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Análise: Steel Seed

Sci-fi e sabres de luz!

Da equipe que trouxe Close to the Sun, Steel Seed chega como uma ambiciosa proposta no gênero de ação sci-fi. O título apresenta claras influências da aclamada franquia Star Wars, especialmente em sua jogabilidade que remete à série Jedi Fallen Order. Nossa análise detalhada revela as virtudes e desafios desta nova aventura futurista.

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Um mundo dominado por robôs

Em um futuro devastado por uma catástrofe global, a humanidade encontra-se à beira da extinção. Em um último ato de desespero, um cientista transforma parcialmente sua filha em androide, numa tentativa desesperada de salvá-la. Esta é Zoe, que desperta em um mundo pós-apocalíptico onde as máquinas reinam supremas.

Logo em seu despertar, Zoe encontra Koby, um pequeno droide carismático designado como seu auxiliar. Desorientada e em busca de respostas sobre seu passado, ela inicia uma jornada pela sobrevivência neste mundo hostil.

A narrativa se desenvolve principalmente através dos diálogos entre Zoe e Koby. Embora outros personagens surjam ao longo da história, a sensação de isolamento permanece constante. A protagonista, infelizmente, carece de uma personalidade distintiva, apresentando características já familiares que remetem a outros personagens do gênero, tornando sua presença previsível e pouco memorável.

Gráficos e áudio

A apresentação visual de Steel Seed merece uma análise cuidadosa. Embora o jogo não apresente gráficos ultra-realistas ou texturas de última geração, sua proposta visual se adequa ao estilo pretendido. No entanto, um problema significativo compromete a experiência: a iluminação excessivamente escura do ambiente.

O tratamento das sombras apresenta um problema peculiar de design. A escuridão parece intrinsecamente ligada às estruturas do cenário, criando uma simbiose problemática que persiste mesmo com ajustes de brilho na tela. Esta característica dificulta severamente a diferenciação entre elementos básicos do cenário – solo, buracos e degraus se confundem em uma massa indistinta. Como resultado, quedas acidentais são frequentes, e segmentos que exigem deslizamento e saltos precisos tornam-se exercícios de tentativa e erro, pela ausência de referências visuais claras.

O sistema de iluminação depende principalmente de fontes indiretas, como o brilho refletido em armaduras e pontos de luz esparsos pelo cenário. Mesmo Koby, equipado com uma lanterna, não consegue cumprir adequadamente sua função de iluminar o caminho, pois sua luz instável e tremulante mais confunde do que auxilia na navegação.

Quanto ao aspecto sonoro, a produção se mantém em um patamar mediano. A dublagem em inglês, embora competente, não apresenta momentos memoráveis. A trilha sonora segue pelo mesmo caminho: funcional, mas sem deixar uma impressão duradoura, permitindo que os efeitos sonoros ambientais assumam o protagonismo da experiência auditiva.

Jogabilidade e combate

Steel Seed se apresenta como um título de ação e aventura que combina elementos de plataforma, escalada e combate em tempo real. O sistema de combate é fundamentado no clássico padrão de ataque e esquiva, mas com um desequilíbrio notável: enquanto Zoe sucumbe com apenas três golpes, seus adversários demonstram uma resistência desproporcional.

O conjunto de movimentos da protagonista segue uma configuração tradicional: esquiva (círculo), salto (X), ataque rápido (quadrado) e ataque pesado (triângulo). A presença de Koby possui seu sistema de tiro, que oferece diferentes tipos de munição e traz consigo diversidade no combate. No entanto, essa versatilidade é prejudicada pela necessidade de alternar munições em tempo real, criando momentos de vulnerabilidade arriscados durante os confrontos.

O desenvolvimento do personagem revela-se aquém das expectativas. A progressão de Zoe é notavelmente limitada, com o sistema de combate mantendo-se praticamente inalterado ao longo da aventura. A única variação significativa vem através das diferentes munições de Koby, que, embora interessantes, não compensam totalmente a falta de evolução nas habilidades da protagonista.

O jogo implementa elementos de furtividade que permitem abordagens mais estratégicas. Zoe pode se ocultar em vegetação cibernética ou usar coberturas do cenário para executar eliminações silenciosas. Koby também contribui para essa dinâmica, podendo reconhecer a área, marcar inimigos e manipular elementos do ambiente, como caixotes suspensos ou explosivos, para eliminar adversários. Contudo, a inteligência artificial dos robôs inimigos apresenta inconsistências, detectando os protagonistas de forma imprevisível e, por vezes, ilógica.

Os segmentos de plataforma sofrem significativamente com os já mencionados problemas de iluminação. Se em áreas bem iluminadas a navegação flui naturalmente, nas seções mais escuras a progressão torna-se um exercício de frustração. A situação é agravada pela falta de precisão nos controles em plataformas estreitas, resultando em quedas frequentes e indesejadas.

Conclusão da análise de Steel Seed

Steel Seed apresenta uma premissa intrigante: um mundo futurista onde tecnologia e emoções humanas se entrelaçam em uma narrativa pós-apocalíptica. Embora o conceito seja promissor, sua execução revela fragilidades significativas. A relação entre Zoe e Koby busca estabelecer uma conexão emocional com o jogador, mas a falta de profundidade na caracterização da protagonista compromete o impacto dramático da história, especialmente considerando o foco narrativo em um elenco reduzido.

A direção visual do jogo, embora ambiciosa em sua proposta sombria e atmosférica, tropeça em sua própria escuridão. Os cenários excessivamente escuros não apenas prejudicam a apreciação artística, mas também comprometem aspectos fundamentais da jogabilidade. A navegação torna-se particularmente problemática nos segmentos de plataforma, onde a distinção entre caminhos seguros e armadilhas se perde na penumbra mal calibrada.

O sistema de combate apresenta fundamentos sólidos, com uma mecânica que integra ataques corpo a corpo e o suporte à distância de Koby. No entanto, o desenvolvimento limitado das habilidades de Zoe e o desequilíbrio na dificuldade – com inimigos extraordinariamente resistentes contra uma protagonista vulnerável – transformam os embates em experiências mais exasperantes que estimulantes. A mecânica de furtividade, que poderia oferecer uma alternativa de abordagem, acaba prejudicada por uma inteligência artificial inconsistente.

A composição sonora, incluindo dublagem e trilha musical, mantém-se em um patamar adequado, sem, contudo, alcançar momentos memoráveis. O destaque dado aos sons ambientais reforça efetivamente a atmosfera de isolamento, embora a eficácia dessa escolha dependa da receptividade do jogador à proposta de imersão.

Em sua conclusão, Steel Seed revela-se como um projeto que, apesar de seu potencial evidente, necessita de refinamentos substanciais em aspectos cruciais: iluminação, balanceamento de combate, responsividade dos controles e desenvolvimento de personagens. O resultado é uma experiência que, embora funcional, não consegue realizar plenamente suas ambições.

Essa análise/review de Steel Seed segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.

Uma jornada pós-apocalíptica promissora, mas tropeça em sua execução com problemas visuais e jogabilidade limitada.

Visual, ambientação e gráficos - 5
Jogabilidade - 6
Diversão - 6
Áudio e trilha-sonora - 6
Narrativa - 6

5.8

Fraco

Steel Seed apresenta um mundo pós-apocalíptico promissor e mecânicas de ação e furtividade que tentam trazer variedade, mas é prejudicado por problemas técnicos, como escuridão excessiva, combate desbalanceado e controles pouco responsivos. A narrativa tem potencial, mas sofre com a falta de carisma da protagonista, resultando em uma experiência interessante, porém limitada.

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Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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