Análise: Towa and the Guardians of the Sacred Tree
Ideal até para quem não gosta de roguelite

E se Hades fosse ambientado no Japão antigo? Towa and the Guardians of the Sacred Tree parte exatamente dessa premissa. Contudo, em vez da jornada de um filho em busca da liberdade, aqui acompanhamos a missão de Towa, uma sacerdotisa que, ao lado de seus oito guardiões, deve enfrentar o exército de Magatsu para salvar sua aldeia.
Para descobrir o que torna este roguelite uma proposta tão distinta, continue a leitura de nossa análise.
Aproveite e compre Towa and the Guardians of the Sacred Tree em nossa parceira Nuuvem
Uma batalha pela paz
A trama de Towa and the Guardians of the Sacred Tree acompanha Towa, a sacerdotisa da aldeia de Shinju, em sua missão de confrontar as forças de Magatsu, um exército de criaturas corrompidas que ameaça devastar suas terras. Para essa tarefa, ela conta com a proteção de oito guardiões leais.
A narrativa, no entanto, começa com uma reviravolta. Após um ritual de purificação dar errado, os guardiões desaparecem da realidade de Towa, e o mundo é dividido em duas dimensões paralelas. Em uma, a sacerdotisa existe sozinha; na outra, seus companheiros permanecem vivos. Assumindo uma forma espiritual, Towa deve se comunicar através das realidades para guiar seus guardiões até a vitória definitiva contra Magatsu.
A jornada é enriquecida pelo carisma do elenco. Durante as missões, pausas em acampamentos permitem interações entre os dois guardiões escolhidos, aprofundando seus laços e personalidades. Diferente de Hades, que revela sua trama de forma gradual, aqui os principais arcos da história são entregues em blocos, após a derrota de cada chefe principal.

Um roguelite diferente dos outros
A jogabilidade de Towa and the Guardians of the Sacred Tree se destaca por seu sistema de controle duplo. Em cada incursão, você escolhe dois guardiões: o Tsurugi, focado em combate corpo a corpo, e o Kagura, especializado em magias de suporte.
O desafio está em controlar ambos simultaneamente. Com o R1, você desfere os ataques do Tsurugi, que pode alternar entre duas espadas com um “saque rápido” (Triângulo). As magias do Kagura são ativadas com L2 e R2. Ações como a esquiva (L1) e um golpe poderoso chamado “Fatal Blow” (Quadrado) completam o arsenal de movimentos. Essa combinação de comandos exige que o jogador enfrente hordas de inimigos e chefes que espreitam em cada fase.

A estrutura das missões segue um formato familiar aos fãs de Hades: você avança por áreas que se dividem em caminhos, cada um com recompensas distintas. Elas surgem como habilidades passivas que aumentam dano, resistência ou adicionam efeitos elementares, como raios e chamas. Cada melhoria é direcionada a uma ação específica, seja a espada principal, a secundária, a magia do Kagura, o “Fatal Blow” ou a esquiva. Pelo caminho, você também encontrará fogueiras para descansar, fontes para recuperar vida e barracas de comida que concedem bônus temporários.
No entanto, o jogo se mostra menos punitivo que outros do gênero ao adotar uma progressão por fases, em vez de exigir uma única campanha contínua. Basta completar o estágio atual para avançar. Mas não se engane: a tarefa está longe de ser fácil. Cada fase contém múltiplas áreas e culmina em batalhas contra chefes variados, que vão desde criaturas da mitologia japonesa, como um Kappa, até seres de aparência quase alienígena.

Fique mais forte a cada derrota
Em Towa and the Guardians of the Sacred Tree, a derrota nunca é o fim, mas sim um novo começo. O jogo recompensa cada tentativa com itens que financiam melhorias permanentes. Um desses recursos permite comprar esferas de bônus, que podem ser equipadas nos guerreiros para ampliar o ataque, aumentar a vitalidade, entre outros efeitos. Com isso, você sempre inicia a próxima incursão mais forte do que antes.
Além disso, pontos de habilidade, adquiridos com outro tipo de recompensa, servem para aprimorar atributos base como dano, velocidade, a eficácia da esquiva e a recuperação de energia para o “Fatal Blow”. O jogo também oferece vantagens passivas para comprar, como maior cura nas fontes ou a valiosa habilidade de reviver uma vez por missão.
Para quem busca um aumento direto no poder de fogo, há um sistema de forja de espadas. A criação de armas é feita por meio de um minigame que influencia diretamente seu dano e durabilidade. Embora seja uma mecânica interessante no início, sua repetição pode se tornar cansativa. Felizmente, os desenvolvedores incluíram a opção de automatizar o processo, uma decisão inteligente que agiliza a preparação para as próximas batalhas.
O conjunto desses sistemas cria um ciclo de progressão extremamente gratificante. A sensação de evolução é constante e transforma a frustração de uma falha em um incentivo claro para tentar novamente, tornando cada retorno à aldeia um passo concreto em direção à vitória.

Gráficos e áudio
Visualmente, Towa and the Guardians of the Sacred Tree adota uma charmosa estética de anime. Embora a base seja estilizada, a execução é primorosa: os personagens são repletos de carisma e possuem designs distintos, enquanto os cenários se destacam pela riqueza de detalhes e por uma beleza singular. A direção de arte demonstra um cuidado notável, criando um mundo imersivo e vibrante. Essa atenção se estende aos inimigos, que são variados, e aos chefes, que apresentam conceitos únicos, como um surpreendente Kappa musculoso.
No departamento sonoro, o jogo brilha com igual intensidade. A paisagem sonora é rica, com sons ambientes que dão vida aos cenários e efeitos que se destacam com clareza durante o combate. O maior trunfo, contudo, é a sua trilha sonora memorável, composta por Hitoshi Sakimoto, a mente por trás das aclamadas músicas de clássicos como Final Fantasy Tactics e Final Fantasy XII.

Conclusão da análise de Towa and the Guardians of the Sacred Tree
Towa and the Guardians of the Sacred Tree se afirma como um roguelite competente e extremamente recompensador. Seu principal diferencial, o controle simultâneo de dois personagensm, oferece um combate dinâmico que, apesar de exigir adaptação, se mostra profundo e gratificante. O ciclo de progressão, que transforma cada derrota em um avanço tangível, é o que sustenta a experiência a longo prazo, incentivando o jogador a persistir.
Ainda que não reinvente as fundações do gênero e tropece em pequenas decisões de design, como o repetitivo minigame de forja, suas qualidades se sobressaem. A direção de arte primorosa e a trilha sonora memorável criam uma atmosfera cativante que eleva cada incursão.
No final, Towa and the Guardians of the Sacred Tree é uma recomendação sólida. Trata-se de uma aventura desafiadora e polida, ideal para fãs de roguelites que buscam um sistema de evolução claro e um desafio bem equilibrado.

Essa análise de Towa and the Guardians of the Sacred Tree segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
Um dos melhores roguelites da atualidade
Visual, ambientação e gráficos - 9
Jogabilidade - 9
Diversão - 9
Áudio e trilha-sonora - 9
Narrativa - 9
9
Maravilhoso
Towa and the Guardians of the Sacred Tree é um roguelite sólido, com boa progressão e jogabilidade diferenciada com dois personagens, apesar de algumas escolhas repetitivas que podem cansar.





