia, Furtividade ou Destruição aumenta com a sua utilização frequente. Este avanço nas habilidades principais é o que determina a progressão de nível do personagem; o nível só aumenta após um número suficiente destas habilidades ser aprimorado. Tal sistema exige que o jogador considere estrategicamente suas ações, de modo a não dispersar pontos de experiência em habilidades secundárias que não contribuem diretamente para o avanço da classe selecionada.

Além disso, atributos como Força, Inteligência e Agilidade podem ser aprimorados a cada novo nível, oferecendo benefícios como aumento de dano, capacidade mágica ou eficácia furtiva. Essa estrutura incentiva um planejamento cuidadoso desde os primeiros momentos, principalmente para quem busca uma build eficiente ou um personagem especializado.

Oblivion também apresenta cenários específicos que demandam adaptação estratégica, como missões de infiltração, sequências de perseguição e emboscadas por membros de cultos, quebrando a rotina do combate convencional. Essa diversidade contribui para dinamizar a experiência, ainda que as soluções nem sempre sejam inovadoras.

Um ponto que merece crítica é a repetição das seções dentro dos portões de Oblivion. Embora existam variações pontuais, a estrutura é bastante similar: subir torres, enfrentar inimigos e coletar o item que mantém o portal aberto. Com o tempo, esse ciclo tende a se tornar previsível.

Gráficos e Áudio

Indiscutivelmente, a apresentação visual constitui o ponto mais forte de The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered. Distanciando-se de muitas remasterizações que se limitam a um aumento de resolução, este projeto evidencia um trabalho de renovação visual consideravelmente mais profundo. Os modelos de personagens foram reconstruídos, as texturas foram atualizadas, o sistema de iluminação foi aprimorado e múltiplos elementos dos cenários foram redesenhados, visando uma melhor integração com as capacidades da atual geração de hardware.

Uma comparação direta com a versão original de 2006 revela a magnitude do salto gráfico alcançado. Embora o resultado não se equipare ao patamar visual expectável para um futuro The Elder Scrolls VI, esta remasterização excede significativamente o mínimo que se poderia esperar. Os ambientes – incluindo florestas, cidades e masmorras – exibem agora uma beleza notável, com maior densidade de detalhes e uma atmosfera mais rica. Certos personagens também beneficiaram de atualizações substanciais, apresentando expressões faciais e traços consideravelmente mais definidos.

No entanto, há inconsistência entre os modelos. Alguns personagens, especialmente os de raças como Orcs, apresentam traços visuais estranhos, com proporções de boca e dentes que destoam do restante do elenco. Esses casos pontuais quebram um pouco da imersão visual, mas não comprometem a experiência como um todo.

Vale reforçar que, por se tratar de um remaster e não de um remake, existem limitações técnicas herdadas do jogo original. Ainda assim, o resultado é impressionante, especialmente quando comparado ao que o título entregava em 2006.

O áudio também foi retrabalhado e o resultado é igualmente positivo. A trilha sonora permanece a mesma, mas os arranjos foram remasterizados, entregando maior clareza e profundidade. Sons ambientes foram otimizados para oferecer uma experiência mais imersiva. Os diálogos também se beneficiaram de uma melhoria na qualidade do áudio, como as vozes mais limpas.

A Flecha no Joelho do Remaster

Se os gráficos são o destaque positivo de The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered, o desempenho infelizmente aponta na direção contrária. No momento da produção desta análise, a atualização de otimização para o PlayStation 5 ainda não foi disponibilizada, o que impacta diretamente a fluidez da experiência.

Durante os testes realizados no PS5, constatou-se uma instabilidade recorrente na taxa de quadros por segundo. Estas quedas comprometem a jogabilidade em momentos cruciais, como combates e exploração, e afetam até mesmo a navegação básica na interface. A abertura do menu de pausa, por exemplo, exibe uma latência notável, gerando uma sensação de lentidão que se reflete em outras funcionalidades, como o mecanismo de avanço temporal do jogo.

No Xbox, após atualizações recentes, o desempenho se mostra mais estável, com taxa de quadros mais consistente. Contudo, essa melhora ainda não se estendeu para todas as plataformas.

Adicionalmente, um número considerável de bugs presentes na versão original de 2006 persiste nesta remasterização, e alguns deles possuem o potencial de atrapalhar diretamente a progressão do jogador. Logo no início da campanha, por exemplo, um bug impediu que um dos guardas da missão principal acompanhasse o protagonista, fazendo com que o jogador precise descobrir por conta própria o que fazer para avançar, sem qualquer orientação. Outro caso relatado foi o de um portão de Oblivion que não surgiu, mesmo com a indicação correta no mapa, forçando uma busca por soluções alternativas para não comprometer o progresso no salvamento.

Apesar desses problemas técnicos, Oblivion Remastered ainda oferece uma experiência sólida — mas com ressalvas importantes. O jogador precisa estar ciente de que o título, mesmo com sua nova apresentação visual, ainda carrega falhas estruturais que deveriam ter sido corrigidas em um relançamento deste porte.

Conclusão da análise de The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered

The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered entrega um pacote visual e sonoro que respeita o legado do jogo original e, ao mesmo tempo, o traz para um novo público com uma qualidade que vai além do esperado para um remaster. Os gráficos foram efetivamente refeitos, com cenários deslumbrantes e muitos modelos de personagens atualizados, enquanto o áudio recebeu um tratamento cuidadoso, com trilha sonora remasterizada e melhorias notáveis na ambientação e nas vozes.

A narrativa principal continua sendo um dos pontos fortes da experiência, com uma história envolvente que cria senso de urgência e conduz bem o jogador através do conflito contra as forças de Oblivion. As missões secundárias também continuam sendo destaque, com enredos bem construídos e variados, reforçando o apelo de exploração de Tamriel. O gameplay, mesmo mantendo a base original de 2006, ainda se mostra funcional e com boas possibilidades de abordagem, seja por combate direto, furtividade ou uso de magias. A variedade de situações enfrentadas e o sistema de evolução baseado em escolhas reforçam a liberdade típica da série.

Por outro lado, o remaster deixa a desejar em aspectos técnicos. O desempenho no PlayStation 5 está abaixo do ideal, com quedas de FPS e lentidão na navegação por menus. Além disso, diversos bugs antigos continuam presentes e, em alguns casos, afetam diretamente a progressão da campanha. Esses pontos comprometem a experiência, principalmente para quem esperava uma entrega mais refinada em termos de estabilidade.

No geral, Oblivion Remastered é uma ótima oportunidade de reviver — ou conhecer — um clássico, agora com visual renovado e áudio aprimorado.

Essa análise/review de The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.

Clássico com uma roupagem moderna

Visual, ambientação e gráficos - 9
Jogabilidade - 6
Diversão - 7
Áudio e trilha-sonora - 10
Narrativa - 10

8.4

Ótimo

Oblivion Remastered resgata com competência um clássico importante da Bethesda, oferecendo gráficos renovados e áudio remasterizado que atualizam bem a experiência original. A narrativa continua envolvente e o gameplay mantém sua variedade e liberdade. No entanto, falhas de desempenho e bugs não resolvidos comprometem parte da jornada, mostrando que, embora o visual tenha evoluído, a base técnica ainda precisa de ajustes.

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Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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